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- Publicada em 05 de Março de 2020 às 21:25

OAB (Brasil) X ABA (Estados Unidos)

Corag (foto) e TVE já haviam sido beneficiadas por liminares que impediram a dispensa de funcionários

Corag (foto) e TVE já haviam sido beneficiadas por liminares que impediram a dispensa de funcionários


/JONATHAN HECKLER/arquivo/JC
Durante a semana teve repercussão nas redes sociais brasileiras uma revelação feita pelo consultor tributário Carlos Otávio Schneider, gaúcho, presidente da cada vez mais ativa Associação Nacional dos Bacharéis em Direito, que inicia um enfrentamento com a OAB. "Aqui estamos longe de um país justo, moderno e equitativo" - diz ele.
Durante a semana teve repercussão nas redes sociais brasileiras uma revelação feita pelo consultor tributário Carlos Otávio Schneider, gaúcho, presidente da cada vez mais ativa Associação Nacional dos Bacharéis em Direito, que inicia um enfrentamento com a OAB. "Aqui estamos longe de um país justo, moderno e equitativo" - diz ele.
O Espaço Vital sintetiza a tese de Schneider: é que nos EUA a graduação na Escola de Direito é suficiente para que o advogado exerça seu ministério. Lá quem é doutor em leis é porque tem doutorado (o índice é de mais de 95% dos advogados). No Brasil, menos de 2% dos profissionais têm doutorado; e quanto ao exercício profissional, aqui só se reconhece como advogado aquele aprovado e inscrito na OAB.
A OAB foi criada pelo Decreto nº 19.408/1930. Nos Estados Unidos a entidade responsável pelo controle da advocacia é a "ABA - American Bar Association" - Associação Americana de Advogados. Trata-se de uma associação privada criada em 1878; a filiação a ela é facultativa, não sendo condição para o exercício da profissão.

Estabilidade para servidor da Corag

Corag (foto) e TVE já haviam sido beneficiadas por liminares que impediram a dispensa de funcionários

Corag (foto) e TVE já haviam sido beneficiadas por liminares que impediram a dispensa de funcionários


/JONATHAN HECKLER/arquivo/JC
A 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RS) deu provimento ao recurso interposto pelo servidor Paulo Roberto de Azeredo Sá, da extinta Corag - Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas. Ele pleiteou o reconhecimento da estabilidade constitucional e a concessão do instituto da disponibilidade remunerada até que a Administração Pública o aproveite em função compatível com o seu cargo.
O trabalhador fora dispensado devido ao "plano de recuperação" do Estado do Rio Grande do Sul, que extinguiu diversas fundações e empresas públicas, dentre elas a gráfica do Estado. O ingresso tinha sido mediante concurso público, em 1991. A rescisão foi em 30 de janeiro de 2018. A sentença não acolheu a tese do reclamante, mas o recurso foi provido.
Para a relatora, desembargadora Maria Cristina Schaan Ferreira, a regra aplicável ao reclamante é a prevista no art. 41 da Constituição Federal, que antes da Emenda Constitucional nº 19/98 lhe garantia a estabilidade. A conclusão: "Quando entrou em vigor a nova regra, em 1998, o reclamante já possuía direito adquirido à estabilidade, razão pela qual faz jus à disponibilidade remunerada até que o Estado o aproveite em função compatível com o seu cargo".
A decisão cria importante precedente para os servidores celetistas que já adquiriram estabilidade até 1998, desde que tenham cumprido o requisito de terem sido nomeados por meio de concurso público. O advogado Thiago Rodrigues Sá (OAB-RS nº 106.793) atua em nome do reclamante. (Proc. nº 0020027-84.2018.5.04.0018).

Todos ao "Bar"!

