Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Espaço Vital

- Publicada em 05 de Novembro de 2021 às 03:00

'Cannabis forense'


CAMILA ADAMOLI / DIVULGAÇÃO EV/jc
O desembargador aposentado Moacir Haeser conta para o colunista fato ocorrido nos anos 1980, quando jurisdicionava uma grande comarca do interior gaúcho. Certo dia, percebeu - num dos cartórios judiciais - diversos vasos com plantas, colocados na janela para apanhar sol. Poderia ser iniciativa de algum funcionário adepto da floricultura e quisesse alegrar o ambiente. Ou chá para a preparação de uma infusão para estimular os servidores - pensou o magistrado. Mas achou estranho.
O desembargador aposentado Moacir Haeser conta para o colunista fato ocorrido nos anos 1980, quando jurisdicionava uma grande comarca do interior gaúcho. Certo dia, percebeu - num dos cartórios judiciais - diversos vasos com plantas, colocados na janela para apanhar sol. Poderia ser iniciativa de algum funcionário adepto da floricultura e quisesse alegrar o ambiente. Ou chá para a preparação de uma infusão para estimular os servidores - pensou o magistrado. Mas achou estranho.
Chegando mais perto da plantação, o juiz ficou então - ante o cheiro característico - ainda mais desconfiado. E logo questionou um funcionário: "O que é isto?". A resposta foi simplória: "É maconha que foi apreendida pela polícia e enviada junto com o inquérito. Nós não sabíamos o que fazer. Estamos regando e colocando no sol para que as plantinhas não morram".
O magistrado deu cinco minutos de prazo para que os espécimes fossem incinerados, lançando-se minuciosa certidão nos autos. E assim evitou-se que um eventual flagrante de drogas acontecesse dentro do próprio fórum.

Inadimplente não vota

Decisão judicial que permite que advogados inadimplentes no pagamento da anuidade à OAB participem do pleito eleitoral contraria a regulação que a própria entidade faz das eleições, já reconhecida legal pelo Superior Tribunal de Justiça. A decisão é do presidente da corte, ministro Humberto Martins. Ele sustou os efeitos de liminar que permitia que os advogados inadimplentes na OAB de Goiás participassem do pleito ali.
A decisão foi dada em sede de suspensão de segurança. Antes, o pedido fora indeferido pelo TRF da 1ª Região. Contra essa decisão, a OAB-GO e o Conselho Federal da OAB manejaram recurso perante a presidência do TRF-1, que se considerou incompetente para apreciar o caso. (SS nº 3.349).
O julgado monocrático é um claro recado para a pretensão da chapa oposicionista às eleições na OAB gaúcha.

Descuidos do poder público

O advogado Fernando Augusto Silveira Alves viu, sentiu-se incomodado e fotografou uma placa afixada pela Prefeitura na festejada e recentemente inaugurada pista de "skate" do trecho 3 da orla do Guaíba. Depois, enviou a "prova" ao professor de Português Paulo Flávio Ledur. Dentre cinco frases, todas continham o mesmo erro: verbo principal e seu auxiliar flexionados. Ora, sabemos que nessa situação o verbo principal descansa e faz o auxiliar trabalhar, ou melhor, flexionar.
Aí vão apenas duas das cinco pérolas: 1) "O shape precisam estar em bom estado e não trincados"; 2) "Os oito rolamentos necessitam estarem limpos, girando com facilidade e não faltando".
As demais frases no mesmo padrão... Pode não ter havido tombos no esporte, mas ocorreram sérios escorregões vernaculares.

Bom isso!

