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Cinema

- Publicada em 23 de Julho de 2021 às 03:00

Gêneros

Hélio Nascimento
O cinema tem várias formas de expressão narrativa, entre elas os chamados gêneros. São vários e certos filmes se caracterizam por serem mesclas de alguns deles. O exemplo maior desse encontro é a obra de Charles Chaplin, que reuniu toques dramáticos e cômicos em sua obra, como a dizer que não basta a emoção para que a realidade seja focalizada e reconstituída de forma a lançar luz sobre determinados temas. Porém, quando se fala em gênero a primeira imagem que ocorre ao espectador são aqueles filmes que costumam sempre focalizar personagens, cenários e situações semelhantes. Provavelmente, o policial, o western e o musical serão os primeiros a ser lembrados pelos cinéfilos e até mesmo por aqueles que não têm o cinema como a primeira opção de interesse entre as artes. Os toques dramáticos predominam no primeiro e no segundo, mas no terceiro não estão ausentes temas que colocam na tela situações das quais não participa a busca pelo efeito cômico. Tal classificação tem algo de superficial, na medida que em que utiliza elementos exteriores e coloca em segundo plano a essência das histórias narradas e a busca pelos realizadores pelo que há de revelador no que está sendo visto na tela.
O cinema tem várias formas de expressão narrativa, entre elas os chamados gêneros. São vários e certos filmes se caracterizam por serem mesclas de alguns deles. O exemplo maior desse encontro é a obra de Charles Chaplin, que reuniu toques dramáticos e cômicos em sua obra, como a dizer que não basta a emoção para que a realidade seja focalizada e reconstituída de forma a lançar luz sobre determinados temas. Porém, quando se fala em gênero a primeira imagem que ocorre ao espectador são aqueles filmes que costumam sempre focalizar personagens, cenários e situações semelhantes. Provavelmente, o policial, o western e o musical serão os primeiros a ser lembrados pelos cinéfilos e até mesmo por aqueles que não têm o cinema como a primeira opção de interesse entre as artes. Os toques dramáticos predominam no primeiro e no segundo, mas no terceiro não estão ausentes temas que colocam na tela situações das quais não participa a busca pelo efeito cômico. Tal classificação tem algo de superficial, na medida que em que utiliza elementos exteriores e coloca em segundo plano a essência das histórias narradas e a busca pelos realizadores pelo que há de revelador no que está sendo visto na tela.
O policial, por exemplo, quando é narrado por cineastas de personalidade não é apenas a descoberta de um assassino. O gênero não foi descoberto pelo cinema, é claro. Certamente terão razão os que apontam no Édipo de Sófocles o primeiro detetive, um investigador de si próprio. Alan Parker concordou com tal afirmação ao realizar um de seus melhores filmes: Coração satânico. Hitchcock, o mestre insuperável do gênero, foi um dos que não se conformou em revelações sobre crimes e transformou tal processo num meio de colocar diante do espectador os símbolos reveladores da agressividade gerada por angústias derivadas por situações não devidamente elaboradas. O detetive assassinado em Psicose, que procura sem sucesso por um assassino, será substituído pelos que terminam descobrindo uma verdade derivada de uma mistura de necessidade e revolta diante da dominação. Por vezes, predomina aparentemente o social, como em Chinatown, de Polanski, antes que na extraordinária sequência final apareça o tema do proibido e certamente não seja por acaso que o cineasta tenha a seguir aceitado o convite para dirigir no palco o Rigoletto, de Verdi.
O western já foi muitas vezes abordado. Talvez seja o mais fácil de ser definido como aquele no qual o tema do processo civilizatório é sempre desenvolvido. Basta citar obras-primas como Rastros de ódio, de Ford; Shane, de Stevens, e Os imperdoáveis, de Eastwood, para tal assertiva ser comprovada. Quanto ao musical, este descendente da ópera, do singspiel e da opereta, concretiza o sonho na tela. O cineasta Vincente Minnelli, em entrevista à revista Cahiers du Cinéma, lembrou aos críticos que os sonhos do paciente são a primeira preocupação de um analista. Não só nos musicais, mas principalmente neles, os encontros e desencontros entre sonho e realidade são a matéria-prima do cineasta. Isso fica claro no final de Sinfonia de Paris, quando os protagonistas vivem um final feliz, mas com os trajes usados no baile a fantasia. A felicidade concretizada aparentemente na realidade, mas com um elemento visual definindo-a como um sonho. O elemento onírico também poder ser percebido num dos melhores filmes brasileiros: Tudo azul, de Moacir Fenelon, hoje, infelizmente esquecido. E os que já viram o trailer do novo West Side Story, de Spielberg tiveram aumentada a curiosidade por este novo trabalho do realizador. Ele tem uma pequena experiência no gênero, naquele prólogo de Indiana Jones e o templo da perdição, onde demonstrou que não é insensível a suas propostas. Os responsáveis por aquele clássico do cinema - e foram muitos - adaptaram Romeu e Julieta e até mesmo realizaram utilizando vários recursos, na cena da garagem, uma síntese reveladora das tentativas da civilização em dominar a fera humana. Em tal cena não se trata de um sonho concretizado, o que de certa forma revela que o gênero pode ser definido como o que registra a busca pela concretização da fantasia, mas não é limitado por tal proposta.
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