Grupos de WhatsApp, na sequência das comparações entre as duas entidades indagaram e discutiram longamente "por que a OAB dos Estados Unidos se chama de American Bar Association?". Nas postagens, algumas coisas corretas, também delírios e bobagens. O Espaço Vital pediu ao professor de Português Paulo Flávio Ledur uma aula objetiva sobre o(a) "Bar estadunidense". Eis suas interessantes informações.
"Bar Association é a denominação da Ordem dos Advogados nos Estados Unidos. Mas, o que o bar teria a ver com a entidade que congrega os profissionais do Direito? Por acaso seria um incentivo à bebida, ao alcoolismo? Ou uma insinuação de que a frequência aos bares é marca dos advogados?
Calma! Não é nada disso, mas bem que poderia ser... Consta que a palavra bar surgiu na Inglaterra nos idos de 1590 para designar a barra existente no balcão dos estabelecimentos especializados em oferecer bebidas alcoólicas. A função dessa barra era impedir que os clientes se debruçassem sobre o balcão e atrapalhassem a ação do barman.
Com o tempo, a polissemia da palavra proliferou, tudo porque o bar é também local que se presta para confraternização, reunião, debate, congregação, para colocar as ideias em ordem, enfim. Resultado: a palavra passou a ser usada para os mais variados significados e nas mais distintas áreas do conhecimento e da ação do homem, em especial na língua inglesa.
Na linguagem jurídica, por exemplo, bar pode ser usado para designar foro, corte de justiça, tribunal, e, claro, a própria profissão de advogado, advindo daí a designação de Bar Association para a Ordem dos Advogados americana.
Portanto, os advogados frequentadores de bares não precisam se constranger, mas, claro, entender que a Bar Association, apesar da origem da palavra, tem as mesmas nobres funções da nossa Ordem dos Advogados.
Em síntese, todos ao Bar!" (Este com a inicial maiúscula - por não se tratar de um bar comum...).

Discriminação insensível

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou a reintegração de um empregado da Brasdril Sociedade de Perfurações Ltda. Ele fora dispensado uma semana depois de retornar de afastamento para tratamento de câncer do reto em estado avançado. Conforme o julgado, "a dispensa foi presumidamente discriminatória".
Contratado em junho de 2008 como operador de torre, em plataforma de petróleo da Petrobras, na Bacia de Campos (RJ), em maio de 2011, com o diagnóstico da doença, o trabalhador teve de ficar afastado por quase dois anos. Ao retomar suas atividades, em março de 2013, fora demitido. Terá direito aos salários que não foram adimplidos. (RR nº 462-45.2015.5.17.0191).

Elas em ordem

O gênero feminino vai de passo firme na consolidação da supremacia nas inscrições na OAB-RS. Números oficiais tabulados nesta quinta-feira revelam 86.389 nomes cadastrados; são 43.579 advogadas e 42.810 advogados - a diferença é de 769 e deve chegar aos 1.000, neste andor numérico, até julho.
Um detalhe etário: as advogadas têm o dobro de inscrições na faixa dos 22 aos 25 anos de idade: são 2.589 a 1.249. Entre os "maduros" - ou "cascudos", como se diz no futebol - os homens são expressiva maioria nas faixas que começam aos 41 de idade.
Ah! As estagiárias gaúchas há dois anos já são maioria: 801 a 635, atualmente. Mas a OAB não computa as futuras e promissoras advogadas por (jovens) faixas etárias.

Criação perversa

Frase solucionática entreouvida nesta quinta-feira, na rádio-corredor da OAB de Brasília, num grupo de desencantados com os prováveis candidatos à sucessão de Jair Bolsonaro: "Vamos lançar a chapa Dráuzio Varella/Gabigol para concorrer à presidência em 2022".
Em seguida, alguém complementou: Gleisi Hoffmann seria a ministra da Casa Civil, em caso de vitória. E o namorado dela, o ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ), poderia optar: o Ministério da Economia, ou a presidência da Caixa Federal.

"O senhor estava vivo?"

O advogado carioca Michel Assef, 75 de idade, esteve na semana passada numa das agências da Caixa Federal na "cidade-maravilhosa-alagada" para fazer a prova de vida que o INSS exige anualmente dos advogados (até aí tudo pertinente). O cidadão saiu com o papelucho no bolso e com a certeza do dever cumprido.
Pois na quarta-feira, Michel recebeu um aviso da CEF avisando que - por não ter feito a comprovação no ano passado - ele terá que comprovar documentalmente que estava vivo em 2019.

Pois é...

Tem momentos em que a burocracia brasileira se transforma em "burrocracia".
O conhecido substantivo pode ser definido - conforme bons dicionários - como "excesso de papelada e de exigências que tornam morosos os serviços prestados pelos órgãos públicos e privados". Mas a expressão "burrocracia" - com três erres, é claro - não está disponível nos dicionários. Mas deve ser algo como estúpida idiotice.
Vivo em fevereiro em 2020, o cidadão acaso poderia estar enterrado em um cemitério no ano passado?