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- Publicada em 18 de Janeiro de 2019 às 01:00

Memórias, biografia e ficção

Nelson Sirotsky mergulha na trajetória das histórias profissionais e pessoais

Nelson Sirotsky mergulha na trajetória das histórias profissionais e pessoais


REPRODUÇÃO/JC
Nelson P. Sirotsky, personalidade brasileira das mais marcantes das últimas décadas, em especial por sua vida e trabalho entre nós, decidiu, generosamente, revelar, em longas páginas, sua rica trajetória profissional e apresentar um sincero autorretrato de sua personalidade, sua vida pessoal e familiar.
Nelson P. Sirotsky, personalidade brasileira das mais marcantes das últimas décadas, em especial por sua vida e trabalho entre nós, decidiu, generosamente, revelar, em longas páginas, sua rica trajetória profissional e apresentar um sincero autorretrato de sua personalidade, sua vida pessoal e familiar.
O oitavo dia (Primeira Pessoa, 432 páginas) teve a ajuda da competente e sensível escritora Leticia Wierzchowski, autora do romance A casa das sete mulheres, adaptado pela TV Globo. Na apresentação, J.B. de Oliveira Sobrinho, o Boni da Globo, disse: "além de personagem extraordinário de nossa época, Nelson pode também se considerar um inspirado escritor".
O título e muitas passagens lembram a Bíblia e a leitura remete ao Eclesiastes, do Antigo Testamento, com a sabedoria do rei Salomão. Em quatro narrativas, o livro tem as vozes de muitas testemunhas, especialmente Maurício Sirosky Sobrinho, inesquecível pai de Nelson e da mãe Ione.
Em Árvore da vida, o passado se encontra com o futuro; A chave do cofre traz a intensa relação profissional com o pai; O oitavo dia traz a transformação de Nelson, que depois de décadas de sucesso profissional resolveu fazer análise, conhecer-se mais e viver diferente. Autorretrato traz depoimentos sinceros e corajosos de quem ficou dono de seu tempo e, agora, vive mais serenamente, pelo lado da emoção e do amor.
A obra trata das origens da família, dos anos no Colégio Israelita, dos verões em Atlântida, do encontro com Nara Birmann, companheira de toda vida e a quem o livro é dedicado, dos tempos da faculdade de Administração, do primeiro emprego, dos 45 anos de dedicação à RBS - 21 deles na presidência - e dos novos tempos, com a empresa Maromar.
Nelson relata episódios vitoriosos e crises gigantescas enfrentados, em especial na compra da CRT. Conta como Breno Caldas não quis assumir a ZH, dizendo que veria o término de mais um diário. O jornal do dr. Breno é que terminou.
Nelson participou de associações, presidiu algumas, entre as quais a ADVB. Inovador, trouxe jovens brilhantes empresários para a diretoria: José Galló, Alexandre Grendene, Ricardo Vontobel, Mércio Tumelero e Alfredo Tellechea.
Memória, biografia, história empresarial e ficção. O oitavo dia é um pouco tudo isso, escreveu Nelson. Os leitores vão ver que é muito.

Lançamentos

  • O que você gostaria de fazer antes de morrer - Se nada no mundo fosse impossível, o que você faria? (Novo Conceito, 230 páginas), de Jonnie Penn, Dave Lingwood, Duncan Penn e Bem Nemtin, do famoso seriado The Buried Life, traz 200 coisas instigantes e ilustrações criativas e divertidas e uma lista de 100 coisas para realizar sonhos e aventuras.
  • Coral canta a grande tristeza (Editora AGE,112 páginas), de Roberto Pelegrini Coral, médico, mestre e doutor em Gastroenterologia pela Ufrgs, traz textos relações humanas no bairro Tristeza e a fuga do hospital onde estava internado o pequeno Roberto. J.J. Camargo, na apresentação, disse: "O relato tem a virtude de transportar o imaginário do leitor para o local da história".
  • Nomes que fizeram a imprensa gaúcha - Volume IV (Athos Editora, 160 páginas), editado e apresentado pelo jornalista e editor Julio Ribeiro, apresenta perfis sobre Bira Valdez, Celito De Grandi, Clovis Duarte, Danilo Ucha, Jayme Copstein, José Abraham, Paulo Sant'Ana, P.F. Gastal, Plinio Saraiva e Tatata Pimentel, com apoio da Corsan, CMPC e do governo do Estado do RS.

