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- Publicada em 01 de Março de 2019 às 01:00

Entre o amor e a liberdade

Nas montanhas do Marrocos (Novo Conceito, 564 páginas) é um alentado romance que marca a estreia literária de Luisa Bérard, autora nascida em Maceió em 1975, formada em Direito e advogada, que vive atualmente em Recife. Em síntese, a caudalosa narrativa parte dos cenários da Inglaterra vitoriana e vai até as míticas areias do Saara, com as paisagens fascinantes do Marrocos.
Nas montanhas do Marrocos (Novo Conceito, 564 páginas) é um alentado romance que marca a estreia literária de Luisa Bérard, autora nascida em Maceió em 1975, formada em Direito e advogada, que vive atualmente em Recife. Em síntese, a caudalosa narrativa parte dos cenários da Inglaterra vitoriana e vai até as míticas areias do Saara, com as paisagens fascinantes do Marrocos.
A história se inicia nos idos de 1847, na Inglaterra, com a bela e impetuosa Katherine Harrington, a filha mais nova do conde de Northwick. As relações familiares e a suntuosidade da época são o pano de fundo e o estilo de vida da aristocracia e os obstáculos impostos às mulheres estão bem descritos. Naqueles tempos, as moças deveriam aspirar apenas a um casamento promissor e seguir os caminhos tradicionais.
A poderosa duquesa de Melbourne não se amolda aos figurinos sociais e transmite à sobrinha Katherine seus conhecimentos sobre o instigante mundo dos negócios e intensifica seu desejo de liberdade. Muita coisa, todavia, vai acontecer.
Um revés do destino faz Katherine aportar em Tânger em um contexto completamente inesperado. De uma hora para outra se vê obrigada a viver no Marrocos e conhece sua apaixonante cultura e suas paisagens montanhosas e desérticas. Lá ela vai se deparar com o mais importante, o amor. Em meio a tentativas de retornar à Inglaterra e às belezas das cordilheiras marroquinas, a jovem vai sentindo um envolvimento ardente que a seduz para ficar.
Com criatividade e originalidade, Luisa Bérard construiu personagens memoráveis, com seus conflitos, paixões, seduções e intrigas. A autora utilizou com habilidade pesquisa histórica criteriosa para tratar dos grandes e eternos dilemas que envolvem o amor e a liberdade.
Katherine jamais imaginara que um dia enfrentaria situações e caminhos tão exóticos e imprevistos, e que o futuro ainda lhe reservaria muitas guinadas e vivências.

Lançamentos

  • O pequeno príncipe (Geração Editorial, 156 páginas, tradução de Frei Betto), clássico de Antoine de Saint Exupéry em edição completa, tem nova tradução, caderno com fotos e estudo sobre vida e obra do autor, falecido aos 44 anos. Depois da Bíblia e do Alcorão, é o livro mais traduzido da história, com sua mágica, sensibilidade e foi chamado por Heidegger de a maior obra existencialista do século XX.
  • A escola do futuro (Penso, 132 páginas), de Marcos Piangers, autor do best-seller O papai é pop e especialista em tecnologias, criatividade e inovação, e Gustavo Borba, professor, engenheiro e especialista em design, reflete sobre escolas, pais, professores e alunos do futuro e abre interessante diálogo com sociedade em geral, sobre formas e conteúdos.
  • O museu das coisas intangíveis (Novo Conceito, 256 páginas), romance da norte-americana Wendy Wunder, autora de A menina que não acreditava em milagres (Novo Conceito), fala de Zoe, complexa, bipolar, leal, inteligente e divertida, que sai com a amiga Hannah de carro pelo país. Hannah nota a piora da doença de Zoe e mostra como é uma verdadeira amizade.

Dinheiro

Desde os tempos em que não havia dinheiro e as pessoas apenas trocavam mercadorias entre si, até chegarmos às moedas virtuais e bitcoins da atualidade, o caminho foi longo e o surgimento dos primeiros bancos foi determinante. O dinheiro, em conjunto com o amor, o sexo e o poder, sempre simbolizou o que mais interessa aos humanos. A espiritualidade e as religiões igualmente figuram nos interesses essenciais.
Os autores de best-sellers e filmes de sucesso sabem disso melhor do que ninguém e trabalham com enredos e situações que envolvem relações amorosas e familiares, enriquecimentos e perdas de fortunas e o sobe e desce próprio das arenas políticas, onde os poderes e os poderosos se repetem e nos mostram que ao fim e ao cabo os gregos e romanos já sabiam de tudo.
Dá para dizer que, hoje, o dinheiro manda mais no mundo do que antes. Numa época com poucas referências de pessoas, ideologias e esperanças, e num momento em que a gurizada adora uma distopia, o vil metal ficou ainda mais determinante e muitas vezes é tudo "dinheiro pelo dinheiro". Os poemas de Carlos Drummond de Andrade sobre Itabira e seus metais dão muito menos Ibope do que a fome de lucros das empresas mineradoras, que por vezes provoca desastres.
"Poderoso caballero es Don Dinero", disse Francisco de Quevedo. "O dinheiro compra até amor verdadeiro", escreveu nosso gênio Nelson Rodrigues. Hoje, no mundo, o dinheiro está ainda mais concentrado em pouquíssimas mãos e um dos desafios da humanidade é justamente dividir melhor o bolo e ter um planeta com mais igualdade. O ser humano segue em busca de ter dinheiro e esperar que isso o torne feliz.
"O dinheiro é um bom empregado, mas um mau patrão", ou "o dinheiro é um bom escravo mas um terrível senhor" são frases que mostram que, há séculos, os humanos tentam mandar no dinheiro e não deixar que a grana mande neles. Não é fácil, nunca foi e provavelmente não será, mas a busca de equilíbrio entre o "ter" e o "ser" precisa continuar. Bom lembrar que ninguém é eterno, que estamos na terra e não somos a terra e que caixão não tem gaveta. Se você pedir para botarem tua fortuna no caixão, algum gaiato vai deixar um cheque ou um cartão de crédito no bolso da última roupa, bem como na velha e boa piada.
A felicidade, a serenidade e a paz na maior parte do tempo estão em pessoas, momentos e situações que muitas vezes não necessitam de grandes verbas e produções. Para se sentir feliz no domingo à noite, a família, os amigos, uma música, cerveja, refri e pizza bastam. O consumo desenfreado, a angústia pela próxima compra e os desejos intermináveis por tantas coisas e por tanta e ilimitada sapiência decididamente mostram que a pessoa pode não se sentir bem mesmo depois de comprar aquele relógio suíço que custa R$ 3,5 milhões - tipo assim, três Ferraris.
As pessoas e os governos ainda vão encontrar formas de distribuir melhor as riquezas. Alguns ganhadores de Prêmio Nobel pensam nisso.
 

A propósito...

É Carnaval. Se alguém pedir um dinheirinho, dá, senão o cara vai beber até cair. Se ele pedir um dinheirinho para "beber com moderação", dá, que é Carnaval. Esse ano, o Brasil já começou bem antes do Carnaval. Bom tomar umas para comemorar as esperanças, segurar as notícias ruins e para esquecer, ao menos por um tempo, esses lances complicados de dinheiro. "Quem tem dinheiro se incomoda por que tem, quem não tem, se incomoda porque não tem", ensinou a Dona Célia, no auge dos 93 anos. Dinheiro na mão é vendaval, como na canção, mas pode ser vida, liberdade e coisas boas. Não esqueça do lema da caderneta de poupança de um certo país da Europa - "nunca gaste tudo!" Outra hora falo de poupança interna. Agora melhor poupança externa na avenida.