O tango dos guarda-chuvas

A expressão era usada em décadas passadas para definir tempos antigos. Eis o texto de um contemporâneo do colunista, o engenheiro Milton Telesca Barbosa: "Felizmente, estamos vivos ainda hoje graças às nossas mães e avós que nos deram chá de raízes e folhas e flores de sabugueiro para botar o sarampo para fora, assim como outros vírus que poderiam ter evoluído para pneumonia. Caso isso ocorresse, tínhamos que tomar injeções doloridas de penicilina".

Os maiores temores eram contrair tuberculose, varíola e hanseníase, na época chamada lepra. Relatos horripilantes sobre a perda de partes do corpo devido à doença causavam pesadelos. Reinava a crença de que a lepra era extremamente contagiosa, "pegava pelo ar", o que era e ainda é tenebrosa inverdade. No bairro Itapuã, em Viamão, havia um leprosário, em cujo pórtico se lia: "Nós não caminhamos sós". Pior que caminhavam, com exceção dos abnegados funcionários.

Os Soldados do Vírus, tropa de choque da Seita Planeta Parado, agora, querem que clientes de restaurantes não tirem as máscaras para comer. Para realizar essa façanha, e mesmo assim de forma parcial, só usando o pano como filtro. Filtrado de filé, filtrado de massa, quem sabe até de costela...