Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 16 de Outubro de 2018 às 01:00

Passageiros demais...

Espantosa a falta de condições atuais do aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis (SC), concedido em janeiro deste ano - até 2048 - ao grupo suíço Zurich Airports. Enquanto engatinha a construção do novo terminal, prometida para o final de 2019, os passageiros - mesmo pagando taxa de embarque de absurdos R$ 29,00 - ficam sujeitos a disputar espaços nas congestionadas e precárias salas de "embarque" (?) e desembarque. Não há sequer a compensação de atendimento pessoal gentil. Este foi o desumano retrato do empurra-empurra do feriadão.
Espantosa a falta de condições atuais do aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis (SC), concedido em janeiro deste ano - até 2048 - ao grupo suíço Zurich Airports. Enquanto engatinha a construção do novo terminal, prometida para o final de 2019, os passageiros - mesmo pagando taxa de embarque de absurdos R$ 29,00 - ficam sujeitos a disputar espaços nas congestionadas e precárias salas de "embarque" (?) e desembarque. Não há sequer a compensação de atendimento pessoal gentil. Este foi o desumano retrato do empurra-empurra do feriadão.
Como a própria nova administradora prevê um aumento de 38% dos voos internacionais, ali, no próximo verão, fica fácil imaginar o futuro caos. O slogan atual de "Seu conforto lá nas alturas" é uma mentira e está mais para "seu total desconforto em terra firme". Ou, quem sabe, "passageiros demais, consideração de menos". A conjunção é agravada pela omissão da Infraero.

Penúltimo e... último!

O Espaço Vital antecipa dados de uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas, a ser oficialmente divulgada amanhã. As tabulações sobre o medo e as consequências da violência, a descrença na honestidade das eleições, e a desconfiança no governo federal colocam o Brasil em 129º lugar numa relação de... 130 países que teve cidadãos entrevistados. Deem-se conta de que nossa Nação está em penúltimo lugar. Mas ainda há o pior: no caso das lideranças políticas, a aprovação pelos entrevistados é de apenas 9%. Neste item, o Brasil tem o pior índice do planeta. Estamos no fundo do saco.

Tartarugas jurisdicionais

Conforme a última edição de "Justiça em Números", publicação do Conselho Nacional de Justiça, de 2015 a 2017, o tempo médio de duração dos processos, no Brasil, passou de 26 meses para 33 meses - um lamentável e inexplicável aumento de 27%. Nem mesmo a digitalização dos processos, que alcançou 79% dos casos novos recebidos em 2017, conseguiu contribuir para a redução do tempo.
A cidadania não acredita mais naqueles "releases" de diversas cortes que, uma vez por ano, anunciam ter alcançado 100% de efetividade... Conversa fiada!

Ruins de urnas

Com os seus 0,03% de votos, João Goulart Filho, o filho de Jango e Maria Tereza Goulart, passou para a História do Brasil como o segundo pior desempenho entre as 87 candidaturas à presidência da República, desde a volta das diretas em 1989. Pior que Janguinho e seus 30.176 votos, só mesmo Rui Costa Pimenta, do Partido da Causa Operária (PCO), que teve 0,01% em 2010. Ele bisou o percentual em 2014. Quantitativamente, foram 12.296 e 12.324 votos.

O fim de um ciclo

No palavrório do horário político do primeiro turno, Guilherme Ribeiro (PRB-SP), filho de Jessé Ribeiro - secretário-geral do PP em São Paulo, e maior amigo de Paulo Maluf (PP) - se apresentou aos eleitores do seu estado como o escolhido pelo notório deputado cassado para sucedê-lo na Câmara Federal. Com o mancômetro inoperante, Maluf, 87 anos de idade, chegou a mandar colocar cartazes do candidato na fachada de sua mansão.
As urnas traduziram a insignificante herança: insuficientes 24.380 votos.

