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- Publicada em 08 de Outubro de 2020 às 21:35

Aos céus I


FERNANDO ALBRECHT/ESPECIAL/JC
Com a confirmação oficial de que agora vai mesmo sair o Aeroporto de Vila Oliva, Gramado e região da Serra finalmente veem seu pleito atendido. A imagem mostra, à direita, o platô onde ele será construído. É uma região ambientalmente rica, com matas intocadas e com espaços turísticos. Em princípio, pode tirar muito movimento do Aeroporto Salgado Filho.
Com a confirmação oficial de que agora vai mesmo sair o Aeroporto de Vila Oliva, Gramado e região da Serra finalmente veem seu pleito atendido. A imagem mostra, à direita, o platô onde ele será construído. É uma região ambientalmente rica, com matas intocadas e com espaços turísticos. Em princípio, pode tirar muito movimento do Aeroporto Salgado Filho.

Aos céus II

A distância da cidade é em torno de 13 quilômetros, ligada por uma estrada bucólica com pequenas propriedades em ambos os lados. Se o acesso ao aeroporto for por ela, terá que ser duplicada. Lá atrás, investidores locais trataram de adquirir terras ao longo do trecho, esperançosos que, mais dia menos dia, a obra sairia.

Os dois bares da Rua da Praia

Tão decantada em prosa, verso e música (Rua da Praia/ Que não tem praia, de Alberto do Canto), curiosamente a Rua dos Andradas só teve dois bares nos anos dourados, o piano-bar Je Reviens, que não era bem bar-chope, na esquina com a General Câmara, e o Oásis, na subida, ao lado da Confeitaria Princesa, com dois ambientes. Em uma pequena vitrine, jaziam dois camarões gigantes, raramente encontráveis na casa. O dono era o Zé Português, que um dia dos anos 1970 encasquetou de construir um barco/iate de aço em estaleiro da Zona Sul. Fê-lo.
Da Caldas Júnior até a Casa de Cultura Mario Quintana - Hotel Majestic na época -, quedavam o que hoje chamamos de lancherias. De noite, o papo era outro. No Bar Leão, que existe até hoje, boêmios e jornalistas bebiam cerveja com direito a ouvir a última poesia do poeta maldito Moacyr Ribeiro. Foi nos anos 1960, parte dois.
- Hoje eu amanheci com uma vontade louca de brigar com Deus.
À noite, a rua Sete de Setembro era povoada por meretrizes, ou mulheres de vida fácil no jargão da época. Fácil nada. A tarefa era facilitada porque só havia prédios comerciais. Elas esquentavam os tamborins no Bar Leão e vizinhos, e depois se esgueiravam pela sombra da noite à cata de fregueses para encontros furtivos, rápidos e perigosos. Usava-se muita navalha, então, e não para barbear.
Na Sete de Setembro, em frente à redação da Zero Hora na época, havia um casarão com estranho clube, o Nordestino. Só eram encontrados no Carnaval, pequeno grupo de egressos daquela região que pulava por uma ou duas noites. No bar, tosco, seu Légui cozinhava pratos rápidos em um fogão de duas bocas. Para beber, uma infusão adocicada com cachaça chamada Caju Amigo, responsável por uma longa lista de fígados assassinados.
Para variar, era muito frequentado por jornalistas não-esnobes da ZH, em cima do Cine Rex, hoje estacionamento com mesmo nome, e da Caldas Júnior. Gente fina ia para o Je Reviens. Os trabalhos começavam depois do "fecha" das edições, da noite para a madrugada. Jogava-se miniesnuque, enquanto as palavras eram molhadas com cerveja ou Caju Amigo. Trazidas pelos ventos lá do Bar Leão, ecoava mais uma parte da última poesia do poeta maldito.
- Vocês não entendem nada de ternura humana.

Processo ioiô

Mais uma vez o ioiô jurídico sobe no processo de impeachment do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), desta vez com pedido de liminar para que a defesa possa ouvir testemunhas. Candidato à reeleição, o alcaide vai ganhando tempo e o dia da votação - primeiro turno em 15 de novembro - vai se aproximando.

Por falar em colenda...

...embora o Jurídico da Câmara de Vereadores tenha tocado o barco a todo vapor, fica no ar uma sensação de que uma parte dos vereadores já esto porrr aqui com as idas e vindas e querem acabar logo com isso. Falta brabeza no ar.

Sobre Legados

O dia 16 de outubro próximo vai marcar os quatro anos da morte do intelectual Plinio Alexandre Zalewski. Depois de sua morte, em 2016, um grupo de intelectuais e profissionais de várias vertentes passou a se reunir mensalmente para discutir política, cultura, sociedade e democracia. Criaram a Confraria da PAZ, iniciais do nome de Zalewski. Foram fundadores da confraria Cezar Busatto (também falecido), Claudia Laitano, Flávio Presser, Gustavo Ferenci, Juliano Corbellini, Léo Voigt e Marcos Rolim.

Sobre parafusos

Mais uma afrouxada no parafuso. Projeta-se a queda do PIB de 2020 em torno de 5% e até menos. Quando a onça começou a beber água, as previsões giravam em torno de 9%. Agora, até o austero e mal-humorado FMI reavalia a projeção de queda para 5,8% em vez do mergulho ponta-cabeça de -9% lá atrás. Claro que a grana da emergência tem muito a ver, mas é surpreendente mesmo assim.

Arriba Mexico

Leitora foi duas vezes em dias diferentes aos Correios postar uma carta para o México. Quer dizer, tentou postar. Para sua surpresa, o país não recebe correspondências e encomendas do Brasil até dezembro deste ano. Culpa da Covid em território brasileiro.

Onde estás que não te vejo?

As ruidosas campanhas eleitorais pré-internet podiam ter defeitos irritantes, mas pelo menos não se desmanchavam no ar. Por enquanto, é campanha com as características da água: insípida, inodora e incolor.

Miúdas

  • PARANOIA cria lendas urbanas como a de que medir temperatura na testa destroi o cérebro.
  • ANVISA já desmentiu essa possibilidade, até porque infravermelho não emite radiação.
  • SANCIONADA pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior a lei que cria a efeméride Dia da Igreja Universal do Reino de Deus.
  • OS assuntos momentosos do Brasil são encabeçados pelo STF. Só dá ele na pedra. Claro, é governo...
  • GOVERNADOR paulista João Doria (PSDB) estaria ofertando a vacina chinesa BravoVax para colegas.
  • PELA primeira vez a aproximação de feriadão não induz à profunda reflexão praia ou serra.
  • NINGUÉM manda da sua própria cabeça. Ela é autônoma.