Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Combustíveis

- Publicada em 10 de Maio de 2022 às 03:00

Alta do diesel pode impactar transporte nas cidades

Redução da oferta dos serviços pode representar um impacto direto na rotina de 43 milhões de passageiros.

Redução da oferta dos serviços pode representar um impacto direto na rotina de 43 milhões de passageiros.


ANDRESSA PUFAL/JC
Quem depende do transporte público em cidades de todo o País pode enfrentar uma falta generalizada de ônibus caso o diesel continue subindo, afirma a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbano). Ontem, a Petrobras anunciou um aumento de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro do diesel nas refinarias. Segundo a companhia, os preços de gasolina e do GLP permanecerão inalterados. A empresa justificou o aumento ressaltando que o último reajuste ocorreu há dois meses, em 11 de março, quando "refletia apenas parte da elevação observada nos preços de mercado".
Quem depende do transporte público em cidades de todo o País pode enfrentar uma falta generalizada de ônibus caso o diesel continue subindo, afirma a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbano). Ontem, a Petrobras anunciou um aumento de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro do diesel nas refinarias. Segundo a companhia, os preços de gasolina e do GLP permanecerão inalterados. A empresa justificou o aumento ressaltando que o último reajuste ocorreu há dois meses, em 11 de março, quando "refletia apenas parte da elevação observada nos preços de mercado".
Segundo a entidade, as operadoras serão obrigadas a racionar o combustível e oferecer apenas viagens no horário de pico, entre 5h e 8h da manhã e entre 17h da tarde e 19h da noite. No resto do tempo, os ônibus terão de ficar parados na garagem.
Esse é o cenário caso não sejam definidas fontes para cobrir os custos adicionais das empresas fora desses horários de maio movimento. "As empresas não querem praticar uma operação seletiva, atendendo apenas linhas e horários de maior demanda, mas serão obrigadas a adotar essa medida radical, por não suportarem mais os sucessivos aumentos de custo e os prejuízos", disse, em nota, o presidente da NTU, Francisco Christovam.
O número de veículos rodando hoje fora dos horários de pico varia, conforme a demanda, de uma cidade para outra. Em diversas capitais, apenas metade da frota roda no período de menor movimento.
A NTU representa cerca de 400 empresas, de 2.901 municípios brasileiros atendidos por sistemas organizados de transporte público. "A maioria das associadas está sem caixa para fazer frente a mais um reajuste; não há como comprar o diesel para rodar, e colocar um ônibus na rua com tanque vazio seria uma irresponsabilidade", completou Christovam.
O setor estima que a redução da oferta dos serviços pode representar um impacto direto na rotina de 43 milhões de passageiros.
Em cidades em que há subsídios para custear o aumento de combustível (como São Paulo, Curitiba e Brasília), a situação poderia ser menos grave e a redução na frota dependeria de um aumento do subsídio para acompanhar o reajuste do diesel.
Atualmente, 40 sistemas de transporte urbano no país possuem algum subsídio definitivo. Em 28% desses casos, o subsídio é destinado apenas para financiar políticas sociais -gratuidades de estudantes, idosos etc.
O preço do combustível preocupa o setor. O diesel é o segundo item que mais pesa no valor da tarifa dos ônibus, com uma participação média de 30,2% no custo geral das operadoras de transporte público. Em primeiro lugar está o gasto com mão de obra (50%).
A recuperação dos preços internacionais dos combustíveis e a alta do dólar levaram a uma defasagem no preço do diesel brasileiro, após um aumento de 20% em março. O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, assumiu a empresa em abril defendendo a política de preços atual, apontando o risco de desabastecimento do mercado por falta de importações.
Os sistemas de transporte das cidades já haviam sido profundamente impactados pela redução no número de usuários durante os piores meses de pandemia. Uma estimativa da NTU aponta que eles tiveram perda acumulada de R$ 25,7 bilhões, entre março de 2020 e fevereiro de 2022.
O impacto financeiro médio foi de R$ 1,12 bilhão por mês nesse período da crise sanitária. As perdas das empresas seriam agravadas pela pressão dos combustíveis.
"É um problema antigo e conjuntural, que vinha desde antes da pandemia. Os combustíveis representam um custo elevado na tarifa", diz Marcus Quintella, diretor da FGV Transporte, da Fundação Getulio Vargas.
No caso do transporte interestadual de ônibus, a Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros) diz que não há risco de redução no número de veículos em operação, seguindo uma prerrogativa da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Desde o último dia 1º, a ANTT autorizou reajuste de 1,447% no coeficiente tarifário para os ônibus que fazem serviço de transporte coletivo interestadual e internacional de passageiros. O aumento não engloba o transporte rodoviário semiurbano.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO