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- Publicada em 30 de Outubro de 2018 às 01:00

O 'efeito Orloff' em novembro

Nos anos 1980, havia um comercial de vodca que ressaltava a qualidade do produto, supostamente por não causar ressaca: "Eu sou você amanhã", explicava um bem-disposto sósia de um sujeito sentado à mesa de um bar, antes de pedir ao garçom que substituísse o pedido por uma dose da marca anunciada.
Nos anos 1980, havia um comercial de vodca que ressaltava a qualidade do produto, supostamente por não causar ressaca: "Eu sou você amanhã", explicava um bem-disposto sósia de um sujeito sentado à mesa de um bar, antes de pedir ao garçom que substituísse o pedido por uma dose da marca anunciada.
O slogan pegou e foi apropriado pelo jornalismo político em forma de um conceito ("efeito Orloff") que se tornou corrente para fazer prognósticos sobre hiperinflação, gangorra do dólar, planos econômicos mirabolantes e... corrupção etc.
Ontem, primeiro dia pós-segundo turno, duas "rádios-corredores" - a da OAB-RS e a da OAB-PR - ressuscitaram a expressão, antevendo que... o passado de Lula (PT) vai assombrá-lo novamente. É que o juiz Sérgio Moro marcou para a primeira segunda-feira (05/11) pós-feriadão de Finados - a data seria mera coincidência - a retomada das audiências do caso do sítio de Atibaia (SP). Lembram? É aquela ação penal que esquadrinha obras, decoração e outros babados feitos, durante o último ano do segundo mandato do ex-presidente, graciosamente pelas notórias Odebrecht e OAS.
Durante oito dias úteis sequenciais, serão ouvidos alguns pesos-pesados que estão enrolados. Entre eles, Emílio Odebrecht, Marcelo Odebrecht, Leo Pinheiro, João Carlos Bumlai e o advogado Roberto Teixeira. O grande final será o interrogatório do próprio Lula na tarde da quarta-feira 14 de novembro. Palpita-se, na República de Curitiba, que a sentença sairá na primeira semana depois do Carnaval de 2019. Será a pós-ressaca de Momo que estará em festas nos dias 2, 3, 4 e 5 de março.
 

Benemerência oportuna

O jornalista Lauro Jardim publicou ontem em seu blog que Jair Bolsonaro gastou cerca de R$ 1,5 milhão na campanha - e que a "vaquinha virtual" tinha arrecadado R$ 3,5 milhões.
O saldo já tem destino certo: será doado para as melhorias da Santa Casa de Juiz de Fora (MG), onde o eficaz atendimento médico e de enfermagem livrou, em 6 de setembro, o então presidenciável do risco fatal. Um serviço do SUS, mas com eficiência de hospital de primeiro mundo.
A benemerência faz sentido.

Lá vai ele...

Não é golpe! Sem nada mais importante a fazer - a não ser criar e verbalizar para tentar salvar o próprio pelo - Michel Temer vai, no dia 8 de dezembro, ao Marrocos, com direito ao séquito das viagens internacionais. Ele participará de uma conferência internacional da ONU sobre imigração, no dia 10, em Marrakech. Lá se falará bastante sobre um pacto global para a migração segura.
Mera coincidência tratar-se de um tema que, a partir de 2 de janeiro, poderá interessar muito ao impopular presidente. É que se Henrique Meirelles (MDB) ou Fernando Haddad (PT) tivessem vencido a eleição, o atual presidente teria direito a escolher uma irrepreensível embaixada no exterior. O sonho acabou.

Pensando em 2022

Depois de anunciar "apoio crítico a Haddad" e, dois dias após a votação do primeiro turno, ter ido desestressar em Paris, Ciro Gomes (PDT) - ex-ministro da Integração Nacional do Brasil (2003/2006) - fez uma avaliação no domingo: "Fiz 13 milhões de votos no dia 7 de outubro e fico devedor a esse contingente de brasileiros". Segunda: "Se depender de mim, PT nunca mais".
Por vias travessas é um aceno de que, daqui quatro anos, ele voltará a ser candidato. Ciro, todavia, não lembrou de dizer que foi titular do Ministério da Integração Nacional, de 2003 a 2006. Justamente no primeiro governo de Lula (PT).

