Voo solo

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) não vai estar na chapa de Jair Bolsonaro na disputa ao Planalto em 2022. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Mourão disse que o presidente está procurando outro vice e que por isso está fora. Quem ainda segura as pontas do governo Bolsonaro é seu vice. Certamente, vai ter caça partidária para atrair o vice.

Um dos argumentos eternos usados por quem é contrário à privatização de estatais é o fato de ser "nosso". Em primeiro lugar, se fossem "nossos", teríamos que ter participação nos lucros e dividendos. Na maioria das vezes, o que é nosso sem aspas é o prejuízo.

Tal e qual a página havia alertado antes da instalação da CPI da Covid, o número de depoentes - já são 24 - vai aumentando de tal forma que ao fim e ao cabo, os desdobramentos da fala de mais convocados serão tamanhos que os senadores ficarão mais enrolados que casamento de cobra.

Nunca como dantes na história os homens foram tão ávidos, mesmo às custas da própria honra. Afanos públicos e privados são cobertos pela ganância que os torna cegos para as consequências. É um desfile diário. Os tempos atuais tem uma preciosa definição do escritor espanhol Mateo Alemán (1547-1614): "Nunca o olho do ávido dirá, assim como dirão jamais o mar e o inferno, a mim basta".

Falou em freeway, abriu a porta das reclamações. Além dos caminhões que ziguezagueiam por pistas a eles não destinadas, candidatos ao pódio da corrida maluca também cometem estripulias à procura do desastre. Além dos carrões, também figuram nanicos metidos a besta.

A Amazon está prestes a disponibilizar para grandes supermercados sua tecnologia que dispensa o uso de caixas, que já vem sendo utilizada nas lojas de conveniência Amazon Go desde 2018. Além em dos cobradores de ônibus, telefonistas e boys de escritório, há outras profissões em extinção.

Estamos chegando a um ponto em que as pessoas começam a se dar conta de que já vamos para um ano e lá vai pedrada de mais do mesmo. As mesmas esperanças frustradas, o mesmo enfoque nos hospitais, as mesmas informações sobre vacinas com poucas variações, as mesmas cobranças e, sobretudo, a presença massacrante do vírus na capa de jornais, em televisões e rádios.

O número de pessoas que não suporta mais ler ou ouvir falar da pandemia só faz crescer. Quando não é a desgraça da doença, é a desgraça política, desgraça da falta de dinheiro e do emprego, o mesmo registro diário da quebradeira, a mesma polêmica sobre o kit Covid, o mesmo tudo de novo. Estamos encharcados de más notícias e de poucas boas que ao fim e ao cabo se tornam más.

No dia 1º de maio, as centrais sindicais pretendem fazer ruidosas manifestações virtuais. Entre outros pleitos, querem democracia. Desta vez acertaram. O regime que temos hoje é o democratismo.