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- Publicada em 03 de Janeiro de 2019 às 22:49

Crime real e condenação errônea?

Narrativas e documentários sobre crimes reais e condenações idôneas seguem fascinando os leitores de todo o mundo. Atualmente, em tempos de internet, esses temas ganham novos contornos e relevos e inspiram novos romances de suspense.
Narrativas e documentários sobre crimes reais e condenações idôneas seguem fascinando os leitores de todo o mundo. Atualmente, em tempos de internet, esses temas ganham novos contornos e relevos e inspiram novos romances de suspense.
Esse é exatamente o caso do romance policial Rio Vermelho (Faro Editorial, 266 páginas, tradução de Carlos Szlak), da nova escritora inglesa Amy Lloyd. Ela vive hoje em Cardiff, no País de Gales, e com seu romance de estreia venceu o prestigiado prêmio Daily Mail - Bestseller Competition.
Do prólogo ao epílogo, passando por 40 breves capítulos, a leitura revela que o prêmio foi merecido. A narrativa é densa, rápida, envolvente, sinuosa, obscura e sedutora.
A trama gira em torno de um assassinato brutal ocorrido há 20 anos, envolvendo uma jovem no condado de Red River, na Flórida. Dennis Danson foi preso pelo crime e tornou-se personagem central de um documentário sobre crimes reais. Isso detonou uma campanha gigante nas redes sociais para revisar as inúmeras falhas do processo, descobrir a verdade e libertar o homem que foi condenado erroneamente.
A milhares de quilômetros de distância, na Inglaterra, Samantha desenvolveu uma obsessão pelo caso e eles passaram a trocar cartas. O charme, a bondade e a atenção de Dennis a conquistou. Samantha deixa para trás sua vida sem graça e parte para os Estados Unidos, decidida a se casar com o criminoso e fazer campanha por sua libertação.
A campanha é bem-sucedida, Dennis é libertado e eles vão viver numa cabana no meio de uma floresta. Na convivência, entretanto, ela começa a descobrir novos detalhes do passado dele. As inquietantes descobertas levantam suspeitas de que ele pode não ser tão inocente de tudo o que foi acusado...
As apresentações de vários escritores, nas orelhas do livro, dão conta de que essa estreia original contém uma visão original, madura e absolutamente real sobre obsessão e que Amy Lloyd é a voz nova do suspense e merece o topo. A música ameaçadora que o leitor vai ouvir desde o início e a crença/descrença de Samantha em Dennis agarram os leitores do início até o final.

Lançamentos

Expresso para a Índia - Uma aventura numa terra de contrastes (Benvirá, 376 páginas), de Airton Ortiz, escritor best-seller e premiado jornalista criador do jornalismo de aventura, apresenta, nesta nova edição da obra, as atrações mais procuradas pelos turistas e os recantos pouco conhecidos, mostrando belezas arquitetônicas, comidas exuberantes e histórias incríveis.
As coisas (Editora Record, 144 páginas), do escritor porto-alegrense Tobias Carvalho, estudante de Relações Internacionais da Ufrgs, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura de 2018, apresenta contos bem estruturados e conteúdos modernos. Daniel Galera, na apresentação, menciona que a força da obra está no tema: as relações afetivas e sexuais de jovens homens gays, em tempos de individualismo extremo.
Era uma vez a literatura e outros ensaios clássicos (BesouroBox, 248 páginas) do consagrado professor, jornalista, crítico e poeta J.H. Dacanal faz parte da Série Básica e fala da literatura brasileira no século XX, do romance europeu e do romance brasileiro do Modernismo, de Grande Sertão: Veredas, arte engajada, filosofia dos semicolonizados e realidade em Kafka, entre outros temas relevantes.