Romance forense: A política também tem essas coisas


ESPAÇO VITAL/DIVULGAÇÃO/JC
Por Carlos Alberto Bencke, advogado (OAB-RS nº 7.968)
O José Teutônico era um bem-comportado menino na melhor escola privada que frequentou. Cresceu e não era assim uma beleza de arrancar gritinhos nas gurias da cidade. Mas também não era de se jogar fora.
Um dia tornou-se político famoso. Seu gabinete estava recheado de assessores jovens, bonitos, bem-vestidos, perfumados, alegres às vezes até demais.
Teutônico frequentemente saía à tarde e só voltava no final do expediente, com o rosto pálido, cheiro de bebida alcoólica, mas bem-disposto. Mudava o tratamento: se antes era exigente, agitado e durão, passava a ser indulgente, calmo e carinhoso com todos.
Após separar-se da mulher socialite, as saídas de José Teutônico passaram a ser à noite. Falava-se sobre orgias, durante as quais o personagem até apaixonara-se por um belo rapaz que, durante o dia, tratava-o como "Maninho" e à noite chamava-o carinhosamente de "Maninha".
Teutônico gostava. E fez o(a) parceiro(a) virar assessor.
Até que houve uma ruptura traumática. Inconformado com o rompimento, o assessor espalhou que, na intimidade, fizera isto e aquilo com o chefe, atendendo este e aquele pedidos. Mas que Teutônico estava se esquivando de pagar a pensão alimentícia de que moralmente era devedor. Foi um escândalo!
A "rádio corredor" da OAB no clima de pós 2º turno e próximas mudanças legislativas brasilienses informou ontem que tudo foi resolvido. É que a ajuda financeira começou a ser paga.
 

Teoria é uma coisa...

No discurso eleitoral, tudo parece fácil. Na sexta-feira passada - dois dias antes de ser eleito - Jair Bolsonaro (PSL) repetiu que uma das primeiras providências que tomaria, no poder, seria a extradição do ex-terrorista Cesare Battisti.
Só que o Supremo ainda não analisou a possibilidade do ato de um presidente da República (Lula, no caso) - praticado em 2009 a favor do italiano - ser revisto por outro presidente.
Atenção para dois detalhes. Primeiro: a tese da Advocacia-Geral da União, sustentada pelo governo Michel Temer (MDB), é favorável à revisão. Segundo: a decisão será tomada por Dias Toffoli, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e outros sete ministros do STF.

Chapa 1 na OAB-RS

Inscrita ontem a primeira chapa às eleições de 30 de novembro da OAB-RS: como o Espaço Vital já antecipou em maio, Ricardo Breier concorre à reeleição. A surpresa (ou nem tanto) traz como candidato à vice-presidência o bageense Jorge Luiz Dias Fara, de reconhecida penetração nas subseções do Interior. O tesoureiro André Luis Sonntag também busca a recondução. Duas mulheres pretendem ocupar a secretaria da entidade: a advogada Regina Endler Guimarães (titular) e a procuradora do Estado Fabiana Azevedo da Cunha Barth (adjunta).
Embora sem ter sido anunciada a composição da chapa para a diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados, há consenso de que o atual vice Pedro Zanete Alfonsim será candidato à presidência.
O prazo para registro de outras chapas encerra nesta terça-feira.

'Sarna-canagem'

Outra da "rádio-corredor" da OAB do Paraná: "Presos numa das alas do Complexo-Penal em Pinhais (PR) foram contaminados por sarna, e ninguém sabe de onde surgiu a 'sarna-canagem'. O arauto da "emissora" complementou ter sido comprado às pressas, para debelar a crise, "um estoque de sabonetes Sarnatyl, produto à base de enxofre sublimado e - vejam só - alcatrão da Noruega". A ala dos réus e condenados da Lava Jato - entre eles Eduardo Cunha (MDB) - não foi atingida. Claro que é um exagero insinuar que a "classe executiva" prisional tem seus privilégios. E não se fala mais nisso.