Se vira nos 98

Lotação esgotada no Tá na Mesa temporão de sexta-feira passada, uma parceria entre a Federasul e o IEE. Na pauta, a MP 881, conhecida como MP da Liberdade Econômica. Palestraram o deputado Jerônimo Goergen (PP), relator do diploma legal, e Paulo Uebel, secretário especial da Desburocratização do governo Jair Bolsonaro. Naturalmente que houve condenação à burocracia em todas as suas formas. Uebel elogiou a presidente Simone Leite por dar força ao tema.

É preciso entender eventos como esse da Federasul em um contexto mais amplo, o de que, aos poucos, está se formando uma massa crítica de rebeldia ao ente Estado, que só sabe cobrar e, além de dar pouco em troca, ainda complica a vida do contribuinte. É a ditadura perfeita. Não à toa que eventos semelhantes se multiplicam e, no final de cada um, se ouçam comentários como o feito por um empresário, classificando o Tá na Mesa como "inspirador". Em outras palavras, se volta a ter esperanças.

A revolução que o Brasil precisa é mais que repensar o Estado. É terminar com uma cultura paternalista que tem duas graves falhas: impostos escorchantes - que já fazem parte da paisagem - com retorno menor que uma formiga anã, e de inculcar a cultura do coitadismo, mimando pimpolhos já adultos como se crianças fossem. O porém de sempre é que: quando se pergunta como cada um pode ajudar o processo, dá a impressão que cada um espera o outro ajudar primeiro.

Há cinco anos, o Uber desembarcava no Brasil, inaugurando a cultura de deixar o carro em casa e usar o aplicativo, que deu cria, por sinal. No início, dizia-se que quebraria o sistema do táxi comum, mas não quebrou, só reduziu o número. Também cessaram as brigas constantes entre os protagonistas, guerra que não se trava mais.

A destinação de duas faixas exclusivas para ônibus na reta de chegada para a parada na estação rodoviária gera filas de carros, que só transitam em uma pista. Para entrar na Castelo Branco, tem que cortar a frente dos ônibus, o que é, no mínimo, uma temeridade.

O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República confirmou investigação sobre ameaça de um grupo ecoterrorista de matar Jair Bolsonaro. A ser verdade, é tudo que o meio ambiente não precisa. É mais uma subdivisão das diversas "marcas" do terrorismo. É a oeste dos nossos tempos.

Algumas faculdades privadas do Interior não gostam quando professores reprovam alunos em massa, porque eles não sabem nem o mínimo do mínimo, tipo escrever "oço". Faz mal para os negócios. É violar a consciência de um mestre pedir que ele aprove alunos despreparados. O de sempre: o despreparo começa na falha monumental do Ensino Fundamental.

A propósito da nota sobre o Rio Grande do Sul ser agora o centro do Mercosul, e não mais o fim do Brasil, leitor comenta que, em 1987, o governador Pedro Simon já falava que Porto Alegre ficava entre São Paulo e Buenos Aires. Foi criticado à época.