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Jornal da Lei

- Publicada em 24 de Julho de 2018 às 01:00

Escritórios apostam na tecnologia como diferencial

Moreira fala sobre desenvolvimento de softwares para escritórios

Moreira fala sobre desenvolvimento de softwares para escritórios


/LUIZA PRADO/JC
Laura Franco
O recurso de digitalização de processos vem crescendo em todo o País. Hoje, quase todos os tribunais trabalham com essa possibilidade, diminuindo a concentração de processos em papel. Para isso, escritórios vem se moldando à novidade, desenvolvendo sistemas específicos para esse trabalho. Em entrevista ao Jornal da Lei, o advogado especialista em gestão de escritórios Gabriel Lopes Moreira explica a utilização de softwares em seu escritório e avalia como isso vem se desenvolvendo no mercado jurídico.
O recurso de digitalização de processos vem crescendo em todo o País. Hoje, quase todos os tribunais trabalham com essa possibilidade, diminuindo a concentração de processos em papel. Para isso, escritórios vem se moldando à novidade, desenvolvendo sistemas específicos para esse trabalho. Em entrevista ao Jornal da Lei, o advogado especialista em gestão de escritórios Gabriel Lopes Moreira explica a utilização de softwares em seu escritório e avalia como isso vem se desenvolvendo no mercado jurídico.
Jornal da Lei - Como a tecnologia vem se alinhando no trabalho diário do escritório?
Gabriel Lopes Moreira - Procuramos ter a tecnologia alinhada ao nosso trabalho para possibilitar novidades ao nossos clientes. A concorrência no mercado jurídico é gigante, então temos que entregar coisas novas. Desde 2003 desenvolvemos um software para controle de procedimentos internos do escritório, a partir disso organizamos um padrão de atividade desde as externas até as internas. Para isso, nós temos um time interno de desenvolvimento de tecnologia para fazer atualizações e as melhorias necessárias, inclusive pensando individualmente em cada cliente. A tecnologia, nesse caso, é um diferencial competitivo. Minha principal função é buscar o que as empresas de tecnologia estão oferecendo para o segmento jurídico no sentido de composição administrativa para discussões judiciais, questões de mapeamento de tribunais, distribuição de processos e automação. Com isso conseguimos desenvolver e otimizar uma série de fluxos internos para ter mais celeridade. Hoje temos pouco papel circulando nas mesas, e funcionamos dessa forma desde 2006, em que todos nossos procedimentos foram virtualizados. Desde a entrada da solicitação do cliente até a inserção de um prazo na agenda do advogado, a concepção da minuta da petição, o encaminhamento para o judiciário e o retorno é feito de forma automatizada, tudo dentro desse software.
JL - De que maneira os tribunais tem lidado com a digitalização de processos?
Moreira - Hoje a maioria dos tribunais no Brasil já funcionam total ou parcialmente com processo eletrônico, são poucos que não possuem esse sistema. Um dos estados mais atrasados e com maior dificuldade é o Rio Grande do Sul, especificamente na Justiça Estadual. Na Justiça Federal e do Trabalho já são 100% eletrônicos, mas a comum ainda está em atraso. Nesses casos temos peticionado em papel, o papel vai pro judiciário, mas aqui fica virtualizado, enquanto não temos esse salto de qualidade. Prevemos que nos próximos três anos ocorra a digitalização de tudo, porque os números demonstram isso, cada vez menos se consome cópia de papel, cada vez menos temos que ir até o judiciário para isso, porque está no sistema do judiciário, à medida que isso aumenta, diminui essa necessidade do papel.
JL - O que precisa avançar no sentido de tornar essa virtualização mais comum no meio jurídico?
Moreira - Hoje já temos uma associação brasileira de legal techs, e somos o primeiro escritório do Sul a participar, visualizamos tudo que estão discutindo, as alternativas para o mercado, questões novas e regulação disso no nosso mercado, para entender até que ponto essa automação é permitida. Fazem parte da associação departamentos jurídicos, advogados, escritórios e na maioria dos casos, as empresas de legal techs. Essas empresas não são de advogados, são de pessoas da TI, administração, desenvolvimento, que buscam alternativas para as necessidades do mundo do Direito. Algumas das ideias trazidas pelos especialistas podem, eventualmente, ter algo que gere dúvida ou desconforto quanto à possibilidade ou não de utilização. Há o questionamento de que muitas dessas ferramentas possam estar tirando mão de obra jurídica no mercado de trabalho, essa tem sido a principal barreira. No entanto, uma coisa é clara, a tecnologia vem para ficar. O que algumas situações levantam é até que ponto deveriam haver ou não algum tipo de regulamentação desses procedimentos, como isso é novo não há nada feito, mas há tentativas de discussão do assunto, nem que seja para se chegar à conclusão de que o mercado deve agir e se auto regular. O mundo do Direito ainda segue muito tradicional, mas não pode fechar os olhos para as mudanças e desenvolvimentos que estão acontecendo ao redor do mundo. O fato é que essas ferramentas já estão sendo utilizadas e muitos advogados e o mundo jurídico num geral querem investir nessa área e, no mínimo, terão que compreender o que está acontecendo, sob pena de ficarem para trás e perderem espaço.
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