A gaúcha Tânia Regina da Silva Reckziegel, desembargadora do TRT da 4ª Região (RS), foi eleita ouvidora do Conselho Nacional de Justiça, onde já exerce a função de conselheira desde 2020. O mandato tem duração de um ano, com possibilidade de recondução. As atribuições da função de ouvidor(a) do CNJ também foram revisadas.
Dentre elas, estão: a) viabilizar o exercício dos direitos de cidadania e fomentar a participação social, auxiliando na transparência institucional e na promoção da qualidade do serviço público; b) promover a efetividade dos direitos humanos ao ouvir, reconhecer e qualificar as manifestações apresentadas pelos cidadãos; c) atuar na defesa da ética, da transparência e da eficiência da prestação do serviço público; d) receber, analisar e encaminhar às autoridades competentes as manifestações, acompanhando o tratamento até a sua efetiva conclusão.

Querendo escapar

A australiana BHP Billiton, que divide com a Vale o controle da encrencada mineradora Samarco, pediu esta semana à 12ª Vara Federal de Minas Gerais para parar de pagar as indenizações e os custos pela reparação da tragédia de Mariana, que hoje (5) completa seis anos. O desastre causou a morte de 19 pessoas e superlativos danos ambientais.
Em outubro, o Tribunal de Justiça mineiro obrigou a Vale e a BHP a assumirem a conta, concluindo que as duas também são responsáveis pelo rompimento da barragem. A Samarco está em recuperação judicial.

A novela que não acaba

Parece notícia velha ou repetida. Mas o Palácio do Planalto aguarda que, ainda esta semana, ou no máximo na segunda-feira, Davi Alcolumbre marque a encrencada sabatina de André Mendonça.
Faz quatro meses que Mendonça foi indicado por Jair Bolsonaro para uma vaga no STF.

Dinheiro brasileiro-luso

O escritório que o BTG Pactual abriu em Lisboa em janeiro de 2020 - para atender os brasileiros de alta renda residentes em Portugal - já tem sob sua gestão o equivalente a R$ 10 bilhões.
A grana de muita gente rica do Brasil escorre mesmo, esquentada, para Portugal. Ora, pois.

Orgulho, justo ali...

Eis o que mostra recente pesquisa do Data Favela, parceria entre o Instituto Locomotiva e a Central Única das Favelas do Brasil (Cufa). Para 96% dos entrevistados, morar na comunidade é "motivo de orgulho". A crise também não abala o otimismo da comunidade: 98% têm sonhos e 84% estão certos de que vão realizá-los. As perspectivas, nas favelas, para 2022 são boas: 73% acham que sua vida vai melhorar; 69% dizem que a pandemia não será um problema e 64% garantem que a vida na comunidade será melhor do que em 2021. De uma escala de zero a 10 para medir a felicidade, 57% se posicionaram entre 9 e 10; e a média ficou em 8,3.
A pesquisa realizada em favelas de todo o Brasil teve 2.210 entrevistas com homens e mulheres a partir dos 16 anos. A margem de erro é de 1,8 pontos percentuais.

Empresa malvada

O Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Vale S.A. contra decisão que determinara o restabelecimento integral do plano de saúde de um engenheiro de Parauapebas (PA), incluindo sua esposa como dependente. Ele foi demitido durante tratamento de câncer e conseguiu, judicialmente, restabelecer o benefício. Mas a empresa sustentava que a decisão valeria apenas para ele.
Na reclamação trabalhista originária, o engenheiro disse que, em 2011, fora diagnosticado com um tumor cancerígeno de nove centímetros. Em seguida, teve de submeter a um longo tratamento, com sessões de quimioterapia e implante de medula. Em fevereiro de 2015, ele foi dispensado e ajuizou reclamação trabalhista a fim de anular a dispensa. Em tutela antecipada, pediu o restabelecimento do plano de saúde, para que pudesse dar continuidade ao tratamento.
Todavia, o plano foi restabelecido apenas para ele, sem a inclusão da esposa como dependente. Na mesma decisão, também foi deferida a reintegração do empregado. Segundo a decisão, a dispensa fora discriminatória, em razão da doença grave. O TRT da 8ª Região (PA) concedeu a segurança, ao definir que "a cobertura do plano de saúde aos dependentes é acessória ao benefício principal". (RO nº 475-16.2017.5.08.0000).