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Começo de Conversa

- Publicada em 04 de Março de 2021 às 21:14

Indústria sem chaminés


FERNANDO ALBRECHT/ESPECIAL/JC
Era assim que o empresário hoteleiro Sizenando Venturini se referia ao turismo ainda incipente no Estado, em meados dos anos 1960. Dono do Hotel Embaixador, na rua Jerônimo Coelho, mais para os lados da Duque de Caxias, Sizenando caprichou no bar do Embaixador, nos tempos dos excelentes bares de hotéis do Centro Histórico de Porto Alegre. Nos anos 1970, havia um tecladista que arrancava aplausos. Espaçoso, algumas mesas tinham poltronas de couro muito macio. Ao sentar nelas, afundava-se. Se o ocupante tivesse bebido alguns drinques a mais, levantar exigia um esforço grande, e esforço extra para não perder a luta contra a gravidade.
Era assim que o empresário hoteleiro Sizenando Venturini se referia ao turismo ainda incipente no Estado, em meados dos anos 1960. Dono do Hotel Embaixador, na rua Jerônimo Coelho, mais para os lados da Duque de Caxias, Sizenando caprichou no bar do Embaixador, nos tempos dos excelentes bares de hotéis do Centro Histórico de Porto Alegre. Nos anos 1970, havia um tecladista que arrancava aplausos. Espaçoso, algumas mesas tinham poltronas de couro muito macio. Ao sentar nelas, afundava-se. Se o ocupante tivesse bebido alguns drinques a mais, levantar exigia um esforço grande, e esforço extra para não perder a luta contra a gravidade.

Império dos sentidos

O cinema brasileiro saiu das chanchadas dos anos 1950 e foi para as pornochanchadas dos anos 1970. E os filmes pornô começaram a ser exibidos no circuito comercial, maioria produções baratas de fundo de quintal. Nos anos 1980, o filme Calígula atraiu multidões de casais bem casados. Tinha pretensões de ser filme cult, retratando a vida do sádico imperador romano.
Só que houve briga interna, mudança de diretor e acabou sendo um grande e caro filme de sacanagem, na terminologia da época. Calígula foi exibido no Cine Capitólio, e alguns gaiatos se postavam na bilheteria para identificar nomes conhecidos da alta sociedade porto-alegrense.
Fato é que, aos poucos, o cinema pornô deixou de ser novidade e ninguém mais se envergonhava em ser visto nas filas. Algum tempo depois, surgiu o Império dos Sentidos, campeão de bilheteria.
Apesar da fama, não era pornô, muito pelo contrário. Tratava-se de um drama pungente, uma tragédia greco-japonesa, com cenas terríveis de se ver. Ocorre que a fama de ser pornô infelizmente se espalhou. Só se falava no Império dos Sentidos.
Evidentemente, boa parte, talvez a maior parte dos espectadores se decepcionou. A fama se espalhou tão rápido que pacatos casais de cidades do Interior chegaram a fretar ônibus só para ver o filme "pornô" e voltar em seguida.
Uma dessas excursões veio de cidade da serra gaúcha. Em aqui chegando, início da noite, os passageiros, pacatos casais maduros, notaram que o motorista não era muito manso das ruas de Porto Alegre. Sem querer pagar mico, o motora fingiu que sabia o que estava fazendo. Que nada. Com um papel de pão onde escreveu o endereço do cinema, ficou dando voltinhas e mais voltinhas, para a inquietação da turma, temendo perder a sessão. De repente, o ônibus parou. O motorista saiu, deu uma boa olhada no luminoso do prédio que parecia ser de um cinema, voltou e abriu um sorriso triunfante de 180 graus.
- Pessoal, é aqui! Tá no luminoso, Império dos Sentidos. Vão saindo que vou estacionar por aqui perto.
Jubilosos, os casais saíram do carro e esperaram o motorista para combinar a volta logo após a sessão. Então rumaram excitados ao alvo. Murcharam.
No luminoso estava escrito Empório dos Tecidos.

O enigma do rio

Devagarito e sorrateiro como rio que saiu do leito e a ele quer voltar, o ex-governador José Ivo Sartori (MDB) vem aparecendo aqui e acolá, com a ainda discreta mensagem "ei, lembra de mim?" Afinal, 2022 não está tão longe assim. Resta saber se o rio desemboca em Brasília ou nos altos da rua Duque de Caxias.

Estamos aqui

Se a campanha para levar o governador Eduardo Leite (PSDB) a se candidatar à sucessão presidencial - se é isso que ele quer - for adiante, abre-se um cenário para a cadeira número 1 do Palácio Piratini. Um sobrevoo na Assembleia Legislativa e Câmara Federal mostra que há pelo menos quatro deputados que nela pretendem sentar.

O fundo do bolso

Com a inflação comendo a renda e as aplicações emagrecendo, somado a necessidades de início de ano, além das férias, os saques maiores que os depósitos na caderneta de poupança em fevereiro foram inevitáveis. Não há milagres no bolso, com exceção do bolso dos vigaristas.

Quem te viu, quem te vê

Até o final de fevereiro, as prefeituras do Litoral permitiam tudo, mesmo quando o bicho já estava pegando. Agora, decretos draconianos não permitem mais nada. Apavora, a população fixa e móvel faz filas nos supermercados e outros serviços essenciais.

Assinatura avançada

A partir desta sexta-feira, a Junta Comercial do Rio Grande do Sul disponibiliza o recurso da assinatura avançada que possibilita a assinatura de documentos digitais de maneira mais fácil, segura e gratuita. Para isso, o cidadão precisa previamente adquirir seu selo de confiabilidade no portal gov.br. É totalmente gratuita, legal e segura.

Como pode...

...esse povo ser tão crédulo e incauto. Rodam nas redes sociais mensagens com logo de respeitáveis empresas da área da saúde mostrando números e futurologias delirantes sobre a pandemia. O que faz o povo? Compartilha com outros crédulos e incautos.

Um novo dado

Temos atualizações sobre quase tudo que diga respeito à Covid-19, número de casos e mortes, curvas de aceleração, média móvel etc, mas não tínhamos uma que mostrasse a relação de infectados e hospitalizados. O repórter Juliano Tatsch conta, nesta edição, que 16,4% dos pacientes de Covid no Estado estão no hospital.

Perguntinha

Quando valeria uma vacina no mercado negro? Muitos são os chamados, poucos os escolhidos.

Sem controle

Decididamente a boca do Capitão lhe confere tendências de suicídio político. Quando parece que vai dar chance à sensatez, sua verborragia sem controle de qualidade espanta até aos mais íntimos da corte bolsonarista.

A noite das panelas

Mais um panelaço na noite de quarta-feira. Por essas entre outras seu Clovis Tramontina vende tanta panela, para substituir as furadas de tanto que massacram o fundo delas. Aliás, se o mineiro só é solidário no câncer, o gaúcho só é silencioso na morte. Mesmo assim, quando é a dos outros, fica contando piadinha.

Na pressão

Uma a uma, as entidades representativas de empresários de diversas regiões do Rio Grande do Sul estão se manifestando com veemência contra o fechamento geral. Tradução: pressão dos lojistas.