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- Publicada em 27 de Julho de 2018 às 01:00

Família, amor e imortalidade

Detalhe da capa do livro

Detalhe da capa do livro


REPRODUÇÃO/JC
Os imortalistas (Harper Collins, 336 páginas, R$ 39,90, tradução de Santiago Nazarian) é o segundo romance da norte-americana Chloe Benjamin, autora de Anatomy of dreams, vencedor do prêmio Edna Ferber de ficção. Nascida em São Francisco, Chloe já teve seu trabalho traduzido para trinta línguas.
Os imortalistas (Harper Collins, 336 páginas, R$ 39,90, tradução de Santiago Nazarian) é o segundo romance da norte-americana Chloe Benjamin, autora de Anatomy of dreams, vencedor do prêmio Edna Ferber de ficção. Nascida em São Francisco, Chloe já teve seu trabalho traduzido para trinta línguas.
Narrativa elegante, engenhosa e plena de histórias de família, amor, liberdade e escolhas, mostra reflexões sobre como devemos passar o tempo, por vezes muito breve, que temos neste mundo. A história se inicia em 1969, no lower east side de Manhattan, quando os quatro irmãos da família Gold, então crianças de 13, 11, nove e sete anos, procuram uma vidente. A mulher lê a sorte, conta o que vai acontecer com as pessoas, se a vida vai ser boa ou ruim e diz exatamente quando elas vão morrer.
São contadas as cinco décadas das vidas dos Gold, a saga familiar que mostra como as revelações da vidente influenciaram as escolhas, a forma como viveram e, eventualmente, o modo como morrem. Simon, o menino de ouro, escapa para a Costa Oeste, procurando por amor na São Francisco dos anos 1980. A sonhadora Klara se torna uma ilusionista em Las Vegas, obcecada em misturar realidade e fantasia. Daniel luta para se manter seguro como um médico do exército após o fatídico 11 de Setembro quando houve o atentato às Torres Gêmeas. Varya, amante dos livros, se dedica a pesquisas sobre longevidade, nas quais ela testa os limites entre ciência e imortalidade.
Se você soubesse a data de sua morte, como seria a sua vida? Depois das revelações da vidente, nas vidas dos irmãos Gold, nada será capaz de acalmar seus corações. Na brilhante história de amor familiar, a linha tênue entre o destino e a escolha, mostra a realidade e a ilusão, este mundo e o outro.
Escolhemos os caminhos? Somos conduzidos? Força familiar, toques de suspense, drama, misticismo e fatos históricos da sociedade contemporânea como cenários estão na obra, que por seu valor tornou-se best-seller instantâneo, permanecendo três meses na lista de mais vendidos do The New York Times.
Acima de tudo a envolvente narrativa é uma prova emocionante do enorme poder da literatura, da essência da fé e da força absolutamente implacável dos laços familiares.

lançamentos

  • Deus - Uma história humana (Zahar, 246 páginas), de Reza Aslan, professor iraniano formado em Harvard e na Universidade da Califórnia, autor do best-seller Zelota: a vida e a época de Jesus de Nazaré, mostra uma história concisa e fascinante do nosso entendimento de Deus. A ideia, a necessidade e as origens de Deus ao longo dos tempos estão na obra, com novas luzes sobre fé e religião.
  • Era uma vez a literatura e outros ensaios clássicos (4ª edição, 248 p.), Linguagem, poder e ensino da língua (6ª edição,166 p. ) e O romance de 30 (4ª edição, 14 p.), do consagrado professor, jornalista e escritor José Hildebrando Dacanal, fazem parte da Série Básica da Editora BesouroBox , que apresenta temas relevantes em obras publicadas com cuidados editoriais e gráficos excelentes, assinados por Marco e Maitê Cena.
  • Simões Lopes Neto - A invenção, o mito e a mentira - Uma abordagem estruturalista (Editora Movimento,144 páginas), segunda edição da obra de Ana Maria Filipouski, Luiz Artur Nunes, Maria da Glória Bordini e Regina Zilberman, confirma a importância de Simões como narrador, documenta amplamente sua habilidade artesanal e fornece indicações preciosas aos interessados sobre as modernas técnicas de abordagem.
     

