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- Publicada em 01 de Outubro de 2018 às 00:57

Um mercado global para as energias limpas

Meta é possuir, até 2035, três continentes conectados para transmissões de eletricidade renovável

Meta é possuir, até 2035, três continentes conectados para transmissões de eletricidade renovável


/THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
Criar um mercado global de compra e venda de energia limpa por meio de uma rede mundial de transmissão é um projeto ambicioso - e que já está em curso. Capitaneado pela Organização de Desenvolvimento e Cooperação em Interconexão de Energia Global (Geidco), com sede em Pequim, o projeto conta com apoio de países e empresas de todos os continentes. Inclusive do Oriente Médio, tradicional produtor e exportador de petróleo.
Criar um mercado global de compra e venda de energia limpa por meio de uma rede mundial de transmissão é um projeto ambicioso - e que já está em curso. Capitaneado pela Organização de Desenvolvimento e Cooperação em Interconexão de Energia Global (Geidco), com sede em Pequim, o projeto conta com apoio de países e empresas de todos os continentes. Inclusive do Oriente Médio, tradicional produtor e exportador de petróleo.
A produção de energia por meio solar, hidrelétrico e eólico é uma alternativa até aos grandes produtores de petróleo, que têm de diversificar suas economias, explica Pei Xin, representante do escritório de cooperação internacional do Geidco. "O petróleo pode acabar em 100 anos, e grandes produtores estão buscando fontes de renda para o futuro", destaca Pei, citando a Arábia Saudita como um dos integrantes do grupo.
O executivo do Geidco exemplifica o imenso potencial com dois exemplos. Ocupando 7% do deserto do Saara com placas de energia solar seria possível, de acordo com Pei, gerar toda a necessidade de energia limpa que o mundo utiliza atualmente, assim como cobrindo 25% do Ártico com torres eólicas. O executivo afirma, ainda, que os preços das energias limpas previstos em leilões e contratos de compra e venda para 2020 em alguns países já atestam que os valores devem ser competitivos mundialmente até 2025. "Leilões que acompanhamos já têm valores menores para energias limpas do que para energias a partir de fontes fósseis", assegura Pei.
A meta é ter, até 2035, três continentes conectados para transmissões de energia limpa com cinco linhas horizontais (ligando Leste e Oeste) e cinco verticais (ligando Norte e Sul). Até 2050, a ideia é ter nove linhas em cada um dos sentidos e já ter alcançado a transmissão entre oceanos. "Temos avançado no desenvolvimento de cabos suboceânicos de até 5 mil quilômetros e capacidade de 10 milhões de quilowatts. Cruzar oceanos não será um empecilho", assegura Pei.
Entre os ganhos de uma grande rede de interconexão, o executivo cita países africanos que contam com potencial de mineração e não pode fazê-lo por carência de energia. "Mas há países com potencial de sobra de energia no continente, e ambos ganham com a rede", avalia Pei. O projeto também se enquadra nas metas do acordo climático de Paris. "A ideia é deixar o petróleo para uso apenas como matéria-prima e evitar a emissão de carbono gerada pelo uso energético", ressalta Pei.
O Brasil é citado como exemplo da alta capacidade de transmissão em longos cabos de alta tensão, como os usados em Belo Monte na transmissão do Norte para o Sudoeste do país. Com mais de 2,5 mil quilômetros, duas linhas de transmissão cortarão o país levando energia limpa de uma extremo ao outro até o final de 2019.
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