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Cinema

- Publicada em 04 de Junho de 2021 às 03:00

Metro e outras

Hélio Nascimento
A recente aquisição da Metro pela Amazon fez com que pelo menos dois filmes produzidos por aquela empresa, que durante algum tempo foi a mais poderosa de Hollywood fossem citados. Um deles foi Ben-Hur, realizado em 1959 por William Wyler. O outro, ...E o vento levou, produzido em 1939 e até hoje o filme que mais público atraiu para as salas de cinema, é assinado pelo diretor Victor Fleming. No entanto, mais três nomes realizaram diversas cenas: George Cukor, responsável pelas sequências iniciais, que segundo o cineasta não foram alteradas, Sam Wood e William Cameron Menzies, este último, um especialista em segunda unidade, é apontado como responsável pelas cenas do incêndio de Atlanta. O filme não foi apenas produzido pela Metro, pois resultou numa associação entre a empresa e o produtor David O. Selznick, o verdadeiro realizador do filme, tal o poder que exerceu durante a realização. Mas o filme terminou entrando para a história como a mais vistosa produção da Metro, que até o início dos anos 60 do século passado costumava apresentá-lo regulamente nos cinemas que administrava em vários países, entre eles o Brasil. Aqui em Porto Alegre, por exemplo, a Metro, lançava seus filmes, a partir de 1952, nos cinemas Avenida e Colombo. Quando a United Artists enfrentou uma crise insuperável com o fracasso de O portal do paraíso, a Metro adquiriu todo o acervo daquela empresa.

A recente aquisição da Metro pela Amazon fez com que pelo menos dois filmes produzidos por aquela empresa, que durante algum tempo foi a mais poderosa de Hollywood fossem citados. Um deles foi Ben-Hur, realizado em 1959 por William Wyler. O outro, ...E o vento levou, produzido em 1939 e até hoje o filme que mais público atraiu para as salas de cinema, é assinado pelo diretor Victor Fleming. No entanto, mais três nomes realizaram diversas cenas: George Cukor, responsável pelas sequências iniciais, que segundo o cineasta não foram alteradas, Sam Wood e William Cameron Menzies, este último, um especialista em segunda unidade, é apontado como responsável pelas cenas do incêndio de Atlanta. O filme não foi apenas produzido pela Metro, pois resultou numa associação entre a empresa e o produtor David O. Selznick, o verdadeiro realizador do filme, tal o poder que exerceu durante a realização. Mas o filme terminou entrando para a história como a mais vistosa produção da Metro, que até o início dos anos 60 do século passado costumava apresentá-lo regulamente nos cinemas que administrava em vários países, entre eles o Brasil. Aqui em Porto Alegre, por exemplo, a Metro, lançava seus filmes, a partir de 1952, nos cinemas Avenida e Colombo. Quando a United Artists enfrentou uma crise insuperável com o fracasso de O portal do paraíso, a Metro adquiriu todo o acervo daquela empresa.

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A Metro, geralmente vista como exemplo maior de cinema voltado apenas para as bilheterias, não se limitou a tal procedimento. Os conflitos entre a administração de grandes orçamentos e a personalidade de alguns diretores não impediram que cineastas importantes tivessem tido oportunidades de realiza filmes que hoje fazem parte da galeria de clássicos. O caso mais curioso é o de Clarence Brown, que desde a época do cinema silencioso dirigiu várias produções da Metro, entre elas algumas protagonizadas por Greta Garbo, sempre com inegável competência e profissionalismo. Pois foi ele que, em 1949, convenceu a empresa a lhe dar carta branca para realizar O mundo não perdoa, uma notável - e para muitos a melhor até hoje realizada - adaptação de um romance de William Faulkner. O filme, baseado em Intruder in the dust, escrito em 1948, descreve o que acontece numa cidade do Sul dos Estados Unidos, quando um homem negro é injustamente acusado de ser o autor de um assassinato. O filme, vigoroso e impactante, chegou aqui com algum atraso e só foi exibido durante três dias pelos dois cinemas porto-alegrenses cuja programação era então controlada pela Metro. E este não é apenas o único exemplo, poia há também a versão de Júlio César, realizada por Joseph L. Mankiewicz, além de obras assinadas por Richard Brooks, Vincente Minnelli, Anthony Mann, John Ford e Stanley Donen. 

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A diretora Sophia Coppola, a realizadora de Virgens suicidas, Encontros e desencontros e O estranho que nós amamos, tendo recebido por este último a Palma de Ouro de direção no Festival de Cannes, realizou recentemente uma versão de La Traviata, de Giuseppe Verdi. E dando continuidade a um processo de aproximação a outras artes acaba de realizar um filme sobre três trabalhos do Balé de Nova York. Em entrevista, a cineasta disse que sua experiência anterior com a ópera lhe deu segurança e acrescentou que "no teatro, há esses artistas que trabalham com amor à arte. Há uma pureza no setor que alimenta a minha alma". La Traviata foi realizado em 2016 para a Ópera de Roma e o novo filme dirigido com assistência do coreógrafo Justin Peck, autor de uma das peças. As outras são reposições de obras de Jerome Robbins e George Balanchine. O novo filme de Sophia Coppola é uma produção recente e foi realizado quando os integrantes da companhia voltavam ao trabalho após um ano de isolamento. Está inserido, portanto, no renascimento de espetáculos, marcando uma nova etapa na luta contra a pandemia, algo ressaltando num editorial recente da centenária revista londrina The Economist, especializada em economia e que destaca no processo de revitalização o cinema, registrando que as salas de Londres estão recebendo outra vez público expressivo, resultado lógico de medidas rigorosas adotadas no tempo devido.

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