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Conexão China

- Publicada em 08 de Outubro de 2018 às 01:00

Pequim ganha espaço no canal do Panamá

Importância logística da ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico atrai o interesse das grandes nações

Importância logística da ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico atrai o interesse das grandes nações


/RODRIGO ARANGUA/AFP/JC
A China tem diferentes frentes de aproximação com América Latina, como a inclusão da região na Nova Rota da Seda. Outra ação que ganha cada vez mais força é o avanço nos acordos diplomáticos que reconhecem uma única China, o que significa o rompimento de relações diretas com Taiwan. E é neste ponto que se desenvolve, hoje, mais um ponto de tensão com os Estados Unidos, onde a batalha vem sendo ganha pelo gigante asiático. O aumento da presença chinesa nos países latinos, e o temor que isso tem causado no governo norte-americano, tem como símbolo o Panamá.
A China tem diferentes frentes de aproximação com América Latina, como a inclusão da região na Nova Rota da Seda. Outra ação que ganha cada vez mais força é o avanço nos acordos diplomáticos que reconhecem uma única China, o que significa o rompimento de relações diretas com Taiwan. E é neste ponto que se desenvolve, hoje, mais um ponto de tensão com os Estados Unidos, onde a batalha vem sendo ganha pelo gigante asiático. O aumento da presença chinesa nos países latinos, e o temor que isso tem causado no governo norte-americano, tem como símbolo o Panamá.
É a importância logística do país, com seu canal de ligação dos oceanos Atlântico e Pacífico, que está no centro da questão. O Panamá firmou acordo diplomático com a China e rompeu com Taiwan em 2017. Com isso, passa a receber mais investimentos chineses. Recursos que já começam a desembarcar consideravelmente no país. Um dos destinos é a construção de portos, como em Colón, cuja obra foi iniciada em 2017 pela China Landbridge Group. O avanço chinês no estratégico levou os Estados Unidos inclusive a chamar a encarregada do departamento de negócios no Panamá,
Roxxane Cabral, para uma consulta sobre o assunto. O questionamento norte-americano é alvo de críticas do governo chinês.
"Também foram chamados para consulta representantes na República Dominicana e El Salvador. Os Estados Unidos têm relações diplomáticas com a China há anos, mas não quer que outros países o tenham, o que é incoerente", contesta diretor do Departamento de Assuntos Latino-americanos e do Caribe do Ministérios de Relações Exteriores da China, Zhao Bentang.
Desde 2017, com o acordo diplomático firmado com a China, o gigante asiático de tornou o segundo maior usuário do Canal do Panamá, atrás apenas dos Estados Unidos. O novo aliado é de suma importância para o Panamá. Com a guerra comercial iniciada pelos EUA contra China, os recursos gerados pelo canal devem cair em 2019. Isso porque as sobretaxas norte-americanas tendem a reduzir o fluxo comercial mundial, segundo o administrador da via interoceânica, Jorge Quijano, em entrevista ao jornal La Estrella de Panamá.
Também em entrevista ao jornal, o ex-embaixador do Panamá na Organização dos Estados Americanos (OEA), Guillermo Cochez, disse que os Estados Unidos se deu conta tardiamente dos prejuízos de ter se "esquecido" da América Latina. No comunicado enviado à imprensa panamenha, o governo dos Estados Unidos afirma que chamou seus representantes para consulta para verificar "de que forma os Estados Unidos podem apoiar instituições e economias fortes, independentes e democráticas em toda Centro América e Caribe".
Na América do Sul, o Paraguai é o único país que ainda reconhece Taiwan como um país independente. Com isso, tem restrito fluxo de recursos chineses para o país. Zhao afirma a China não faz barganha ou negociações com pré-condições para que um país assine o acordo diplomático com o governo de Xi Jinping.

O canal do Panamá em números

  • Pelo local passa cerca de 6% do comércio mundial
  • Se conectam pelo canal mais de 140 rotas marítimas
  • O canal é ponto de conexão para 1,7 mil portos de 160 países