A camiseta da duplicação

Durante o verão, o Rio Grande do Sul vive uma espécie de clima casa grande e senzala. Na primeira, faixas consideráveis dos três poderes estão em recesso - apenas o Executivo está na luta porque trocaram os titulares do ritmo. Os demais estão viajando ou vivendo entre o mar e o bar ou se entregam ao dolce far niente. Não fazer nada.

Já a senzala é a parcela da população que, a rigor, se enquadra na categoria de remadores de galé. A única diferença com os tempos antigos é que hoje a maioria tem carteira assinada, ou simplesmente não pode deixar a peteca cair em outras atividades, mourejando de sol a sol e até bem depois dele. E que sol! O mundo não é justo.

O banco digital N26 europeu, criado em 2013 e em rápida expansão na Europa, anunciou na quarta-feira passada o Brasil como seu próximo mercado-alvo, após o lançamento da operação nos Estados Unidos, que acontece no primeiro semestre de 2019. Atualmente, o banco digital está operando em 24 mercados europeus e conta com mais de 2,5 milhões de clientes.

O futuro é esse, quer queiramos ou não. Para milhões que não sabem ou não querem abdicar da boa e velha agência física, a transição vai ser dolorosa. Vão ser atropelados impiedosamente. O pior é que os programas e operações nos terminais não costumam ser amigáveis. De certa forma, o digital significa mais burocracia. Tudo tão estranho...

Icatu Seguros, líder entre as seguradoras independentes no mercado brasileiro de Seguros de Vida, Previdência Privada e Capitalização, manteve seu foco e registrou uma arrecadação de R$ 12,6 bilhões em 2018, crescimento de 51% em relação ao ano anterior.

A revenda Via Bella, de Caxias do Sul, especializada em carros importados seminovos, está vendendo um Corvette Z06 de 650cv ano 2019 com apenas 2.860 Km por R$ 879 mil. O detalhe é que é o único 2019 existente no Brasil. Faz 0-100 Km/h em 2,95 segundos, máxima de 330 Km/h.

Contam que um dos primeiros automóveis que circulou no Alegrete foi adquirido por estancieiro forte, no tempo em que as propriedades ainda se mediam em léguas de campo e não apenas em quadras (87,12 hectares). Comprou o possante e tratou de mostrá-lo à população. Como na época era novidade, achar um motorista com experiência para dirigir a fubica era uma tarefa e tanto. Então, antes de exibir seu troféu motorizado, nosso bom homem tratou de achar. Como não achou, contratou um prático-militante chamado Valdomiro.

O recém-empregado sinesíforo sabia dirigir mais pelo palavrório do que experiência no guidom propriamente dito. Depois de efetuar o reconhecimento da novidade tecnológica, se disse pronto para a grande aventura, uma volta em torno de uma das praças da cidade com saída e chegada na frente do Clube Caicheiral de um domingo.

A distinta senhora do estancieiro aboletou-se ao lado do Valdomiro, que incontinenti deu a partida e botou o pé no fundo. Vencida a primeira curva, testemunhas oculares achavam que talvez a velocidade fosse excessiva. E Valdomiro se deu conta disso, tanto que tentou diminuir a marcha, coisa que não era lá muito manso. Como a velocidade aumentava, todos ficaram aflitos, especialmente a senhora em questão. Sabia vagamente de coisas de automóvel e mais vagamente ainda sabia que havia um pedal para parar o carro. Nervosa, deu as devidas ordens para o motorista.

- Açulera, Valdomiro, açulera!

Aumenta a percepção de que o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), aprende rapidamente e é mais que o segundo no comando. Às vezes, dá a ideia de que é o primeiro. Ponderado, afiado, de bom senso, escapa do estereótipo do militar linha dura e teimoso. Se dependesse de muitos eleitores de Jair Bolsonaro (PSL), ele deveria ser o próximo presidente.