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LIVROS

- Publicada em 06 de Setembro de 2018 às 01:00

Garota injustiçada ou assassina fria?

O novo romance de suspense do escritor norte-americano Charlie Donlea, Não confie em ninguém (Faro Editorial, 352 páginas, R$ 49,90, tradução de Carlos Szlak) acaba de ser lançado no Brasil. Donlea é autor dos best-sellers A garota do lago e Deixada para trás, ambos lançados com sucesso em nosso país pela Faro Editorial. Sequestros, assassinatos, investigações e mistérios são os temas frequentes deste escritor que mora em Chicago com a esposa e dois filhos e gosta de pescar em locais praticamente desertos no Canadá.
O novo romance de suspense do escritor norte-americano Charlie Donlea, Não confie em ninguém (Faro Editorial, 352 páginas, R$ 49,90, tradução de Carlos Szlak) acaba de ser lançado no Brasil. Donlea é autor dos best-sellers A garota do lago e Deixada para trás, ambos lançados com sucesso em nosso país pela Faro Editorial. Sequestros, assassinatos, investigações e mistérios são os temas frequentes deste escritor que mora em Chicago com a esposa e dois filhos e gosta de pescar em locais praticamente desertos no Canadá.
A narrativa gira em torno de Grace Sebold e Julian Crist, que, apaixonados, vão passar um fim de semana na paradisíaca baía de Sugar Beach, na ilha de Santa Lúcia, no Caribe. Foram com amigos para o casamento de uma amiga de Grace. Depois da viagem o casal iria para Nova Iorque para concluir a residência numa das universidades de Neurologia mais disputadas do país. Julian queria pedir Grace em casamento. Ela queria se casar com ele. Mas os caminhos deles se separaram. Agora ele estava morto. Grace fora condenada pelo seu cruel assassinato. A história ficou famosa nos Estados Unidos e, mesmo 10 anos depois do julgamento, Grace não fora esquecida.
Sidney Ryan, documentarista de sucesso, conhecida por retratar crimes reais, conhecia a história de Grace, que lhe mandou uma carta pedindo ajuda. Na busca pela verdade, Ryan vai se deparar com uma trama de intrigas e injustiças, ódios e amores maior do que ela podia imaginar. O documentário A garota de Sugar Beach tornou-se seriado de sucesso na televisão. Mas será que Ryan estava descobrindo realmente toda a verdade? Nem sempre a palavra final sobre o enredo é do diretor e Ryan vai descobrir isso da pior maneira possível, nesse thriller com protagonistas fortes e crimes de arrepiar.
Charlie Donlea, novo fenômeno do suspense, esteve no Brasil, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, e seu sucesso, provavelmente, tem a ver com o fato de ele ser um ávido leitor, um apaixonado por música, filmes e seriados e esportes. Quando decidiu ser escritor, Charlie quis colocar exatamente o que lhe fascinava nos filmes, músicas e livros, buscando narrativas que deixam o leitor refletindo mesmo depois de terminada a leitura.

lançamentos

O ano do pensamento mágico (Harper Collins, 238 páginas, tradução de Marina Vargas), romance autobiográfico da grande escritora, jornalista e ensaísta norte-americana Joan Didion, nascida em 1934, narra o ano posterior à morte do marido, o escritor John Gregory Dunne. Retrata uma vida, um casamento, com sensibilidade e verdade e retrata a superação pela perda do esposo, com quem dividia o local de trabalho e as preocupações com a literatura.
A nitidez das coisas (Artes & Ecos, 94 páginas), do consagrado e premiadíssimo poeta, tradutor, contista e novelista José Eduardo Degrazia, traz versos com epifanias cotidianas e mergulhos poéticos nas aparentes trivialidades dos objetos que nos cercam, enquanto passamos por nossa breve eternidade. "Só as coisas são nítidas e têm alma e acreditam na vida eterna" é o último verso do poema título. "O mundo se recusa a morrer em mim" está na página 81, para sempre.
A tempestade (Editora Movimento, 168 páginas) traz o clássico de William Shakespeare escrito há quatro séculos. Tradução interlinear, introdução e notas de Elvio Funck, em edição bilíngue, a peça fala de binômios universais como poder e liberdade, o bom selvagem e o mal da civilização, inocência e experiência, natureza e educação e sonho e realidade. Não é apenas uma utopia shakesperiana superficial. É talvez uma distopia, como querem alguns.

