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- Publicada em 24 de Setembro de 2018 às 01:00

Shanghai, o ícone dos 40 anos da grande reforma

A megalópole chinesa foi importante região de testes e precursora de outras 12 zonas de livre comércio

A megalópole chinesa foi importante região de testes e precursora de outras 12 zonas de livre comércio


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
A China celebra, neste ano, quatro décadas do que pode ser chamada de sua terceira grande revolução. A primeira foi em 1911, quando rompeu um ciclo de milhares de anos de império e se fundou uma república. A segunda foi quando o Partido Comunista tomou o poder e fundou a República Popular da China, em 1 de outubro de 1949. A data é celebrada com um grande feriado, o Dia Nacional da China, que dura a semana inteira e que, neste ano, tem um grande simbolismo.
A China celebra, neste ano, quatro décadas do que pode ser chamada de sua terceira grande revolução. A primeira foi em 1911, quando rompeu um ciclo de milhares de anos de império e se fundou uma república. A segunda foi quando o Partido Comunista tomou o poder e fundou a República Popular da China, em 1 de outubro de 1949. A data é celebrada com um grande feriado, o Dia Nacional da China, que dura a semana inteira e que, neste ano, tem um grande simbolismo.
Os 40 anos da Reforma e Abertura Econômica, iniciada em 1978, é a terceira e simbólica revolução que transformou o país no atual gigante asiático. Assim como Mao Tsé Tung foi o grande "timoneiro" da nova China, Deng Xiaoping foi o condutor da revolução econômica iniciada em 1978 e que segue até hoje. Os números chineses exibidos nesses 40 anos de reforma e abertura não deixam dúvidas sobre o feito histórico. Desde então, a China se converteu de uma economia agrícola e atrasada tecnologicamente em um gigante industrial. Os empregos urbanos atingiram 425 milhões no final de 2017, um aumento de 346% em relação a 1978.
Com isso, em quatro décadas, mais de 700 milhões de chineses se livraram da pobreza extrema. A economia do país expandiu-se a uma taxa de crescimento média anual de 9,5%, aumentando em tamanho quase 35 vezes em quatro décadas, alcançando em 2017 mais de US$ 12 trilhões. E boa parte do que foi feito ao longo dessas quatro décadas tem, na cidade de Shanghai, um de seus ícones e referências. Vale lembrar que o país é hoje a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Shanghai, a megalópole de 24 milhões de habitantes no sudeste do país, foi um laboratório para testar a abertura econômica, tanto para os chineses como para o Ocidente. A cidade, que no início do século era ocupada por diferentes países europeus (desde a Guerra do Ópio, em meados do século XIX), sediou a reunião que fundou o Partido Comunista. Em Shanghai, foi implantada, em 1990, a primeira Zona Especial de Livre Comércio da China, hoje replicada em mais 13 pontos do país. A cidade atualmente abriga unidades de mais de 600 grandes multinacionais.
"Shanghai serviu como piloto das mudanças, para testar o que daria e não daria certo, e servimos como uma espécie de garantia, para a China e para o estrangeiro, de que as medidas adotadas eram consistentes e viáveis", analisa Fu Jihong, diretor adjunto do escritório de Assuntos Exteriores da cidade.
A primeira zona piloto de livre comércio foi Pudong, aberta em 1990, onde o governo testava avanços e liberações a investimentos estrangeiros, com avanços graduais. Naquele ano, foi aberta, por exemplo, a Bolsa de Shanghai, atualmente a quarta maior do mundo em movimentação financeiras (atrás apenas de Nova Iorque, Nasdaq e Tóquio).
Shanghai é referência para grandes empresas multinacionais de inúmeros segmentos. E o número de companhias internacionais que lá se instalam segue em alta. "Nos últimos cinco anos, tivemos cerca de 50 mil novas empresas registradas na cidade. Destas, 18 mil são estrangeiras. E deve aumentar, já que temos uma nova lista negativa aprovada em 2017, que deve facilitar ainda mais os investimentos estrangeiros", ressalta Fu.
As chamadas listas negativas, apesar do nome, são extremamente positivas. É por meio da publicação dessas listas que o Partido Comunista segue a reforma e abertura econômica do país. A mais recente delas traz menos restrições para o ingresso de capital estrangeiro em setores como finanças, seguros e automóveis, por exemplo.
"Como temos uma importante indústria de navios, o mercado de seguros navais deverá se voltar mais para a China, com essa liberação, nos próximos anos", exemplifica Fu, falando sobre a continuidade da reforma e abertura chinesa.
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