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LIVROS

- Publicada em 07 de Dezembro de 2018 às 01:00

Sinos, histórias e poesias

Quem de nós não tem lembranças envolvendo sinos ou histórias para contar sobre eles? Sinos já eram conhecidos e usados no Sudoeste asiático antes de 3000 a.C. e, na Grécia, sinos de cerâmica eram conhecidos desde o século VIII a.C., e uma variedade de sinos era utilizada em todas as partes da África subsaariana, a maioria deles em ferro batido. Depois dos primórdios artesanais, em 750 d.C., foi construído o primeiro sino de madeira e revestido de prata na Basílica de São Pedro em Roma.
Quem de nós não tem lembranças envolvendo sinos ou histórias para contar sobre eles? Sinos já eram conhecidos e usados no Sudoeste asiático antes de 3000 a.C. e, na Grécia, sinos de cerâmica eram conhecidos desde o século VIII a.C., e uma variedade de sinos era utilizada em todas as partes da África subsaariana, a maioria deles em ferro batido. Depois dos primórdios artesanais, em 750 d.C., foi construído o primeiro sino de madeira e revestido de prata na Basílica de São Pedro em Roma.
Sinos: história e poética (TecnoArte, Canoas, 2017, 236 páginas), do Dr. Loreno Luiz Zambonin, nascido em Sananduva e residente em Canoas, é obra interessantíssima e original sobre a história, os nomes e a vinculação dos sinos com as canções e a imigração italiana, além de apresentar mais de uma centena de poemas sobre os sinos. Um dos poemas é de Zambonin, intitulado Sino Peregrino, e traz os seguintes versos: "Como um sino/ peregrino/ solenemente na distância soa/ o coração como um sino/ em surda agonia, bate/palpita, se agita/ na melancólica tarde triste/ que triste finda./ Enquanto que no alto do pequeno/ campanário do vilarejo distante/ rodopiando, em bandos,/ inquietas andorinhas, alheias à tristeza, pousam,/ e, felizes, conversam com os sinos/pequeninos,/ peregrinos".
Zambonin formou-se em Direito pela Ufrgs, é pós-graduado em Direito Civil e Processo Civil e foi professor universitário e membro do Ministério Público Estadual, onde chegou ao cargo de Procurador de Justiça. Ele escreveu História de Sananduva, obra que mereceu o Prêmio Gerdau de História em 1975. Em 2004, em parceria com Canabarro Tróis Filho, lançou Canto Solidário, livro de poemas. Foi presidente e diretor administrativo da Fundação Cultural de Canoas e Patrono da 23ª Feira do Livro de Canoas.
Em síntese, a obra trata da milenar trajetória dos sinos e de sua importância na comunicação religiosa, social e cultural. Como escreveu Zambonin, "inegavelmente, este instrumento potente e sonoro foi o mais eficiente meio de comunicação nos eventos e cerimônias religiosas e cantado principalmente na arte poética". Nas páginas finais estão dezenas de frases sobre sinos, algumas sobre o tema natalino.
Um capítulo é dedicado à bênção dos sinos nas igrejas cristãs. A obra merece ser saudada, por sua originalidade, amplo conteúdo e por nos emocionar com os sinos, seus sons e mundos infinitos.

a propósito...

Depois do passeio, a saída do Jardim, a calçada, os ruídos do trânsito e o medo dos assaltantes. A volta à realidade brutal e aos problemas normais do cotidiano. Ao menos é bom saber que o Jardim segue lá, com seus verdes e flores, com suas cercas protetoras, que poderiam existir em outros parques da cidade insegura. Ao menos é bom saber que existe um lugar onde dá para respirar aliviado, ao menos por alguns minutos ou horas. Um lugar sem luxo ou ostentação, sem custos alarmantes. Um jardim ao lado das águas que lembram movimentos eternos, vida que segue, sem se preocupar com relógios, compromissos, datas, contas e aporrinhações. (Jaime Cimenti)

