Mourão, o apaziguador

No balanço do ano do agronegócio, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, e o economista-chefe da entidade, Antônio da Luz, detalharam os números e as perspectivas, como se lerá em matéria nesta edição. A entidade apoia o projeto do governador Eduardo Leite (PSDB) e as reformas, e critica as ONGs ambientalistas que se movem por ideologias. O presidente da Farsul também comentou o preço da carne, e uma curiosidade: ele viu carne brasileira em um supermercado uruguaio. No geral, há otimismo da entidade com relação a 2020.

Um dos grandes problemas levantado por ambos é o arroz. Por ser de baixa rentabilidade, a área plantada só faz cair, e já estamos colhendo menos do que consumimos. Comentário da página: o urbano não tem ideia do que é ser produtor rural. Todo dia ele olha para cima para ver se vai chover de mais ou de menos, se mete no meio da lavoura e capina as taipas em ambiente insalubre. A preocupação é constante e a rentabilidade, incerta. Não é só jogar a semente que Deus cuida do resto.

Com os servidores loteando a Praça da Matriz e arredores, é difícil encontrar um lugar para almoçar no entorno da sede dos Três Poderes. O comércio dito informal reina absoluto. Além da comercialização de bebidas e lanches, o calorão levou ao Centro vendedores de protetores solar, leques, chapéus e bonés, sombrinhas multicoloridas e até biquínis. Economia aquecida, mas sem pagar impostos. E nas barbas do governo.

O presidente do Tribunal de Justiça (TJ-RS), desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro, inaugura, hoje, o Foro da Comarca de Tapejara e, amanhã, acompanhado da corregedora-geral da Justiça, desembargadora Denise Oliveira Cezar, o Foro da Comarca de Faxinal do Soturno. Em breve, o TJ também inaugurará o novo Foro de Eldorado do Sul.

A Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) promove hoje café da manhã para discutir a situação da travessa Engenheiro Acilino de Carvalho, conhecida como Rua 24 Horas. Os comerciantes se queixam que a área está degradada - e está mesmo - e pedem melhorias diversas, como lavagem diária, iluminação, substituição do telhado.

Curioso como, historicamente, Porto Alegre batiza alguns pontos que fogem do destino imposto. A travessa nunca foi 24 horas. Igual ao antigo Morro da Polícia - que não tinha polícia -, que, depois, virou Morro do Turista - que não tinha turista. Depois, virou Morro da Embratel, que não existe mais.

Em cidades do Interior, o alcaide ainda pode ver in loco as falhas do seu governo, mas, em cidade grande, prefeito só sai do gabinete para cumprir compromissos oficiais ou para inaugurar alguma obra. No primeiro caso, é uma sucessão de salamaleques, e, no segundo, eles têm a sensação de que está tudo divino e maravilhoso na cidade.

Este nosso Brasil é um mar de paradoxos. A Anvisa encontrou resíduos de agroquímicos em nível acima do permitido em 23% dos alimentos analisados. Em compensação, o brasileiro vive cada vez mais.