Bem bolado

Um craque do futebol gaúcho do passado foi a uma agência pedir um papagaio, nos moldes usados nos anos 1970. Tinha um bom avalista, o próprio presidente do clube. Funcionava assim: do valor bruto solicitado, descontavam-se os juros, com pagamento em 90 dias, com possibilidade de nova negociação pagando um terço. Os juros eram carinhosos na época, 3% ao mês, mais 0,2% de IOF. Então, se ele pediu 10, recebeu nove. Realizada a operação e já com o dinheiro na conta corrente, o tomador não entendeu. Peitou o gerente.

Mas como? Pedi 10 e só levo 9, onde é que já se viu?

Pacientemente, o gerente explicou o que eram juros "por dentro", que as despesas eram cobradas no momento da operação. O jogador não entendeu bem, mas concordou relutantemente. Três meses depois, procurou o gerente para pagar o empréstimo. Colocou nove na mesa.

Não é esse o valor, é 10 - explicou o gerente.

O jogador subiu nas tamancas.

Como assim, seu! Pedi 10 e só recebi nove. E agora quer me cobrar o juro de novo cobrando 10?

Não houve Cristo que conseguisse fazer o atleta entender. Até o avalista tentou convencê-lo da lisura do negócio. Depois de espernear por um bom tempo, pagou os 10. Saiu da agência chutando todos os baldes do caminho.

Nas semanas seguintes, quase que diariamente passava na frente da agência, botava as mãos em concha na boca e do meio da rua gritava com toda a potência com os pulmões que o treinamento lhe deu:

Gerente ladrão!

* Publicada, excepcionalmente na quinta, em função do feriado.

As vendas para o Dia das Mães em Caxias do Sul devem recuar 18% em comparação a 2019, de acordo com a pesquisa de intenção de compras promovida pela CDL. Não será diferente em outras cidades. É de se esperar que daqui para frente todas as datas temáticas sofrerão perdas em delação a anos anteriores.

Que de santa não tinha nada. Queimavam-se pessoas vivas, amarravam as extremidades em aparelhos que esticavam o corpo, entre outras barbaridades, apenas porque eram hereges ou criticavam a Igreja Católica. Sob o manto da religiosidade, os inquisidores foram os maiores serial killers da História.

Pois ela está de volta. É só colocar em dúvida alguns dogmas da Covid-19 que o populacho fanatizado pede a pena de morte para os dissidentes. Por enquanto, virtualmente. Enviar flechas envenenadas para quem não é Maria vai com as outras atiça o monstro interno. O ser humano não falha.

É comum ouvir de famílias em isolamento a queixa de "falta de ar" e de prisão de ventre. Os dois problemas estão relacionados com o sedentarismo. No primeiro caso, há quem fique alarmado supondo que está com o vírus, mas é falta de exercício aeróbico mesmo.

Como ele será após o fim da pandemia é o tema do Podcast Estação 15, produzido pelo MDB-RS. Discutem o tema, contextualizando com o cenário eleitoral deste ano, o ex-governador Germano Rigotto (MDB) e a cientista política Elis Radmann, do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO). Acesse pelo www.mdb-rs.org.br.

Confirmando projeções anteriores, levantamento da UFPel mostra que, para cada caso confirmado de infecção, existem outros 12 que não foram reportados (matéria nesta edição). Se desenvolverão a doença ou não, parte terá sintomas leves e outra nem isso, e uma terceira a desenvolverá, é outro papo. De imediato, aumenta o número de casos por 100 mil habitantes e derruba a taxa de mortalidade.

Continuamos a comparar número de casos e mortes de outros países em relação ao nosso usando números absolutos, sem levar em conta as diferenças populacionais. O correto seria por 100 mil habitantes. Cometemos alguns erros tão primários que não seriam tolerados em países mais sérios.

...até esta quarta-feira, a faixa entre 30 e 39 anos continuava na liderança no Rio Grande do Sul. E a proporção de infectados se aproxima - agora sim - de 12 casos para cada 100 mil habitantes.

Agora sabemos como destruir a economia ocidental sem usar artefatos nucleares. É só parar o mundo por um alguns meses. Em um, já destrói em torno de 40%; em dois, chega perto dos 100%. É caminho sem volta. Nenhum exército teria pensado nisso. Ou pensaram?