Pessoas com deficiência

Lendo este título aí em cima você pode estar pensando que vou escrever sobre todas as pessoas do planeta nestes breves três mil e seiscentos e quarenta caracteres. Tirando alguns seres como o Cristiano Ronaldo; Kolinda, a presidente da Croácia; Fernanda Montenegro, a Gisele Bündchen e mais uma meia dúzia de três ou quatro, todo mundo tem alguma deficienciazinha, mesmo que escondida pelas roupas, pela cara de paisagem, pelos silêncios ou pelos múltiplos biombos e máscaras que usamos no cotidiano para mostrar que somos eficientes e normais. De perto ninguém é normal ou sem deficiências.
Meu querido amigo Gilberto Herschdorfer, ex-publicitário, advogado, ex-presidente e atual Conselheiro de Cultura do Estado do RS e outras multiplicidades me sugeriu escrever sobre pessoas com deficiência. Sugerir não é bem a palavra. Ele docemente me pautou , me ofereceu subsídios e claro que resolvi concordar, que não sou totalmente bobo e o tema merece. Outro querido amigo, Antônio Carlos Cortes, advogado, jornalista, cronista e também com conselheiro do Conselho Estadual de Cultura, do qual já foi presidente, me mandou notícia sobre o absurdo de um aluno cadeirante da Ufrgs ter de lutar pelo direito a colar grau no palco do Salão de Atos da universidade. Parece que a coisa se resolveu e o ocorrido serve como símbolo.
Depois de texto aprovado pela ONU devemos nos referir a deficientes como pessoas com deficiência, pois deficiência não se porta, não é um objeto, a pessoa tem uma deficiência, faz parte dela. Temos um Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2006, que, em especial, no seu artigo 81, fala de acesso dos deficientes a teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esportes, casas de espetáculos e conferências e similares.
Muito já foi feito quanto ao tema em construções novas e antigas, em estacionamentos, no transporte público, nas calçadas e vias, mas é claro que muito há por fazer. Bom lembrar que no Brasil, segundo o IBGE, em 2010, tínhamos 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, ou seja, 23,9% da população de 190,7 milhões da época. No Rio Grande do Sul, segundo o IBGE, em 2010 tínhamos 2,5 milhões de pessoas com alguma deficiência, o equivalente a 23,8% da população de 10,7 milhões de habitantes da época.
A legislação brasileira sobre deficientes é razoável, mas o cumprimento, como acontece com muitas de nossas leis, ainda passa por problemas e as normas da ABNT esperam cumprimento, especialmente no que diz respeito a spaços públicos, acesso à informação e acolhimento. O Conselho Estadual de Cultura, através de sua Resolução nº 001/2014, dá orientações sobre a matéria, quanto a análise de projetos que buscam apoio pela Lei de Incentivo à Cultura.
Enfim, somos iguais e diferentes. A natureza nos fez assim. Nem todos devem ser iguais, nem todos diferentes. O direito e as leis devem apontar o bom convívio e as formas de respeito às igualdades e diferenças.

a propósito...

Muito além do respeito aos direitos das pessoas com deficiência, cujos números mencionados são eloquentes, é preciso não deixar de levar em conta que as possibilidades de mobilidade e acesso delas em vias e locais públicos, especialmente, é importante para o desenvolvimento social, político e econômico. Pessoas com deficiência pagam impostos, utilizam bares, restaurantes, hotéis, compram entradas para teatro, cinema e podem e devem participar ativamente do mundo do trabalho, se lhe forem dadas as condições necessárias. É bom lembrar, como foi dito lá no início, que de perto ninguém é normal ou sem deficiências. É bom lembrar que mesmo as flores têm formatos e perfumes diversos e que a natureza é diversa e merecedora de respeito. Ah, dia 21/09 é o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência.