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Cultura

- Publicada em 31 de Outubro de 2019 às 03:00

Andrés Calamaro se apresenta pela primeira vez em Porto Alegre

Com quase quatro décadas de carreira, músico argentino faz show nesta quinta-feira no Opinião

Com quase quatro décadas de carreira, músico argentino faz show nesta quinta-feira no Opinião


THOMAS CANET/DIVULGAÇÃO/JC
Daniel Sanes
A máxima "antes tarde do que nunca" se aplica perfeitamente à estreia de Andrés Calamaro em palcos brasileiros. Com quase quatro décadas de carreira, o cantor e compositor argentino fará, na noite desta quinta-feira (31/10), sua primeira apresentação em Porto Alegre.
A máxima "antes tarde do que nunca" se aplica perfeitamente à estreia de Andrés Calamaro em palcos brasileiros. Com quase quatro décadas de carreira, o cantor e compositor argentino fará, na noite desta quinta-feira (31/10), sua primeira apresentação em Porto Alegre.
Pouco conhecido no resto do País, o músico tem uma razoável quantidade de fãs no Estado, por conta da proximidade fronteiriça e cultural dos gaúchos com os hermanos. Assim, a expectativa é de um bom público no Opinião (José do Patrocínio, 834), a partir das 20h30min. Já no segundo lote, os ingressos estão à venda nas lojas Verse e Planeta Surf e no site Sympla, a partir de R$ 90,00.
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Na esteira dos conterrâneos Charly García, Fito Páez e Luis Alberto Spinetta, Calamaro se destacou no cenário pop rock de seu país tanto em carreira solo quanto com bandas - primeiro, integrou o Los Abuelos de la Nada e, depois, o Los Rodríguez, grupo de grande sucesso na década de 1990.
Há 30 anos, migrou para a Espanha, onde vive desde então. Com uma vasta discografia, turnês na Europa e bastante popularidade em países de língua hispânica, o músico fala sobre seu debut tardio em terras brasileiras - por onde já passou, mas apenas como turista.
"Meu pai era muito amigo do Carybé (falecido artista nascido na Argentina e naturalizado brasileiro), e o visitamos em Salvador muitos anos atrás. Sou um turista horrível... Vim, mas sem viajar. (O cantor e compositor uruguaio Jorge) Drexler insistiu para que incluíssemos Porto Alegre na turnê. E resolvi considerar a sugestão", afirma o músico, admitindo não saber exatamente o motivo de ter levado tanto tempo para se apresentar por aqui. "Quem sabe? Fazemos o possível. Não tenho como realizar muitas apresentações por ano, em média umas 30... Em princípio, viajamos para onde podemos tocar e levar nossa equipe. O rock não recebe auxílios governamentais nem fiscais, não nos consideram uma forma de cultura, quase não temos apoio de nenhuma espécie", dispara.
Questionado sobre a baixa popularidade do estilo hoje em dia, Calamaro alega que "o rock não tem que ser popular nem estar na moda". E, mesmo no Brasil, onde há uma enorme pluralidade de ritmos, o músico acredita que ainda há espaço para os apreciadores de guitarras elétricas. "Os Rolling Stones tocaram em Copacabana para 1 milhão de pessoas. É duas vezes o público de Woodstock. Mais popular que isso, só a morte", brinca.
Mesmo sendo um grande vendedor de discos - o álbum Alta suciedad, de 1997, ultrapassou as 300 mil cópias comercializadas na Argentina - e tendo várias faixas tocadas nas FMs de seu país, Calamaro é cético em relação à indústria musical, ainda mais hoje, em tempos de streaming. "Nunca fui um grande vendedor, comprei mais discos do que vendi. Há 20 anos que ninguém compra um disco. O streaming não é uma revolução, é um mercado como o dos laboratórios farmacêuticos, abriga bruxos e curandeiros", ironiza.
Para a apresentação na Capital, o argentino deve manter o repertório da atual turnê, do disco Cargar la suerte, lançado no ano passado, com cinco ou seis músicas novas, clássicos de sua carreira solo, como Loco e Flaca, e algumas canções dos tempos de Los Rodríguez. "Não conheço Porto Alegre, mas me disseram que é um lugar onde se tomam bons mates e onde estão as mulheres mais bonitas, e que as pessoas conhecem meus discos. Então é o paraíso", empolga-se Calamaro.
Brincadeiras à parte, ele garante que os porto-alegrenses não vão se arrepender da longa espera pelo show do cantor. "Estamos em uma ótima turnê, a melhor. Nos divertimos no palco. Em relação ao repertório, vamos tocar o mesmo que tocamos em Buenos Aires ou em Madri, com poucas variantes. Mas vamos tocar como se fosse o último dia de nossas vidas, o fim do mundo", avisa.
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