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- Publicada em 10 de Setembro de 2020 às 21:42

O laudo negativo da paternidade que era positiva

espaço vital 11 setembro 2020 - Gerson Kauer / Divulgação EV

espaço vital 11 setembro 2020 - Gerson Kauer / Divulgação EV


/GERSON KAUER/Divulgação/JC
A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, por maioria, negou provimento à apelação cível de três moradores da cidade de Não-Me-Toque (RS) e manteve a sentença de primeiro grau que indeferiu o pedido de reparação por danos morais contra a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e a União. Os autores são Walmor José Weber (o pai, motorista, divorciado, 60 anos de idade atual), Marlene Cabral (a mãe, diarista, 44 anos) e Itaianã Augusto Cabral (o filho, metalúrgico, 26 anos). Eles buscam indenização em decorrência de erro em um teste de paternidade realizado em 1996. Refeito em 2017, o exame de DNA teve resultado diverso (positivo), diametralmente diferente do anterior (negativo).
A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, por maioria, negou provimento à apelação cível de três moradores da cidade de Não-Me-Toque (RS) e manteve a sentença de primeiro grau que indeferiu o pedido de reparação por danos morais contra a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e a União. Os autores são Walmor José Weber (o pai, motorista, divorciado, 60 anos de idade atual), Marlene Cabral (a mãe, diarista, 44 anos) e Itaianã Augusto Cabral (o filho, metalúrgico, 26 anos). Eles buscam indenização em decorrência de erro em um teste de paternidade realizado em 1996. Refeito em 2017, o exame de DNA teve resultado diverso (positivo), diametralmente diferente do anterior (negativo).
O julgamento ocorreu em sessão telepresencial, no dia 2 deste mês. A ação revela que, entre 1993 e 1994, Walmor e Marlene tiveram relacionamento amoroso e, logo após o fim do namoro, ela soube que estava grávida. Com o nascimento do bebê, Walmor afirmou que só registraria Itaianã Augusto com a comprovação da paternidade.
A genitora moveu uma ação de investigatória com pedido de pensão alimentícia. Mas em 1996, o Departamento de Genética da Ufrgs apresentou um laudo de DNA excluindo Walmor da paternidade. A ação foi, então, improcedente. No entanto, 18 anos depois, o filho começou um relacionamento com uma pessoa que o achou muito parecido fisicamente com Walmor, cuja paternidade fora negada pelo laudo. Em nova ação cível foi realizado então outro teste de DNA, desta vez pelo Laboratório de Investigação de Paternidade, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde do RS. Em fevereiro de 2017, o novo laudo apontou a probabilidade (99,99%) de que Walmor fosse o pai biológico de Itaianã Augusto.
Acordados os pais biológicos, em julho de 2017 ingressaram com ação reparatória por danos morais contra a Ufrgs e a União. O pedido foi de R$ 80 mil para cada um deles. Também buscaram o pagamento do valor corrigido da pensão alimentícia não recebida por Itaianã Augusto durante os 18 anos de menoridade.
O juiz Cesar Augusto Vieira, da 1ª Vara Federal de Carazinho (RS), em outubro de 2019 reconheceu a ilegitimidade passiva da União e julgou a ação improcedente em relação à Ufrgs. Houve apelação ao TRF-4. A desembargadora relatora Vivian Josete Pantaleão Caminha entendeu que a sentença estava correta. E acolheu a tese defensiva da universidade de que o primeiro teste de paternidade realizado em 1996, "é de época quando a técnica do exame de DNA estava em início no País, com apenas dois laboratórios realizando o procedimento". Para a magistrada "não havia como exigir da Ufrgs que acertasse o resultado de todos os testes, visto que a técnica à disposição apresentava limitações". Tal voto foi acompanhado pelos desembargadores Candido Alfredo Silva Leal Júnior e Marga Barth Tessler.
A divergência aberta pelo desembargador Ricardo Teixeira do Valle Pereira, avaliou que "os abalos enfrentados pelos três demandantes são presumidos e inquestionáveis". E reconheceu que "o desconhecimento da paternidade por mais de 20 anos certamente gerou transtornos e deixou marcas, como aliás demonstrado pelos depoimentos colhidos". Reconheceu também ser "relevante a questão fática de ter sido sonegada aos interessados a relação de paternidade que de fato existe". O voto deferiu R$ 80 mil a cada um dos três autores e negou o pensionamento. Nessa linha também votou o desembargador Rogério Favreto.
Não há trânsito em julgado. O advogado Arthur Sulzbach de Aguiar - que atua em nome de pai, mãe e filho - disse ao Espaço Vital que aviará recurso especial. (Processo nº 5002501-77.2017.4.04.7118).

