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Espaço Vital

- Publicada em 01 de Abril de 2022 às 03:00

1. As malas da política


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Lembram do caso das nove malas milionárias, descobertas há quatro anos e meio? Pois o PT oficializou na quarta-feira (30) uma aliança com Geddel Vieira Lima e seu irmão, Lúcio, para a eleição a governador da Bahia do próximo 2 de outubro. Com isso, Geddel e Lula devem estar juntos nos palanques do principal colégio eleitoral do Nordeste.
Lembram do caso das nove malas milionárias, descobertas há quatro anos e meio? Pois o PT oficializou na quarta-feira (30) uma aliança com Geddel Vieira Lima e seu irmão, Lúcio, para a eleição a governador da Bahia do próximo 2 de outubro. Com isso, Geddel e Lula devem estar juntos nos palanques do principal colégio eleitoral do Nordeste.
Em troca do apoio ao candidato petista Jerônimo Rodrigues, os irmãos Vieira Lima indicaram o presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Geraldo Júnior. Do ponto de vista do emedebista, que deixou a penitenciária há dois anos, é uma volta por cima na política. Também é um risco de revés para ACM Neto (União Brasil), que está na liderança das pesquisas, e contava com o apoio do MDB. Mas...

2. Do baú do Espaço Vital

O baiano Geddel Quadros Vieira Lima, 63 de idade, detentor da Ordem do Mérito Militar - condecoração criada para galardoar militares, civis e instituições - é também um exito$o (...) administrador de empresas, pecuarista e cacauicultor. Ex-deputado federal eleito cinco vezes consecutivas pelo MDB da Bahia, foi ministro da Integração Nacional do governo Lula; vice-presidente da Caixa Econômica Federal, no governo Dilma; e ministro-chefe da Secretaria de Governo, na gestão Michel Temer. Nesta última função foi demitido seis meses após a posse, quando seu colega de ministério Marcelo Calero revelou denúncias de corrupção no Palácio do Planalto.
Preso preventivamente em 3 de julho de 2017, na Operação Greenfield ("Campo Verde..."), Geddel foi solto no mesmo mês para cumprimento em prisão domiciliar. Foi preso novamente em setembro de 2017, após a apreensão de mais de R$ 51 milhões em espécie em um apartamento do qual tinha a posse - dada gratuitamente por um amigo - para guardar bens do espólio de seu pai.
Em 22 de outubro de 2019, a 2ª Turma do STF condenou Geddel a 14 anos e dez meses de prisão em regime inicial fechado e seu irmão, o ex-deputado Lúcio, a dez anos e seis meses, no mesmo regime. Em fevereiro último, o ministro Edson Fachin, do STF, deferiu o pedido de liberdade condicional de ambos.
O dinheiro apreendido está depositado na Caixa Federal, ainda sem destinação. Não se sabe o quanto está rendendo. Nem para o quê/quem...
 

3. Os anões, o gigante e o percevejo

Se houvesse um livro sobre as memórias de Geddel Vieira Lima, algumas páginas certamente seriam dedicadas à estória dos "Anões do Orçamento", descobertos em 1993. O esquema envolvia parlamentares que manipulavam emendas orçamentárias com a criação de entidades sociais fantasmas ou participação de empreiteiras no desvio de verbas. A trampa era comandado pelo deputado baiano João Alves, que ficou conhecido por justificar (!) sua fortuna, comprovando (!) ter ganhado 56 vezes na Loteria Esportiva e na Loteria Federal em apenas um ano (1993). Geddel era apoiado político de João Alves e cuidou da liberação de várias emendas para ele.
Em 2002, Geddel foi chamado pelo ex-presidente Itamar Franco - então governador de Minas que disputaria as prévias do partido à Presidência da República - de "percevejo de gabinete". Em 2001, o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães divulgou um vídeo intitulado "Geddel vai às compras". Tratava sobre o suposto enriquecimento ilícito de Geddel e sua família e compra de votos.

