Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cinema

- Publicada em 07 de Maio de 2021 às 03:00

Refilmagens e trilogias

Hélio Nascimento
Já pode ser visto na internet o trailer da versão feita por Steven Spielberg de West side story, o musical realizado em 1961 por Robert Wise e Jerome Robbins, a partir de um espetáculo musical da Broadway, escrito por Arthur Laurents e tendo música composta por Leonard Bernstein e as letras das canções escritas por Stephen Sondhein. A se julgar pelas imagens, Spielberg, contando com a colaboração do fotógrafo Janusck Kaminski, enfrentou os dilemas de uma refilmagem de forma a deixar de forma bem acentuada sua marca. Na trama, uma versão de Romeu e Julieta, há pouca coisa a ser alterada, mas certamente o cineasta deve ter aproximado seu filme a acontecimentos recentes, entre eles fatos acontecidos durante o governo Trump, sobretudo aqueles relacionados a imigração e a construção do muro na fronteira com o México e suas consequências. O roteiro da nova versão foi escrito por Tony Kushner, substituto de Ernest Lehman, que foi um dos grandes roteiristas do cinema americano. Uma das atrações da primeira versão foi a vigorosa e eloquente coreografia de Jerome Robbins, agora recriada por Justin Peck, que enfrentou um grande desafio. Como curiosidade vale ressaltar que Rita Moreno, que formou dupla com George Chakiris como vencedores do Oscar de coadjuvantes, aparece entre os responsáveis pela produção executiva da nova versão. Provavelmente ainda neste ano o novo West side story estará sendo exibido, pelo menos, nos cinemas norte-americanos.
Já pode ser visto na internet o trailer da versão feita por Steven Spielberg de West side story, o musical realizado em 1961 por Robert Wise e Jerome Robbins, a partir de um espetáculo musical da Broadway, escrito por Arthur Laurents e tendo música composta por Leonard Bernstein e as letras das canções escritas por Stephen Sondhein. A se julgar pelas imagens, Spielberg, contando com a colaboração do fotógrafo Janusck Kaminski, enfrentou os dilemas de uma refilmagem de forma a deixar de forma bem acentuada sua marca. Na trama, uma versão de Romeu e Julieta, há pouca coisa a ser alterada, mas certamente o cineasta deve ter aproximado seu filme a acontecimentos recentes, entre eles fatos acontecidos durante o governo Trump, sobretudo aqueles relacionados a imigração e a construção do muro na fronteira com o México e suas consequências. O roteiro da nova versão foi escrito por Tony Kushner, substituto de Ernest Lehman, que foi um dos grandes roteiristas do cinema americano. Uma das atrações da primeira versão foi a vigorosa e eloquente coreografia de Jerome Robbins, agora recriada por Justin Peck, que enfrentou um grande desafio. Como curiosidade vale ressaltar que Rita Moreno, que formou dupla com George Chakiris como vencedores do Oscar de coadjuvantes, aparece entre os responsáveis pela produção executiva da nova versão. Provavelmente ainda neste ano o novo West side story estará sendo exibido, pelo menos, nos cinemas norte-americanos.
--- 
Refilmagens raramente se constituem em obras superiores às primeiras versões. E nem sempre se tratam realmente de novas versões de filmes anteriores. Para isso seria necessário que o primeiro filme tivesse seu roteiro originalmente escrito para o cinema. O que geralmente acontece são novas versões de originais literários ou teatrais. Um direito que qualquer cineasta tem de colocar na tela sua versão de um original não cinematográfico. O exemplo mais recente é a versão anunciada por Pedro Almodóvar de A voz humana, um monólogo de Jean Cocteau que antes havia sido filmado por Roberto Rosselini. Mesmo que possa ser comparado ao média-metragem realizado por um dos criadores do neorrealismo o novo trabalho de Almodóvar, que poderá enfrentar comparações com a versão anterior, é na verdade uma nova leitura do original de Cocteau. Curiosa é a resposta dos russos à versão de King Vidor de Guerra e paz. O segundo filme, dirigido por Serguei Bondartchouck, apostou na longa-metragem, tendo a obra sido dividida em duas partes, de quatro horas cada uma. No Ocidente foram geralmente exibidas versões reduzidas. O próprio Vidor, que assistiu à versão completa, elogiou a leitura de Bondartchouck. Aqui em Porto Alegre, o Bristol exibiu uma versão reduzida da versão russa, permitindo assim aos espectadores contemplarem parte dessa amena versão da Guerra Fria então vigente.
--- 
Trilogias cinematográficas são raras e poucos discordarão de que a maior é aquela que Francis Ford Coppola realizou tendo como base um romance de Mario Puzo. As três partes de O poderoso chefão são notáveis e formam um painel sobre o poder e a corrupção como raras vezes o cinema mostrou. Outra admirável é aquela realizada por Satyajit Ray (pronuncia-se Rai), conhecida como a trilogia de Apu. Os títulos dos filmes são A canção da estrada (Pater Panchali), O invencível (Aparajito) e O mundo de Apu (Apur sansar). Nos três filmes, Ray, baseado em um romance de Bibhuti Banverjee, acompanha uma vida desde a infância até a maturidade. Aqui, os filmes foram exibidos em sessões do Clube de Cinema e também nas salas da Casa de Cultura Mario Quintana. Depois foram colocados à venda DVDs com a trilogia completa. Outra trilogia a ser lembrada é Guerra e humanidade, de Masaki Kobayashi, desenrolada durante a Segunda Guerra Mundial e baseada num romance de Jumpei Gomikava, com mais de 10 horas de projeção. Todo ela foi exibida em Porto Alegre, a primeira e a terceira pelo Imperial e a segunda pelo Coral. Dedicadas a um público mais amplo, também não devem ser esquecidas Guerra nas estrelas, com três diretores diferentes - George Lucas, Irwin Kershner e Richard Marquand - a dedicada a Indiana Jones, de Steven Spielberg, transformada depois em tetralogia, e a dirigida por Christopher Nolan sobre Batman.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO