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LIVROS

- Publicada em 21 de Fevereiro de 2019 às 22:21

Preconceito, religião e impasses

Rumo ao Sul (Faro Editorial, 270 páginas, R$ 39,90, tradução de Elvira Serapicos), de Silas House, norte-americano, consagrado escritor, jornalista, roteirista e ativista de causas ambientais, é, acima de tudo, um eletrizante thriller literário que trata de preconceito, religião e impasses numa pequena comunidade do Tennessee. Lá, o pastor Asher Sharp tem de encarar o seu próprio passado, depois de uma das mais violentas enchentes que aquelas terras enfrentaram.
Rumo ao Sul (Faro Editorial, 270 páginas, R$ 39,90, tradução de Elvira Serapicos), de Silas House, norte-americano, consagrado escritor, jornalista, roteirista e ativista de causas ambientais, é, acima de tudo, um eletrizante thriller literário que trata de preconceito, religião e impasses numa pequena comunidade do Tennessee. Lá, o pastor Asher Sharp tem de encarar o seu próprio passado, depois de uma das mais violentas enchentes que aquelas terras enfrentaram.
Silas House, autor de vários romances, é pouco editado fora dos Estados Unidos, talvez por gostar de cenários, personagens rurais e da cultura dos Montes Apalaches.
Agora, os leitores brasileiros têm a oportunidade de entrar em contato com seus livros, que sempre figuram nas listas de mais vendidos do The New York Times. Em 2018 foi citado como um dos mais proeminentes escritores de seu país.
Rumo ao Sul se passa numa pequena cidade do Tennessee. Na grande inundação que assolou a cidade, um casal gay, que ajudou no salvamento de outras pessoas, inclusive o filho do pastor, perdeu a casa e precisou de abrigo. O pastor Asher se viu diante de um dilema, pois queria abrigar o casal, mas encarou a recusa da esposa. O fato trouxe à tona histórias que estavam enterradas em sua própria vida, a rejeição ao seu irmão, que era também seu melhor amigo e que declarara sua homossexualidade para ele.
Decidido a encontrar o irmão e desejando salvar o filho de um ambiente tóxico, o pastor parte para uma viagem rumo ao Sul. No percurso sua história é passada a limpo, em meio a belas paisagens, novas amizades e descobrindo um mundo imenso, diferente do seu e que pode ensiná-lo sobre as coisas mais profundas da vida. Preconceitos, impasses cotidianos e religião por vezes mudam nossa visão de mundo.
Não por acaso o romance já recebeu 14 prêmios nos Estados Unidos e foi uma das obras mais elogiadas no clube de livros TAG Inéditos. A narrativa mostra que o pastor perdeu quase tudo, mas encontrou a verdade e se apressou para corrigir uma injustiça.
Muitos disseram que o romance é uma nova versão do já clássico O segredo de Brokeback Mountain, celebrizado no cinema.
 

Lançamentos

  • Operação Valparaíso (Catarse, 136 páginas), do escritor, pesquisador, professor universitário, jornalista e hortelão urbano Demétrio de Azeredo Soster, narra a viagem de bicicleta de 1.877 quilômetros que fez para o Chile. Atravessou a Argentina, uma cordilheira e apresenta fotos em cores e muitos detalhes da experiência. A aventura está igualmente narrada no documentário youtu.be/QdB69icerRo.
  • Quando me sinto nervoso (Ciranda Cultural, 24 páginas), escrito e ilustrado por Trace Moroney e publicado pela primeira vez na Austrália, mostra que não é legal ficar nervoso, mas que isto significa que você está prestes a fazer algo muito, muito corajoso. O livro mostra dicas de psicólogos para agir quando as crianças se sentem nervosas.
  • As gauchadas de João Farroupilha (Wwlivros, 154 páginas), do contador, compositor, músico e escritor Gilmar Caldas Peres, mostra contos com um personagem inspirado em pessoas que vivem com os hábitos, costumes e cultura gauchesca nas suas diversas manifestações, como vestimenta, alimentação, música e bebida, dialeto e sotaque. Os contos trazem pessoas e ambientes com gaúchos urbanos para não esquecê-los.

O Brasil na segunda-feira

O saudoso presidente Tancredo Neves dizia, poucos dias antes de adoecer e morrer: "Não podemos nos dispersar" e "É proibido gastar". Dizia-se que os militares repetiam "Tancredo Never", mas, com o tempo, entenderam que ele era o símbolo maior da redemocratização e não se opuseram, deixando que a vontade popular, a democracia e a vida seguissem seu curso. O homem com "coração de estudante" nos deixou, depois de 39 dias de agonia. Há quem diga que foi melhor para ele, que se livrou do abacaxi federal.
Na segunda-feira passada, enquanto eu escrevia estas linhas, fiquei observando o País, as pessoas e a vida seguindo. O Brasil tem pressa, tem muita coisa para resolver e, nos últimos tempos, não espera o fim do Carnaval para começar a funcionar. Notícias, ações e escândalos não faltam. Novas esperanças também não faltam. Um homem caminhando na calçada fala ao celular: "Cara, o sindicato acabou. A coisa mudou. Tem que partir para outra".
Não vai ser fácil, mas o Brasil precisa de união, bandeiras, planos e ideias comuns, coletivos, que juntem a comunidade, ou a grande maioria e, assim, o País poderá resolver as questões da previdência, dos 64 mil assassinatos por ano, do sistema carcerário, do desenvolvimento da economia para proporcionar empregos para os 13 milhões de desempregados, e de outras trocentas questões que nos atordoavam naquela segunda-feira, quando caiu o (ex)ministro Bebbiano.
Claro que o governo necessita de oposição, de sugestões e críticas, que isso faz parte desde sempre do sistema democrático e é assim que podemos tentar construir uma Suécia, uma Austrália ou um Chile. Mas com apenas um mês e meio de governo e com tantas demandas que vêm de longe, é preciso ter calma, serenidade e tentar conciliar os interesses. Não adianta ficar só pensando em interesses partidários, pessoais, de grupos, de empresas ou de corporações.
Estamos no mesmíssimo barco e é melhor que ele não afunde com nós todos dentro. Brigando, rasgando as velas, fazendo buracos no casco, conseguiremos apenas naufragar. É óbvio que é difícil, trabalhosa e penosa a navegação, mas que outra solução temos? Sim, somos muitos, com divergências, carências, necessidades, pleitos e interesses municipais e estaduais. A família Brasil está dividida e é bom lembrar que quando a família se divide, todos perdem e os de fora, especialmente do exterior, vêm para tomar conta. A união faz a força, já dizia a antiga e sagrada sabedoria popular.
Sabemos que quase todos, menos os que realmente nada têm, precisam colaborar de algum modo para a salvação do Brasil. O Executivo, o Legislativo e o Judiciário precisam conviver com harmonia e independência, como está na Constituição. E as pessoas que estão ocupando os poderes, precisam entender de uma vez por todas que sua própria sobrevivência está em risco. Bom lembrar que ninguém é eterno e que caixão não tem gaveta. Da vida se leva a vida que a gente levou, já disseram. Os poderosos estão no poder, não são o poder e devem lembrar que nossa passagem pelo planeta é rápida.
 

A propósito...

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, está lá no Eclesiastes, livro bíblico da sabedoria do Rei Salomão. Depois do último sopro, nem vaidade fica. O resto é silêncio. Mas o Brasil segue, o gringo da esquina tem um almoço ótimo por R$ 15,00, com galeto, polenta, salsichão, carne e saladas, mais sobremesa e suco. Dizem que segunda-feira tem gosto de ressaca, porque o Criador teria pensado se tinha valido a pena criar o planeta, que outros dizem que se criou sozinho a partir do big bang. O papa disse que o big bang pode ter sido criado por Deus. Polêmica. O mundo tem bilhões de presidentes, ministros, técnicos de futebol e bilhões de tecla-adictos, fissurados nas comunicações-solidões eletrônicas e enredados como peixes meio perdidos nas redes sociais.