O uso de máscaras

A máscara é portável; água e sabão, não - mesmo que esse baião de dois seja um assassino do coronavírus. Imagina caminhar na rua carregando os dois. E protetor facial segura a onda em termos. Uns tem apenas fechador de saída, outros protegem os dois lados.

É claro que precisamos nos proteger, embora existam controvérsias, mas as suportamos em vista do bem maior. Mas é uma chatice, convenhamos. Se as de pano já são desconfortáveis, as versões de proteção total deixam nariz e boca cercados de bafo quente, roubam nosso oxigênio.

O BRDE destinou recursos próprios que permitiram a aquisição de mil testes para detecção da Covid-19 e emissão de laudos em ação de parceria do Tecnosinos/Unisinos e Hemocord. Os testes serão processados no laboratório, já adequado ao nível de biossegurança. A meta é realizar 5,4 mil testes por mês.

...alguém todo sorridente abrir uma porta e se colocar de lado para você passar, acrescido de "tenha a bondade", se alguém ceder espaço gentilmente na fila, se alguém abrir mão da vaga no elevador, não será por cordialidade. Será porque mascara com um sorriso o temor de que você, idoso, possa estar com o vírus até no fundilho.

Igual a criança com brinquedo novo, trabalhar isolado em casa está fascinando toda uma gama de profissionais, que acham ser possível abrir mão da presença física no local de trabalho. E prometem continuar nesse trem. Como em tudo nesta vida, o fascínio inicial tende a desaparecer quando vira rotina. É mais ou menos como voltar para as cavernas.

Nestas últimas semanas, havia o componente medo a se sobrepor à rotina. Trabalhar só em casa pode ser desgastante para si e para a família, exceções à parte. Conflitos emergem, e, o principal, nenhuma pessoa é uma ilha. Contatos físicos, o ver, o ouvir e o sentir são essenciais, nem que seja por osmose. É como viver em uma bolha.

Antes da revolução digital, os telejornais captavam a sequência de imagens com filmadoras. Havia as que captavam áudio e as "mudas". A mais usada era a indestrutível e portátil BH. Então, cabia ao apresentador tecer comentários em cima das imagens em movimento já devidamente editadas no videotape.

Um apresentador carregava nas tintas, com licença poética para ir além do dever. Certa feita, um toró de proporções diluvianas desabou sobre Porto Alegre. Coisa nunca vista, foi um Deus nos acuda. Um cinegrafista acompanhou os efeitos no Centro, e uma das imagens mostrava um enorme rato sendo tragado por uma boca de lobo. Fiel ao seu destino, o comentarista assim terminou a descrição do afogamento do roedor:

- E se fora uma criança, hein?

A Nanox Tecnologia (www.nanox.com.br), empresa-filha da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), acaba de lançar máscara respiratória equivalente àquelas conhecidas como N95, mas com duas vantagens importantes: é reutilizável e o material do qual é feita tem propriedades bactericidas, antifúngicas e antivirais. O produto é resultado de parceria com a fabricante de brinquedos Elka.

Chega a ser quase sólida a impressão de que muita gente se recusa a dar destaque a notícias positivas envolvendo a Covid-19. Está no DNA de algumas profissões turbinar a desgraça e, na melhor das hipóteses e com relutância e em um dia bom, enxergar só o copo meio vazio.

Se já era muito popular antes da pandemia, os cartões devem se consolidar cada vez mais, especialmente os de débito. De coisa de rico no início, eles passaram para coisa obrigatória de pobre. Ainda bem.

Dizem que o diabo se irritou quando o acusaram de criar a Covid-19. Nem teria como, o calor do inferno vaporizaria o vírus, justificou. "Eu só criei as bandas de heavy metal. Essas sim se dão bem no meu clima", justificou.

O ministro-chefe da Casa Civil, Braga Neto, está desenvolvendo um plano de amplo emprego, aos moldes do Plano Marshall, que tirou a Alemanha do buraco após a II Guerra Mundial, em 1945. Nos anos da grande depressão, a partir de 1930, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt buscou a saída transformando os EUA em um imenso canteiro de obras públicas. Pode ser o nosso caso.