De volta ao passado

Desde o início do século XX até os anos 1970, a cidade roubou 460 hectares do Guaíba para criar parques, espaços para prédios e prolongar as avenidas Borges de Medeiros e Padre Cacique. Vai ver, foi o padre que enterrou sapos no Cais Mauá.

Que tal a criançada do Ensino Fundamental ajudar a limpar a escola onde estuda, incluindo os sanitários? Como acontece em países como o Japão e a Coreia do Sul - na do Norte provavelmente também, mas seu Kim Jong-un não permite visitas. Quem faz uma reflexão sobre o assunto é Wilson Galvão, do Sistema Positivo do Ensino, usando exatamente o modelo asiático.

Imagina propor isso no Brasil, causaria uma comoção. Mas o fato é que os alunos e as crianças em geral são superprotegidos, legalmente falando. Os colocamos em bolhas de plástico virtuais. Não precisa ir para o Japão, países europeus também aplicam rígida disciplina nas escolas. Para não achar que a vida vai ser moleza. No Brasil, já foi assim.

A partir de agosto, as Loterias da Caixa deverão sofrer forte majoração - em algumas delas, até 50%. O carro-chefe, a Mega-Sena, custa, hoje, R$ 3,50 a aposta, e presume-se que passe para pouco mais, pouco menos de R$ 5,00. Para o assalariado comum, é uma paulada. Em boa parte das vezes, ele pratica o jogo do troco - paga as contas na lotérica e, o que sobra, aposta.

Nos anos 1980, um jornalista da praça chamado Carlinhos recebeu a incumbência de escrever um texto para um álbum temático, que seria editado por um especialista no ramo. Seria uma obra de fôlego, e, como tal, ele seria bem pago. O convite foi formalizado em um conhecido restaurante do Centro da Capital, onde ambos almoçavam. Semanas depois, o texto foi entregue, mas a grana não.

Como é, sai ou não sai o meu dinheiro? Estou contando com ele!

O editor marcou uma data de pagamento. Nada. Marcou outra data. Nada. Carlinhos foi levando na esportiva, mas seu humor azedava quando falava no caso. O editor, que falava com a língua enrolada, trocava o "r" pelo "g" quando falava. Certo dia, mal o editor assomou a porta, levou uma bronca do Carlinhos, com casa lotada e todos ouvindo.

Caguinhos, meu queguido, não pguesisa fazeg escândalo. Vou te pagag no Natal.

O combinado foi o seguinte; junto com o vil metal, ele receberia também o clássico peru. Era novembro.

À medida que se passavam os dias e semanas, o jornalista esfregava as mãos esperando a grana. Receber o peru era sinônimo do pagamento. As semanas se passaram e, ao meio-dia do dia 24 de dezembro, o editor assomou a porta do restaurante. Sem entrar, botou as mãos em concha e gritou para ser ouvido por todo mundo, mas principalmente para o Carlinhos, sentado lá no fundo.

Caguinho, estás de azag! Mixou o pigu...

Na edição de quinta-feira, a página publicou foto mostrando as gaiolas e armações metálicas dos camelôs na Rua da Praia, trecho entre a Borges de Medeiros e a rua Marechal Floriano. Pois nesta quinta-feira as bancas não estavam mais lá. Foram todas para o trecho da mesma rua defronte à Praça da Alfândega. É a típica mudança que não mudou nada.