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Cinema

- Publicada em 08 de Outubro de 2021 às 03:00

Aventura reveladora

Hélio Nascimento
Iniciada em 1962, quando o atual intérprete, que agora se despede da saga do agente James Bond ainda não havia nascido, a série protagonizada pelo agente 007 é a mais longa do cinema e uma das mais destacadas em termos de sucesso junto ao público. Todos sabem quem foram os atores que desfilaram nas telas interpretando o personagem, um defensor do mundo civilizado sempre enfrentando inimigos dispostos a tudo para impor sua visão do paraíso e atuando de forma a deixar bem claro seu domínio da ciência, no caso colocadas nas mãos de um maníaco. Sempre foi assim, desde o primeiro filme até o que agora está sendo exibido, com a missão de salvar o cinema, depois da crise enfrentada pelo mundo todo, em alguns países com a racionalidade exigida, em outros de forma prejudicada por ações retrógadas e irracionais dos chamados negativistas. E a se julgar pelos primeiros dias de exibição, Bond vai cumprir sua missão. No Reino Unido, por exemplo, onde restrições foram abolidas, sessões lotadas em todas as salas estão revelando que o agente terá sucesso nesta aventura, a última interpretada pelo ator que é o sexto da série. Série esta que, por sinal, nunca recorreu a recursos fáceis para encenar as aventuras de seu protagonista, apostando em cenários reais e se afastando de manipulações grosseiras permitidas por recursos digitais. E que também teve o mérito de revelar ao público a forma de agir dos serviços secretos, como utilizar um inocente barco pesqueiro em sofisticado laboratório flutuante integrado a serviços de espionagem, para citar um exemplo.
Iniciada em 1962, quando o atual intérprete, que agora se despede da saga do agente James Bond ainda não havia nascido, a série protagonizada pelo agente 007 é a mais longa do cinema e uma das mais destacadas em termos de sucesso junto ao público. Todos sabem quem foram os atores que desfilaram nas telas interpretando o personagem, um defensor do mundo civilizado sempre enfrentando inimigos dispostos a tudo para impor sua visão do paraíso e atuando de forma a deixar bem claro seu domínio da ciência, no caso colocadas nas mãos de um maníaco. Sempre foi assim, desde o primeiro filme até o que agora está sendo exibido, com a missão de salvar o cinema, depois da crise enfrentada pelo mundo todo, em alguns países com a racionalidade exigida, em outros de forma prejudicada por ações retrógadas e irracionais dos chamados negativistas. E a se julgar pelos primeiros dias de exibição, Bond vai cumprir sua missão. No Reino Unido, por exemplo, onde restrições foram abolidas, sessões lotadas em todas as salas estão revelando que o agente terá sucesso nesta aventura, a última interpretada pelo ator que é o sexto da série. Série esta que, por sinal, nunca recorreu a recursos fáceis para encenar as aventuras de seu protagonista, apostando em cenários reais e se afastando de manipulações grosseiras permitidas por recursos digitais. E que também teve o mérito de revelar ao público a forma de agir dos serviços secretos, como utilizar um inocente barco pesqueiro em sofisticado laboratório flutuante integrado a serviços de espionagem, para citar um exemplo.
É difícil falar sobre Sem tempo para morrer sem prejudicar o interesse do espectador pela narrativa, escrita pelo diretor Cary Joji Fukunaga e por Newil Purvis e Robert Wade, além de Phoebe Waller-Bridge, convidada para participar da elaboração dos diálogos. Mas é possível salientar as variações tecidas em torno de temas presentes em outros filmes. Cada espectador certamente irá perceber citações a obras cinematográficas por ele conhecidas. A melhor delas se refere a O silêncio dos inocentes, de Jonathan Demme, havendo também inteligente referência a Bastardos inglórios, de Quentin Tarantino, na notável sequência inicial do filme. Há uma outra referência a Tarantino, mas revelá-la aqui é algo não permitido pelas regras que defendem o direito de o espectador manter a curiosidade até o final. Porém há uma cena que de tão repetida parece desnecessária. Mas quem pensar assim estará enganado. É nela que se concentra, agora, a perda do encanto e da fantasia. Num balcão burocrático diante de um funcionário cumpridor de regras, o personagem se identifica, repetindo as palavras clássicas de forma deixar claro que seu tempo está passando e o charme do passado se extinguiu. O tempo passou e novas regras foram impostas. O tempo é também destacado pelo nome de outra personagem, duas vezes proustiana no nome. Dizer mais é prejudicar o prazer de ver um dos melhores filmes da série, que só perde para Skyfall, realizado em 2012 por Sam Mendes.
A volta do público aos cinemas é algo necessário e importante, mas é preciso que alguns exibidores tenham mais respeito e atenção para o ritual da exibição cinematográfica. Na sessão em que o filme de Fukunaga foi visto, o som durante os créditos finais foi cortado, em claro desrespeito ao espectador. Além disso, o trailer do novo filme de Woody Allen foi exibido de forma errada, com a utilização de lente que, dedicada a outro formato, deformou o físico dos personagens. Quanto aos créditos finais, o som por vezes é importante, pois pode ser a derradeira opinião do diretor sobre o tema tratado. Isso também aconteceu quando vimos o excelente Aranha, de Andrés Wood, pois a partitura empregada, relacionada à cena final foi praticamente anulada pela retirada quase completa do som. Recentemente, dois complexos exibidores foram desativados em Porto Alegre. Neles, o ritual era respeitado e assim o espectador mais atento sempre teve oportunidade de se ligar corretamente ao filme. É preciso evitar que o descaso e a incompetência voltem a reger o espetáculo cinematográfico.
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