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- Publicada em 01 de Novembro de 2018 às 01:00

O Dia de Finados faz pensar na vida

Por Dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre
Por Dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre
Nós humanos temos uma única certeza sobre o futuro: sabemos que iremos morrer. O tema da morte, entretanto, é indesejado e até camuflado num tempo de avanços tecnológicos e inteligência artificial que tendem a prolongar os nossos dias na Terra. Refletimos um pouco sobre o findar quando chega o mês de novembro, quando no dia 2, fazemos um feriado em memória daqueles que partiram desta vida.
Mesmo com a perspectiva de vida longeva ou mesmo diante da distração do tempo que passa com os muitos atrativos para "viver" bem o aqui e o agora, paira uma pergunta no ser humano: por que viver, se vamos findar? Mais: por que alguns perdem o sentido da vida e desistem de viver? Enfim, acabamos constando, conscientes ou não, de que se reprimirmos a morte de nosso horizonte, teremos uma compreensão reduzida da vida. Pois esta tende a findar. Epicuro sugere a separação radical entre vida e morte, propondo levar uma vida sem morte, uma vez que ela não faz parte do viver, é de outra ordem. Na verdade, com essa separação apenas se consegue a sensação de vida sem consciência da morte, reprimindo-a.
No feriado de 2 de novembro deveríamos refletir sobre a nossa capacidade de recuperar a memória daqueles que fizeram parte de nossa história. Igualmente deveria fazer-nos compreender que não somos seres isolados, pois fomos cuidados, acompanhados e amados por pessoas, e algumas delas já partiram. Ela leva para a eternidade algo de nós.
Finalmente, esse feriado deveria provocar em nós a capacidade de ver que nossa vida também passará. Como o dia termina com o belo pôr do sol, como um livro tem o epílogo e a novela tem seu último capítulo, nossa vida tende a um final que não significa o fim da existência. Afinal, morremos sempre. Morre o idoso, farto de dias, e morre também o jovem, sedento de vida. Cabe a cada um dar uma resposta a esta experiência que todos passaremos, mesmo que sobre ela não pensemos. Vale, para concluir, recordar a experiência de Santa Teresinha do Menino Jesus, monja carmelita francesa que após uma intensa enfermidade, viu se aproximar a morte e escreveu: "não morro, entro na vida"!
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