Ordem alfabética

Conforme os assentamentos do CF-OAB, estão no exercício do cargo de conselheiros federais, pelo RS, os advogados Greice Fonseca Stocker, Rafael Braude Canterji e Renato da Costa Figueira. São suplentes: Beatriz Maria Luchese Peruffo, Clea Carpi da Rocha e Maria Cristina Carrion Vidal de Oliveira.

Advocacia tecnológica

Um dia depois da denúncia do MPF que "tarrafeou" 24 notórios advogados no Brasil todo, uma sucinta mas pertinente análise feita por ex-conselheira da OAB gaúcha, ainda na atividade profissional, viúva de um também advogado e com dois filhos na mesma profissão: "Houve uma mudança total e radical em poderosos setores da advocacia brasileira. Emoção: zero. Comprometimento com o social: zero. Objetivos: plena utilização da tecnologia para alcançar o $uce$$o (com cifrões) e total afastamento dos aspectos humanistas".
Tristeza e melancolia. A segunda caracterizada por um estado de abatimento mental.

Os capitalistas

Em meio à pandemia, quem nada perdeu e muito ganhou foram os supermercados. Preocupado com a alta nos preços dos alimentos, o presidente Jair Bolsonaro pediu aos supermercadistas que eles reduzam suas margens de lucro sobre os produtos da cesta básica a quase zero.
Será difícil - para não dizer improvável. O capitalismo é um sistema econômico que visa o máximo lucro e busca o predomínio da propriedade privada. Apesar de ser considerado um sistema econômico, ele estende-se aos campos políticos, sociais, culturais, éticos e muitos outros.

Agir ou parar?

Está nas mãos do presidente da OAB-RS, Ricardo Breier, definir os rumos de uma moção subscrita pelo advogado Jari Antonio Guizolfi Espig (OAB/RS nº 29.211). O foco: a delação premiada feita por um empresário carioca que "tarrafeou" o atual presidente do Conselho Federal da Ordem, Felipe Santa Cruz.
Jari Espig - que é o decano dos presidentes da subseções gaúchas - pretende que a Ordem gaúcha movimente os seis conselheiros federais eleitos pela advocacia do RS (três titulares e três suplentes) na iniciativa de "propor, perante o plenário do Conselho Federal, o imediato afastamento cautelar do presidente nacional da Ordem, por um período certo e determinado, para investigação, via procedimento adequado, dos fatos narrados na aludida delação premiada".

$acrilégio...

A 18ª Câmara Cível do TJ do Rio de Janeiro cassou na terça-feira a aposentadoria do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), obtida após ele ter exercido mandato na Alerj. A investigação apontou que, entre 2001 e 2002, Cunha apresentou evolução patrimonial incompatível com seus vencimentos de deputado.
Coincidentemente, um dia depois, a 13ª Vara Federal em Curitiba condenou Cunha - que está em prisão domiciliar (?) - a outros 15 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença confiscou quatro automóveis do ex-deputado. Um deles, um Porsche Cayenne - avaliado em R$ 700 mil - teve a propriedade "lavada", passando a ser de uma empresa denominada Jesus Ponto Com. Que magano sacrilégio! (Proc. nº 5053013-30.2017.4.04.7000).

Olho no precedente!

O Tribunal Superior do Trabalho, em sua composição plena, manteve a condenação da Costa Oeste Serviços Ltda., de Londrina (PR), ao pagamento de indenização a um gari, por deixar de fornecer banheiros químicos móveis durante as atividades externas de limpeza urbana.
O julgado concluiu que a prática da empresa "impôs condições precárias de trabalho, ao orientar os empregados a buscar algum estabelecimento público". (Proc. E-Ag-RR nº 1152-59.2017.5.09.0019).

Efeito orloff...

A "fala de Lula ao Brasil", exibida no 7 de setembro e autodenominada "pronunciamento histórico", alcançou 690 mil acessos nos canais (YouTube) do PT e do ex-presidente. Mas esse número corresponde a apenas 30% das estimativas. Houve também uma ressaca pesada: a fala teve 115 mil dislikes cravados.

Mas, quem sabe?...

De repente, para aplacar críticas, os supermercados relançam pãezinhos a R$ 0,10. E assim fazem de conta. E logo, na mesma toada, aumentam 5% no preço do queijo e do presunto.