Virando o jogo na segurança

Um dos problemas mais graves do Brasil é, sem a menor dúvida, a falta de segurança. Nas conversas nas casas, nas ruas, em todo lugar e, principalmente, nas campanhas eleitorais, o tema é recorrente. Com aproximadas 63 mil pessoas assassinadas por ano, 503 mulheres agredidas por hora, com taxas de homicídio cinco vezes maiores que a média global e com índice 30 vezes maior de homicídios que os da Europa, nosso País tem mais homicídios que dezenas de países somados. Entre as 50 cidades mais violentas do mundo temos 17. O Brasil é campeão mundial em números absolutos de homicídios.
Governos municipais, estaduais e federal têm feito algumas coisas, as pessoas, as empresas, as entidades não governamentais e instituições como igrejas têm promovido algumas ações com relação à violência, que segue crescendo.
Segurança pública para virar o jogo (Zahar, 144 páginas), de Ilona Szabó, empreendedora cívica, especialista em segurança pública e políticas de drogas e diretora do Instituto Igarapé, mais Melina Risso, doutora em administração pública pela FGV e ex-diretora do Instituto Sou da Paz, é obra que vem em boa hora, no calor dos debates eleitorais. O prefácio do livro é de autoria de Luís Roberto Barroso, Ministro do Supremo Tribunal Federal e professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Para as autoras, segurança pública é prioridade e elas acreditam que, com estratégias corretas podemos virar o jogo, como, aliás, aconteceu em locais violentos como Nova Iorque e Medellin. Países como Portugal, Holanda e Uruguai trabalham com políticas públicas em relação a drogas e é preciso observar suas experiências.
Os oito sintéticos capítulos da obra, que mostra simplicidade profunda e objetiva, dados e aponta soluções, tratam de entender a violência, do panorama da segurança pública no Brasil, da prevenção na segurança pública, das polícias no Brasil, de punição e prisão, da questão crucial das drogas, das polêmicas sobre armas e, na parte final, as autoras falam do importante papel que cidadãs e cidadãos podem e devem exercer no tocante à segurança pública.
O ministro Luís Roberto Barroso, no prefácio, escreve: "Este é um livro despretensioso na sua aparência, mas transformador no seu conteúdo. Foi escrito por duas pensadoras originais, que conjugam pesquisa séria, atitudes concretas e didática impecável. Para mim é um privilégio associar meu nome, neste breve prefácio, a um trabalho admirável, que lança luz intensa sobre um tema que não comporta soluções simplistas nem pode ser vítima de populismo eleitoral".
Por que o Estado não consegue proteger seus cidadãos? Que fatores potencializam essa realidade trágica? Quem governa a segurança? Qual o papel das polícias? Essas e outras questões são enfrentadas no volume. Realmente, a obra das autoras é, acima de tudo, um guia claro e acessível para entendermos de uma vez por todas a crise que enfrentamos nesse setor e é leitura indispensável para eleitores e candidatos.

a propósito...

Segundo as autoras, as soluções para esse problema gigante passam pela adoção do policiamento inteligente, maior esclarecimento de crimes para reduzir a impunidade, melhor gestão dos presídios e a aplicação de modelos alternativos à prisão para crimes não violentos. As soluções também passam pela melhoria no atendimento à primeira infância, a redução da evasão escolar e criação de espaços públicos que contribuam para a convivência, a revisão da política de drogas e uma regulação responsável de armas. Quem se identificar com as propostas do livro pode acessar www.paravirarojogo.com.br ou #paravirarojogo e colaborar com auxílios, informações e sugestões. (Jaime Cimenti)