Domingo no Jardim do Dmae

Como dizia o saudoso Ibrahim Sued, domingo é dia de pernas para cima. Domingo de primavera em Porto Alegre, com aquela luz de sol que parece uma lâmpada dicroica gigante, dá vontade de caminhar, andar de bicicleta, correr, jogar futebol ou tênis ou outros esportes. Dá vontade de fazer nada também, e/ou ajudar os outros a ficar relaxando nos sofás das casas, mesas de bar, redes e outras opções para ficar se espreguiçando sem culpa, que no domingo não existem pecadores.
Saio para minha caminhada no Moinhos, bairro onde o passado, o presente, o futuro e os habitantes vivos e mortos estão juntos, em harmonia. Como disse o Mario Quintana, o tempo é só um ponto de vista dos relógios. No fim de semana, muitas pessoas de outros bairros aparecem no Moinhos, especialmente no Parcão. Crianças, jovens, adultos, idosos, cães, gatos, bicicletas, chimarrão, pipoca, sorvete, água, refri e churros, entre outros, estão lá, mostrando que a vida segue vibrante, mesmo com todos os problemas da segunda-feira.
Decido, mais uma vez, ir no Jardim do Dmae, com construções de 1928 inspiradas no Palácio de Versalhes da França. No palácio, os visitantes podem ver o que era mordomia gigante, tipo 50 babás para os bebês reais. Daqui a pouco, quem sabe, em Brasília, teremos um local para os turistas verem como eram os tempos do propinoduto e da mordomia. Aqui, no Jardim do Dmae, o clima é de simplicidade, poucos ruídos, democracia, segurança, beleza, limpeza e a sensação é de estar na Europa ou outros locais civilizados sem precisar passagem, passaporte e aquelas imensas quantidades de moedas estrangeiras para pagar hotel, Airbnb, alimentação e outros lances turísticos.
Bem que a gente poderia viajar mais pelo Brasil e fazer girar nossa combalida economia. Nada contra os velhos mundos, cultura etc., mas tudo a favor das belezas que temos. A Toscana pode ser no Vale dos Vinhedos, na europeia Bento Gonçalves; e os Alpes podem estar em Gramado ou Canela.
No Jardim do Dmae, crianças, jovens e adultos se divertem com simpáticos piqueniques, comemorando aniversários e outras datas. Modelos e manequins aproveitam para tirar as fotos para os buquis, assim como as grávidas, que fazem questão de mostrar, muitas vezes, os barrigões nus. Debutantes, aniversariantes de 15 anos e formandos estão sempre lá, vestidos com suas togas, dando vida ao local, perto das águas vivas que estão logo atrás do prédio principal.
São momentos para sonhar e acreditar nos brasileiros e no Brasil. O chafariz e as estátuas que representam o Guaíba e seus afluentes, em meio aos canteiros floridos, brincam de Roma e alegram o domingo. Nas horas em que todos estão ali, seguros, num jardim cercado, tudo parece estar no seu lugar, tudo parece em ordem. Nos últimos anos, o Jardim do Dmae mostra como um espaço não tão grande pode proporcionar bom convívio e prazer para os frequentadores. Numa cidade com tantos problemas, já é muita coisa. O Dmae poderia pensar em permitir subidas no Torreão e, quem sabe, poderia disponibilizar mais banheiros e um pequeno café ou, ao menos, um quiosque para venda de água e refrigerantes.

lançamentos

Stalker - Quando a inveja se torna obsessão (Faro Editorial, 256 páginas), de Tarryn Fisher, autora best-seller do N.Y. Times, fundadora do blog de moda @guise_of_the_villain e coautora da série Never. Stalker é um eletrizante romance de terror envolvendo duas mulheres vizinhas, uma criança e toneladas de ciúme e inveja. Fig, obsessiva, queria o marido, a criança e a vida de Jolene, a vizinha e aí...
Como investir em arte no Brasil (Class, 192 páginas), de Nicholas Bublitz, formado em Relações Internacionais e Direito, com mestrado em Marketing, proprietário da Bublitz Galeria de Arte e atuante na arte brasileira há 30 anos, é um manual simples, descomplicado e inédito para o investidor atuar melhor num mercado complexo e cheio de oportunidades. Prefácio de Decio Presser.
Édipo Rei (Clássicos Editora Zahar, 124 páginas, tradução de Mario da Gama Kury), edição de bolso de luxo, encadernada e cuidadosa da tragédia clássica e emblemática de Sófocles com a celebrada tradução direta do grego, conta ainda com a enriquecedora apresentação de Adriane da Silva Duarte, especialista em língua e literatura gregas.