Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 18 de Março de 2020 às 21:44

Páscoa na Serra


CLEITON THIELE/SERRAPRESS/DIVULGAÇÃO/JC
Até segunda ordem, a Páscoa em Canela estará representada por meio da decoração nas ruas. A Catedral de Pedras e seu entorno, o Centro da cidade, a Praça João Corrêa e o pórtico receberão diversos cenários lúdicos. Já os espetáculos que concentram grande público estão temporariamente suspensos. Mas a manutenção da decoração faz sentido. Como será dito nesta página, não é o fim do mundo.
Até segunda ordem, a Páscoa em Canela estará representada por meio da decoração nas ruas. A Catedral de Pedras e seu entorno, o Centro da cidade, a Praça João Corrêa e o pórtico receberão diversos cenários lúdicos. Já os espetáculos que concentram grande público estão temporariamente suspensos. Mas a manutenção da decoração faz sentido. Como será dito nesta página, não é o fim do mundo.
 

O anormal normal

Não há nenhuma dúvida de que vivemos duas epidemias. Uma é causada pelo vírus; a outra, pela irracionalidade. As massas em geral tendem à irracionalidade mesmo em tempos normais. Então é normal que elas sejam irracionais. Esse pânico todo não é lógico, mas, pela lógica acima, insere-se na normalidade. É bem verdade que há agentes poderosos a impulsioná-lo. Um exemplo é sempre tratar a projeção de novos casos pelo quadro mais pessimista. Isso também é normal.

Fundamentalismo virótico

É claro que o problema existe, mas, nessas horas, é sempre bom ouvir quem não vai nessa correnteza. Começando com um dado histórico. A H1N1 matou mais, a taxa de letalidade era menor, levou dois anos para o vírus se acostumar com o corpo humano, mas nem por isso teve corrida ao supermercado. Só que a essa altura não adianta ser sensato. Você é visto como um monstro insensível por não acreditar que vivemos o Armagedon. É o fundamentalismo virótico.

Porém...

...abstraindo a questão da saúde, a economia está naufragando no mundo, e a brasileira não fica atrás. Essa é uma grande tragédia.

A verdade está no meio

Objeto de desejo de consumo, o álcool gel só funciona como "degermante" com concentração de 60% a 80%, pois, fora dessa faixa, não terá eficácia. O ideal é 70%. Ocorre que é necessária uma quantidade de água para o efeito bactericida, alerta a farmacêutica Oiara Hoffmann, da Magifórmula, porque, em alta concentração, o álcool etílico volatiliza rapidamente e não rompe a membrana celular.

Os camaleões

O brasileiro tem uma capacidade incomum de adaptação às crises. Dependendo do caminhar ou do correr do coronavírus, ele tende a voltar à rotina. Se os números da epidemia não obedecerem aos padrões da informação, ele voltará a frequentar o que hoje está vedado.

Azar da chuva

A má notícia sempre mata a boa. A estiagem parece ter acabado com as chuvas que vem caindo, revertendo parcialmente a situação de calamidade no campo e na lavoura, Mas não se vê ninguém comemorando. Melhor, não se lê, ouve e vê alguém comemorando.

Chá & Rezas

Como em toda situação de emergência, uma parcela da população não quer ir a um posto de saúde, mesmo tendo sintomas. Ela prefere ficar em casa tomando chazinho que a vovó ensinou, e que cura tudo, mesmo unha encravada. Como acompanhamento, reza fervorosamente para seu santo ou sua santa preferencial. A filosofia que consola é: entreguei a Deus. É a conformação definitiva.

O linchamento

O que se nota em profissionais da saúde, incluindo os médicos, é que a maioria acha que estamos exagerando, mesmo que reconheçam a gravidade da situação. Mas todos falam em off. Ninguém quer correr o risco de ser linchado por remar contra a corrente. Em compensação, outros arrostam a crença comum e dizem em público que os vírus vêm e vão, e que este, em particular, não é o mais letal, comparado com anteriores.

O fato 

A grande consequência de deixar-se envolver pela enxurrada de informações sobre o alastramento do vírus é não conseguir filtrar as informações verdadeiras. (Jack Brandão, pesquisador e doutor pela USP)

Miúdas

  • EM outros tempos, quando surgia uma epidemia, os fiéis e os nem tão fiéis assim lotavam as igrejas. Hoje, fogem delas. 
  • MERCADO Público da Capital registra queda de 50% nas vendas, segundo a associação dos permissionários.
  • GOVERNO está sem dinheiro, então, para abrir o cofre como está abrindo, deve ter quebrado o cofrinho das reservas cambiais.
  • SUBPRODUTO do confinamento é a solidão. Que obviamente descampa para a depressão ou a acentua, principalmente entre idosos.
  • EM alguns ambientes de trabalho, pessoas acima dos 65 e até dos 60 anos são vistos como serial killers. E tratados como tal.
  • AGORA, a expressão "férias coletivas" adquiriu outra dimensão.
  • SE Deus é brasileiro, como diz a lenda, há muito abdicou da cidadania. Se é que alguma vez o foi.
  • PRÓXIMA epidemia no Brasil será o coronavírus que entra pelo cotovelo.