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- Publicada em 30 de Agosto de 2018 às 22:30

Estado de que tamanho?

De que tamanho deve ser o Estado? O que queremos dele? Queremos que ele nos sirva ou que sirvamos a ele? Estado mínimo ou estado máximo? Essas perguntas são antigas e, no decorrer do tempo, já tiveram respostas diversas, em países diferentes e em várias épocas da história.
De que tamanho deve ser o Estado? O que queremos dele? Queremos que ele nos sirva ou que sirvamos a ele? Estado mínimo ou estado máximo? Essas perguntas são antigas e, no decorrer do tempo, já tiveram respostas diversas, em países diferentes e em várias épocas da história.
Menos estado e mais liberdade (Faro Editorial, 124 páginas, tradução de Leonardo Castilhone) traz o essencial do pensamento do grande F.A. Hayek, pensador e professor de Ciências Sociais e Morais na Universidade de Chicago e de Economia na Universidade de Friburgo. Hayek recebeu o prêmio Nobel de Economia em 1974 e escreveu mais de 15 livros, entre os quais O caminho da servidão, The Constitution of Liberty e Law, Legislation and Liberty.
A seleção e organização dos textos sobre mundo complexo, conhecimento e preços, prosperidade individual e ordem espontânea, estado de direito, liberdade e prosperidade, legislação é diferente de lei, falsa segurança econômica e o caminho da servidão, expansão e contração econômicas, a maldição da inflação, o desafio de ser bem-sucedido na sociedade moderna e ideias e suas consequências foi do professor de Economia Donald J. Boudreaux, da Universidade George Mason e do Fraser Institute.
Milton Friedman, Prêmio Nobel de Economia, escreveu: "Nenhuma figura teve influência tão grande sobre os intelectuais por trás da Cortina de Ferro quanto F. Hayek. Seus livros publicados por iniciativas independentes, embasaram a oposição ao regime e contribuíram para o colapso da União Soviética". O filósofo Karl Popper, por sua vez, escreveu: "O trabalho de Hayek marca o começo do debate mais fundamental no campo da filosofia política".
Este livro, em linguagem não acadêmica, fala das principais ideias do economista que revolucionou a compreensão dos mercados e, depois, desafiou profundamente a compreensão pública do governo. Hayek repensou completamente a relação entre indivíduos, mercado e estado.
No atual momento nacional e mundial, diante de tantas e tão rápidas mudanças políticas, sociais e econômicas, a obra de F.A. Hayek mostra-se atual e necessária, para, ao menos, tentar entender o está aí e procurar novos caminhos. Pensar sobre um estado menor, com mais liberdade para os cidadãos e adotar novas ideias e soluções liberais pode ser uma saída para não repetir grandes erros do passado.

lançamentos

  • Teoria da Literatura - Trajetória, fundamentos, problemas (É Realizações, 112 páginas), do professor Roberto Acízelo de Souza da Universidade do Rio de Janeiro, fala com clareza, objetividade, abrangência e síntese sobre teoria literária, sua origem, desenvolvimento, problemas, objetivos, correntes e relações com outras disciplinas. Sem concessões ou simplismos, a obra é útil para professores, estudantes e leitores com curiosidade saudável sobre o tema.
  • Um amor em movimento (Novo Conceito, 158 páginas), de Fernando Moraes, é romance roteirizado pela filosofia. Joan e Martina, dois professores de importante universidade de Santiago do Chile, ele filósofo, de origem pobre e ela da elite, formada em Medicina, saem a passear e conversar sobre Hannah Arendt, Schopenhauer, Voltaire, Pablo Neruda, Jesus Cristo e outros. Amor, solidariedade, socialismo cristão, cidadania e política são temas dos papos peripatéticos.
  • Mulheres nas artes, na cultura e na história (Ediplat, 120 páginas), do Círculo de Pesquisas Literárias-CIPEL, com introdução e organização de Rafael Bán Jacobsen e Lotário Neuberger, tem textos deles, de Felipe Daiello, Luiz Osvaldo Leite, Moacyr Flores, Hilda Hübner Flores e outros sobre mulheres filósofas no Estado, Eva Sopher, sufragismo, Princesa Isabel, Zoravia Bettiol, Irmã Maria Clara e Joanne DArc, cartas da Princesa Leopoldina e outros temas.

