A fabricante chinesa ZPMC, uma das maiores do setor de equipamentos, maquinários e softwares para gestão de portos do mundo, está confiante de que as compras brasileiras no segmento serão retomadas em 2019. Isso porque, depois de se tornar, em 2008, uma das grandes compradoras, o país declinou na lista de clientes. Hoje, de acordo com Gu Ging, gestora de vendas para a América Latina, há apenas um projeto em andamento para o Brasil, e ainda assim de uma empresa chinesa.
"Em 2008 e em anos seguintes, tivemos uma média de dois a três pedidos por ano do Brasil. Desde 2014, as aquisições praticamente pararam. As empresas até fazem cotações, mas não fecham o negócio", revela Gu.
Para o ano que vem, com definição dos rumos da economia a partir da posse de um novo presidente, avalia a executiva, os portos brasileiros devem retomar seus negócios. A demanda ainda deve ser voltada especialmente a equipamentos de embarques agrícolas e outros itens mecânicos. Apesar de a tendência crescente por softwares inteligentes de gestão e controle de máquinas, no Brasil, essa demanda ainda é lenta, avalia.
"Os sindicatos de trabalhadores são muito fortes e ainda dificultam a automatização maior dos portos", avalia a executiva. Enquanto o Brasil desacelera as compras, os Estados Unidos seguem como grande cliente. Ao menos até o momento, já que a guerra comercial chegou ao mercado portuário (com sobretaxas a equipamentos chineses para portos).