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JC Logística

- Publicada em 14 de Setembro de 2021 às 03:00

Combustível caro reduz oferta de corridas por app

Motoristas reclamam que alta da gasolina, apenas neste ano, chega a 51%

Motoristas reclamam que alta da gasolina, apenas neste ano, chega a 51%


MARIANA ALVES/JC
Antes uma facilidade ao alcance de muitos brasileiros, as corridas por aplicativo estão ficando mais escassas em todo o País devido à alta nos preços dos combustíveis. Motoristas de app começam a escolher corridas, deixando de lado trechos mais rápidos e baratos. Se for em horário de pico, abandonam a demanda por rotas com maior chance de engarrafamento - daí o cancelamento sucessivo.

Antes uma facilidade ao alcance de muitos brasileiros, as corridas por aplicativo estão ficando mais escassas em todo o País devido à alta nos preços dos combustíveis. Motoristas de app começam a escolher corridas, deixando de lado trechos mais rápidos e baratos. Se for em horário de pico, abandonam a demanda por rotas com maior chance de engarrafamento - daí o cancelamento sucessivo.

Só neste ano, a Petrobras aumentou o preço da gasolina em 51%, enquanto o do diesel subiu 38%. Entre 29 de agosto e 4 de setembro, o valor máximo da gasolina encontrado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) no país foi de R$ 7,199 por litro, enquanto o do etanol chegou a R$ 6,999.

A classe média, que vem voltando ao trabalho presencial, fica emparedada: quem tem carro, quer usar o aplicativo para economizar com o combustível e diminuir custos com estacionamento. Quem não tem, volta a ficar refém do transporte público, que oferece maior risco de contaminação.

"Os carros por aplicativo podem ser um ótimo complemento ao transporte público, mas precisam ser regulados", diz Cristina Albuquerque, gerente de mobilidade urbana do instituto de pesquisas WRI Brasil. Em rotas com ampla oferta de transporte público, diz ela, a tarifa do carro por app poderia ser um pouco mais cara do que em trechos onde há escassez de ônibus, trens e metrô.

"Quanto menos gente usa o transporte coletivo, mais ele se deprecia, uma vez que os custos de manutenção são divididos pela quantidade de passageiros", afirma. "A situação já estava ruim antes da pandemia, e piorou com a diminuição do fluxo de passageiros."

Procuradas, Uber e 99 afirmam que a alta demanda por viagens vem se acentuando nas últimas semanas, conforme o avanço da vacinação e a reabertura do comércio em todo o País. Na sexta-feira passada, elas anunciaram reajustes devido ao preço dos combustíveis. Enquanto a 99 elevou tarifas, a Uber informou que aumentou apenas o repasse aos motoristas.

Na 99, o aumento vai de 10% a 25% e vale para mais de 20 regiões metropolitanas, incluindo São Paulo, Porto Alegre Belo Horizonte, Brasília e Salvador. "Os constantes reajustes dos combustíveis impactaram muito negativamente os serviços de transporte por aplicativo", afirmou a 99. "O aumento revisa os ganhos dos motoristas parceiros e foi definido levando em consideração a manutenção do equilíbrio da plataforma".

No caso da Uber, a empresa afirma que não haverá mudança na tarifa para o usuário, apenas no repasse para o motorista. Nesse caso, o reajuste no repasse será de até 35% para viagens UberX. As empresas dizem ainda que os motoristas têm autonomia para escolher quais corridas desejam fazer e, assim como os passageiros, têm a liberdade de cancelar viagens - as companhias, porém, têm um limite de corridas que podem ser canceladas sem ônus tanto para os passageiros quanto para os motoristas.

Mas o que interessa mesmo para elas é encontrar mais trabalhadores, porque falta motorista na praça. O Uber lançou um programa em que quem indica um novo colega para a função é recompensado em dinheiro, quando o indicado atinge certo número de viagens. Em São Paulo, por exemplo, uma indicação concluída pode gerar recompensa de até R$ 750.

A rival 99 admite o impasse: tem mais pedidos de corrida do que motoristas. O número de motoristas continua o mesmo há um ano, cerca de 750 mil, mas o de viagens tem crescido.

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