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- Publicada em 03h18min, 17/04/2020. Atualizada em 03h00min, 17/04/2020.

Corpos que brincam

Em Pequenices: minipe�a viajante de dan�a, crian�ada tamb�m participa da encena��o no palco

Em Pequenices: minipe�a viajante de dan�a, crian�ada tamb�m participa da encena��o no palco


/MARTHA REICHEL REUS/DIVULGA��O/JC

Se, por um lado, o teatro � a express�o art�stica que mais se destaca no circuito cultural infantil, de outro, a dan�a � uma das menos difundidas. "Costumamos ver muitas apresenta��es de escolas feitas por crian�as. Mas uma obra de arte, pensando na especificidade desse p�blico, realmente � um campo ainda pouco explorado." Quem faz a observa��o � Fernanda Boff, bailarina que trabalha com circo e dan�a contempor�nea para crian�as no Est�dio Amplo, em Porto Alegre.

Se, por um lado, o teatro � a express�o art�stica que mais se destaca no circuito cultural infantil, de outro, a dan�a � uma das menos difundidas. "Costumamos ver muitas apresenta��es de escolas feitas por crian�as. Mas uma obra de arte, pensando na especificidade desse p�blico, realmente � um campo ainda pouco explorado." Quem faz a observa��o � Fernanda Boff, bailarina que trabalha com circo e dan�a contempor�nea para crian�as no Est�dio Amplo, em Porto Alegre.

Ela j� participou de tr�s espet�culos voltados para os pequenos: Faz de conta que (2010) e Guia improv�vel para corpos mutantes (2013) - os dois com dire��o de Airton Tommazoni; e Pequenices: minipe�a viajante de dan�a (2017). Esse �ltimo, dirigido pela pr�pria Fernanda, � um espet�culo interativo, no qual as crian�as assistem e participam em cena. A montagem integra o projeto Pequenices (https://pequenices.art.br/), criado em 2016 pela artista e que prop�e a��es acerca da dan�a contempor�nea e da inf�ncia.

Ent�o, presumindo que existem atra��es direcionadas ao p�blico infantil, faz sentido pensar que haja uma dan�a dirigida especificamente para ele? Fernanda diz que sim. "Existe um movimento e um pensamento de dan�a para crian�a. Como artista, � preciso levar em considera��o algumas especificidades do teu p�blico." Al�m disso, a bailarina enxerga na dan�a a possibilidade de forjar mundos, de construir realidades, de transcender o tempo: "Nada melhor do que fazer isso com o corpo. Ele � o nosso maior e melhor brinquedo".

Fernanda percebe que os profissionais, em suas trajet�rias e linguagens art�sticas, acabam investindo mais no p�blico adulto. Aqueles que se dedicam a pensar os seus trabalhos para as inf�ncias s�o mais raros. A historiadora, artista e professora da t�cnica circense de dan�a a�rea em tecido Lara Rocho partilha dessa impress�o em certa medida. Isso porque ela se relaciona com profissionais ou grupos que produzem espet�culos e outras atividades ao p�blico infantil.

Contudo, a oferta n�o se mostra abundante. A maioria dos colegas de campo de Lara parece optar pelos adultos ou, no m�ximo, pelos adolescentes. A artista, que trabalha com a dan�a a�rea para crian�as desde 2012, no Circo H�brido (https://www.circohibrido.com.br/), na Capital, tem percebido, ao longo desses anos, que muitos colegas manifestam certo temor em rela��o aos pequenos.

Isso se deve a alguns fatores, como a "complexa rela��o triangular pais/respons�veis, aluno e professor" e o cuidado com a linguagem verbal e corporal entre eles. Lara acrescenta, tamb�m, a responsabilidade do profissional em sala de aula, que, no caso das crian�as, n�o pode ser compartilhada e pesa sobre o professor: "Cuidado tamb�m se ensina e leva tempo - o tempo da crian�a no processo de aprendizagem e a necessidade do l�dico, j� que nos afastamos dele t�o logo deixamos a inf�ncia".

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