A literatura grega vive

Não só na filosofia e nas ciências os gregos deixaram legados que até hoje influenciam, principalmente, a cultura mundial ocidental. O imenso mundo da literatura grega antiga mostra que ela é fundadora, vive e se irradia em nós. Esta, em síntese, é a tese exposta e defendida com clareza e leveza pelo consagrado professor, pensador e escritor Donaldo Schüler, em seu volume de ensaios Literatura Grega: irradiações (Ateliê Editorial, 302 páginas), lançado há poucos dias.
Donaldo Schüler, doutor em Letras pela Ufrgs, foi durante décadas professor de língua e literatura na mesma universidade e traduziu Heráclito e Sófocles. Escreveu muitas obras sobre literatura, como Teoria do Romance e Aspectos estruturais da Ilíada e obras de ficção e poesia. Foi premiado pela APCA e com o prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro por sua conhecida tradução de Finnegans Wake de James Joyce, autor do qual Donaldo é especialista.
Grande conhecedor da literatura grega, o professor Donaldo apresenta este belo e denso conjunto de ensaios tratando de gêneros, narradores, líricos, pensadores, oradores e teatrólogos e, no capítulo final, fala de Ítaca, a ilha sonhada, onde reinou Odisseu. Nas páginas finais do volume estão dezenas de referências bibliográficas, para os leitores que quiserem aprofundar ainda mais os estudos sobre as influências que a literatura grega antiga têm sobre as reflexões e produções literárias atuais.
"Falta na Grécia Antiga, um termo para literatura, póiesis abarca a produção artística em todas as modalidades, há tendência de empregar logos para textos em prosa. Na Retórica de Aristóteles, lexis abarca a escrita. Para literatura os gregos de agora criaram o termo logotekhnia, para romance, mythistórima. Textos antigos repercutem, vigoram, irradiam. Permanecemos atentos às irradiações na Idade Média, na Modernidade , na Contemporaneidade, na Pós-contemporaneidade. Gêneros são maneiras de ser. A literatura grega nos funda, vive e se irradia em nós. O mundo se diversifica e se expande. Para a literatura não há limites. Obras transgridem fronteiras linguísticas, fecundam outras formas de dizer, de ser. O algo que era é: ser-to ti én cinai", escreveu o autor nas páginas iniciais da obra, cujo primeiro capítulo é Gêneros.
Na apresentação da obra, escreveu Sérgio Medeiros: "Schüler resume o enredo das obras que comenta, e às vezes também traduz passagens exemplares de diferentes autores clássicos, sobretudo na parte dedicada à poesia lírica; destaca-se, nos comentários que os acompanham, o ritmo de suas frases curtas, entremeadas muitas vezes de indagações que são logo respondidas, enquanto vai discorrendo, com segurança e sensibilidade, sobre cada gênero criado e desenvolvido no mundo grego (que é também, conforme ele o demonstra o tempo todo, o nosso mundo), a fim de enfatizar, desde o início, que uma forma literária atua sobre outra, "cruzamentos geram novos gêneros, fim (telos) não há, como nos grandes romances modernos, de Cervantes a Joyce, que ele também cita, servem de ilustração".
 

a propósito...

Donaldo mostra procedimentos narrativos de Homero reelaborados na prosa de Guimarães Rosa. Do romance, o gênero sem limites, encontram-se prenúncios nas invenções literárias de Platão. O encadeamento de episódios e a imaginação dos historiadores Heródoto, Xenofonte e Plutarco preparam o caminho para o romance histórico. Os conflitos interiores de Sófocles e Eurípedes anunciam o romance psicológico. O romance de costumes mostra-se embrionariamente na comédia nova e no discurso forense. A arte narrativa renasce vigorada, quando, transcorridos séculos, se liberta de tutelas. A epopeia e o romance, o limite e o ilimitado, determinam os polos da invenção. Os gêneros gregos continuam a gerar. Ensinamentos de Donaldo. A literatura grega vive.