O ano de 2019

Calma, calma, a ressaca do Réveillon já passou, você já tomou, aos poucos, um vidro de Olina, quatro litros de Coca-Cola e vinte e tantos litros de água para limpar a serpentina intestinal. Aquele gostinho de guarda-chuva na boca e os terríveis quilos de chumbo coroando sua cabeça já foram, sem deixar saudades. Ao menos até o próximo porre. Beba com moderação e com moderação aceite minhas dicas, que às vezes são sóbrias demais.
Calma, o último dia do ano não é, nem nunca vai ser, o último dia do tempo. É só um número do calendário, uma forma de achar que vai começar tudo novo, de novo. É como ir num cabeleireiro pela primeira vez achando que o corte será muito diferente. Poderá até ser. Precisamos deste rito de passagem, inventariar o que foi e o que não foi, o que se fez ou deixou de fazer e traçar os planos para o que vamos fazer e não fazer no ano novo.
Tenho a impressão de que o mundo não vai acabar em 2019, que me desculpem os eternos arautos do apocalipse. E se esse mundo acabar, devem surgir outros big bangs, outros mundos ou criaturas criadas por Deus ou por quem você quiser, você decide. Será que foi Deus que criou o big bang? Os primeiros dias do ano não se prestam a uma pergunta de tamanho oceânico destas. Melhor seguir perguntando, filosofando.
Filosofar é perguntar. A vida tem e sempre teve mais perguntas que respostas. A vida tem sempre razão. Os grandes mistérios devem ficar misteriosos e seria muito chato saber de tudo. Siga perguntando, falou um dia, um certo guru que encontrei numa noite escura e ao qual perguntei qual era sua mensagem final, antes de partir. Ele respondeu a pergunta dizendo que eu devia seguir perguntando. Certo ele, as palavras e as perguntas são infinitas, livres como gaivotas nas beiras das praias, sobrevoando os mares.
Machado de Assis disse que matamos o tempo e que ele nos enterra. Mario Quintana escreveu que o tempo é só um ponto de vista dos relógios. Uns ainda pensam que tempo é dinheiro. Mentira. Dinheiro é acumulável, tempo passa e se guarda no cofre. Há quem diga que templo é dinheiro, mas isso não a ver com o lance do ano novo. Ou será que tem? Respostas para a redação.
Enfim, aproveite o começo do ano para iniciar os planos e as ações que te farão feliz, mesmo que isso seja uma dieta, dormir e levantar cedo, trabalhar mais, fazer exercícios e ter compaixão, paciência e crença no ser humano. Não pense que somos apenas irrecuperáveis e engraçados macacos vestidos. Perdão, macacos, pela comparação, vocês são melhores que nós. Pois é, não é bem assim. Criamos, inventamos uma série de coisas. Criamos novos problemas para solucioná-los. E daí? Qual o problema?
Ano novo, vida nova, hora de fazer uma limpeza, um feng shui milenar para harmonizar o ambiente, as energias e a mente. Ano novo, hora de viajar para onde você nunca foi, de andar por um caminho diferente, momento para sentir-se criança ou turista. Hora de pensar, sentir e fazer o que você nem tinha imaginado ou sabia.

A propósito...

Este 2019 será um ano marcante para os brasileiros e o Brasil. Tomara que sejam marcas boas, como a Lacoste, a Redbull, a Mercedes, a Renner e o lépido e elegante octogenário Jornal do Comércio, marca de quem decide, clássico e eterno como um blazer azul que não precisa entrar ou sair da moda. Bom, ótimo Brasil para todos em 2019, lembrando que acima das discordâncias e opiniões está a sobrevivência e a felicidade de todos. Acima das diferenças individuais e grupais deve pairar o que for mais saudável e adequado para o conjunto, para o coletivo. Não é fácil, nunca foi, mas é o melhor e mais saudável caminho, o rumo da democracia, atualizada e reinventada a cada ano-novo. Ótimo 2019 para meus queridos leitores. Não digo quantos, senão vão dizer que sou exibido, modesto ou mentiroso.