4. O dia de hoje

Esta sexta-feira é primeiro de abril. Mas as notícias sobre Geddel, as malas, os anões, os palanques políticos etc. são, todas tristemente verdadeiras.
A teoria mais aceita diz que o Dia da Mentira ou "April Fools Day" (Dia dos Bobos de Abril), como é conhecido nos países de língua inglesa, surgiu de uma mudança no calendário utilizado na França, no século 16.

Cupidez oficial

Não é notícia confirmada, nem tampouco invenção; é mera especulação. O advogado Mário Loreno Cechet expressa, neste primeiro de abril, seu temor de que a voracidade financeira possa alcançar, breve, as honestas pessoas que acessam o portal do TJRS.
Eis a digressão dele: "Já estou aguardando o momento em que o Podes Judiciário cobrará pelas consultas aos seus sites, por acessos, por aviõezinhos, motos e barquinhos, por processos. Também pelas buscas por julgados, ou jurisprudência. Quem sabe, talvez, um percentual sobre o resultado da ferramenta de cálculo (eu não deveria ter alertado!), ou talvez até por... protocolo de petições...

A propósito

Aliás, o temor pelas tais possíveis "mordidas" especuladas pode não demorar.
Até porque os Correios já começaram a cobrar pelos serviços de protocolo postal. Além da tarifa postal pelo envio do Sedex, surgiu um penduricalho: a taxa de protocolo!

O novo cardápio

Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, delator da Lava-Jato e que cumpre prisão domiciliar desde 2019, está de atividade nova, longe do futebol político-financeiro. Na verdade, ele chama-se oficialmente José Aldemário Pinheiro Filho. A razão para o apelido Leo é um dos segredos mais bem guardados do executivo.
Semana passada, fazendo o papel de intermediário de negócios de propaganda, Aldemário levou Fabrício Bloisi, o presidente do iFood, a uma aproximação com o grupo Bandeirantes.

Cuidados com as mamas

A cara leitora já se submeteu a mamoplastia? É que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento das próteses mamárias com gel de silicone fabricadas pela empresachinesa Guangzhou Wanhe Plastic Materials. O "certificado de conformidade" do produto perdeu sua vigência. E há controvérsias sobre a composição e a resistência do produto.
O Espaço Vital procurou a representante comercial da Guangzhou no Brasil. Mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Pegadinhas e boatos

O Dia da Mentira, também conhecido como dia dos bobos, é uma celebração anual em alguns países europeus e ocidentais, comemorada em 1º de abril, pregando pegadinhas e espalhando boatos. Um dos registros (não confiável...) diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século 16, o Ano Novo era festejado no dia 25 de março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º do mês seguinte. A apreciada síntese é da enciclopédia Wikipédia.
Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX, da França, determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1º de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e seguiram adotando o calendário antigo, pelo qual o ano se iniciaria a 1º de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.
No Brasil, o primeiro de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um jornal de vida efêmera (21 anos) lançado em 1º de abril de 1828, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. A Mentira circulou pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os seus credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte. Deu como referência para o encontro um local inexistente...

Mentiras gaúchas

Entre a população teutófona do sul do Brasil, onde a vasta maioria fala o dialeto alemão-riograndense, o primeiro de abril se chama "der aprilscherz" (a pegadinha de abril). A vítima é chamada de "der Narr" (no masculino) e "die Narrin" no feminino.
Na Alemanha, o primeiro de abril como Aprilschertz ocorreu na Baviera em 1618. Essa popular tradição germânica certamente foi introduzida pelas primeiras levas de imigrantes alemães que se assentaram permanentemente no Rio Grande do Sul a partir de 1824, inicialmente onde está hoje o Município de Teutônia.
Segundo a tradição, além de contar mentiras, existe até hoje o costume de se enviar uma pessoa desavisada a cumprir tarefas sem fundamento ou levar informações sem nexo para outrem.