O 'bom' parlamentar

Figurante entre os 20 principais nomes do Congresso Nacional que foram derrotados nas eleições do dia 7 de outubro, o deputado federal gaúcho Darcísio Perondi (MDB) foi um dos poucos que aceitou fazer públicas reflexões sobre o seu defenestramento político, depois de quatro mandatos de deputado federal. Comparando suas votações (109 mil votos em 2014; 39 mil em 2018), Perondi avalia que "a derrota foi acachapante". E aponta a causa maior: "O povo não entendeu as reformas de Temer".
Perondi disse que ficou triste, mas não chorou - e que, como médico pediatra, voltará aos consultórios. Ele imagina que quem perde com a sua ausência na Câmara "é o Brasil". E arremata com uma avaliação em causa própria: "Eu era um bom parlamentar".
Há controvérsias. Elas estão calcadas nas atuações de Perondi ante as duas denúncias contra o presidente Michel Temer (MDB), que o deputado ajudou fortemente a brecar na Câmara.

Romance forense: A primeira vez da juíza


ESPAÇO VITAL/DIVULGAÇÃO/JC
Era uma ação de obrigação de fazer decorrente de vício oculto, ajuizada pela empresa proprietária de um motel, contra a construtora do prédio hoteleiro. Em que pese ter sido contratado o isolamento acústico, a insuficiência e/ou a deficiência do material empregado tinham resultado na percepção ambiental da propagação dos sussurros típicos ao prazer. Estes alcançavam os apartamentos contíguos e, às vezes, até os prédios vizinhos.
Na audiência de tentativa de conciliação, sem acordo entre as partes, o advogado da demandante ponderou com firmeza:
- Doutora, é absolutamente necessária a inspeção judicial, com a presença de Vossa Excelência no local.
A magistrada enrubesceu e mostrou indecisão. O profissional da advocacia insistiu:
- A inspeção será decisiva. E a senhora poderá, com a prestação jurisdicional "in loco", demonstrar que não é uma magistrada de gabinete, mas uma juíza inovadora, rente aos fatos da vida...
Concordando afinal, a magistrada iniciante na carreira - 40 anos, solteira - ditou ao escrevente:
- Inspeção judicial no dia 9 de agosto de 2018, às 10h. O autor deverá providenciar para que, na ocasião, pelo menos uma das suítes a serem periciadas esteja limpa, arrumada e evidentemente desocupada.
E dirigindo-se aos advogados e às partes, ponderou:
- Espero que os senhores colaborem comigo nesta situação singular, até porque será a minha primeira vez... neste tipo de inspeção.
No dia certo, os atores da cena forense estavam presentes. Numa das suítes temáticas, a juíza examinava os defeitos de acabamento, a má vedação das janelas e a vibração do ar-condicionado. Faltava aferir o mais difícil: a deficiente vedação sonora. Eis que, de repente - tal como já cantou Maysa - o inesperado fez uma surpresa...
Da suíte ao lado provieram irreprodutíveis gritos e quentes palavras, de uma mulher em transe por estar, presumivelmente, no pique orgástico do ato sexual. Também era possível escutar, em decibéis um tanto menores, a reação masculina de aprovação à parceira.
Estava feita a prova de que o isolamento acústico era precário, o que encaminhava a uma sentença de procedência da ação. Na audiência de encerramento da instrução, duas semanas depois, a empreiteira acordou pagar 80% da pretensão financeira do motel. Celebrado o acordo, a juíza comentou sorridente:
- Foi a minha primeira e última vez no motel, como juíza...
Os circunstantes da solenidade entraram no tom. Dois ou três dias depois, ficou-se sabendo, via "rádio-corredor" da OAB local, que - independentemente das efetivas condições do precário isolamento acústico do prédio - o dono do motel contratara, especialmente, um casal para, na hora certa, na suíte vizinha realizar o programado desempenho de êxtase sonoro.
 

Brasil 2013/2018

A BBC de Londres prepara documentário sobre o Brasil, envolvendo desde as manifestações de rua de 2013, o impeachment de Dilma Rousseff (PT), até as eleições deste ano. A produção vai ao ar em janeiro. Duas equipes já estão entrevistando os principais personagens envolvidos nos fatos, inclusive Michel Temer, figura central no afastamento de sua antecessora. A curiosidade é saber o quanto Temer abrirá o jogo.