As gaivotas de Punta

As gaivotas de Punta del Este não são quaisquer gaivotas. Sobrevoam a Miami da América do Sul. Ou será que Miami é a Punta del Este da Flórida? Para elas isso não importa, elas têm o prazer de estar lá sem preocupação com custos de hospedagem, IPTU, condomínio, trânsito, gasolina, restaurantes, ingressos para festas e outras amenidades.
As gaivotas de Punta curtem a beleza e o charme do local sem precisar de trajes, maneiras e perfumes finos. As gaivotas de Punta aproveitam a simplicidade, a natureza, o sol, a lua e o mar e não frequentam os salões de luxo dos hotéis e as festas tonitroantes do balneário. As gaivotas de Punta lembram dos primeiros hotéis, com paredes de madeira e por onde entravam, pelas janelas abertas, de vez em quando, durante o dia, galinhas que botavam ovos em cima das camas dos hóspedes.
As gaivotas de Punta acham interessantíssimo e raro o fato de a cidade ter sido construída em conjunto por empresários e negociantes de origem italiana, judaica e árabe, com faturamento sem bandeira, tudo na santa paz e com o governo conseguindo cobrar impostos. As más línguas dizem que, quando as três nacionalidades se unem para empreender, quem corre o risco de perder é o governo. Mas isto é maledicência das eternas línguas de trapo que sempre existiram e agora andam afiadas nas redes sociais.
As gaivotas de Punta até dão uns rasantes e pousos na piscina do Conrad, nas sacadas e terraços dos apartamentos distintos, nos jardins das mansões de milionários de dinheiro velho ou nos palácios de verão daqueles com fulgurantes moedas de novos ricos, que seguem sendo a alegria emergente da sociedade, especialmente quando, democraticamente, proporcionam de graça espetáculos com fogos de artifício no réveillon. Nada mais lindo que dinheiro novíssimo explodindo em forma de fogos para alegrar a comunidade e saudar o ano novo ou qualquer outro acontecimento.
Mas as gaivotas não ficam por muito tempo nos locais top e, de noite, se recolhem para dormir na beira do mar, seu eterno habitat. Em cada amanhecer reiniciam sua rotina de liberdade, amplos espaços e voos intermináveis. Não têm conhecimento, as gaivotas de Punta, da existência de algum Fernão Capelo Gaivota ou coisa parecida por lá. Gaivotas de Punta são anônimas, básicas e felizes - não precisam de acontecimentos outros.
As gaivotas de Punta são democráticas. Gostam de todos. As aves só não gostam de meliantes, especialmente os que aparecem no verão, para furtar e perturbar os moradores e visitantes. As gaivotas ficam tranquilas sabendo da lei que é rígida com quem não tem moradia ou trabalho em Punta e que vai para lá apenas para robar en la Gorlero.
Depois do verão, algumas gaivotas preferem ir para Montevidéu, pois em Punta só ficam uns 10 ou 15 mil habitantes fora da temporada e aí a coisa fica meio parada. Dizem que algumas gaivotas vêm de Buenos Aires e que retornam para lá no fim de fevereiro, junto com os queridos e humildes hermanos porteños. As gaivotas de Punta são ecumênicas e frequentam as partes fronteiras das três sinagogas de lá e os templos protestantes e católicos.
 

A propósito...

As gaivotas são curiosas e acrobáticas, gostam de comer frutos do mar, mas catam alimentos naturais em aterros e outros locais onde os humanos deixam sobras. Quem quiser alimentar as gaivotas de Punta deve oferecer frutos do mar e cereais - jamais doces ou alimentos gordurosos processados, que elas, polidamente, vão recusar. É bonito ver os voos incríveis das gaivotas apanhando alimentos atirados no ar ou buscando comida nos barcos. Gaivotas de Punta não estão preocupadas com as liquidações e não se estressam diante de alguns problemitas econômicos e políticos que até um país como o Uruguai tem. Gaviotas de Punta te saludam, tienem mucho gusto por tu presencia y te pidem solo um poquito de brótola.