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Sustentabilidade

- Publicada em 28 de Junho de 2021 às 19:12

Transportar com menos poluição é desafio das frotas

Para veículos em geral, já existe uma gasolina ecoaditivada, que polui até 50% menos e traz economia

Para veículos em geral, já existe uma gasolina ecoaditivada, que polui até 50% menos e traz economia


MARCELO G. RIBEIRO/arquivo/JC
O trabalho remoto e as restrições esquentaram os motores da frota logística, que precisou ampliar a estrutura e viagens para atender os inúmeros pedidos feitos pela internet. Segundo levantamento da Ebit Nielsen, o e-commerce teve incremento de 41% ano passado, na comparação com 2019.
O trabalho remoto e as restrições esquentaram os motores da frota logística, que precisou ampliar a estrutura e viagens para atender os inúmeros pedidos feitos pela internet. Segundo levantamento da Ebit Nielsen, o e-commerce teve incremento de 41% ano passado, na comparação com 2019.
O segmento alcançou o valor de R$ 87,4 bilhões de vendas, só no Brasil. Na lista, alimentos, insumos diversos, aparelhos eletroeletrônicos, vestiário, medicamentos, além de equipamentos domésticos e itens para criar o novo cantinho do lar: o home office.
Toda essa movimentação para lá e para cá tem garantido a manutenção de diversas empresas, permitindo que muita gente tenha ficado em casa mais resguardada e também ajudado inúmeras iniciativas empreendedoras que surgiram como uma forma alternativa de renda, nesse período de maior restrição.
Só há um detalhe: como manter operando toda essa ginástica logística de veículos pesados movidos a diesel, entre eles, caminhões, ônibus e carretas, com menos poluição e dentro da lei? Segundo a química e também responsável técnica da Arla Brasil, Lucemila Bonifácio, os gases desses tipos de transporte já estão menos poluentes. Isso porque, desde de 2012, é obrigatório que esses tipos de veículos já saiam de fábrica com compartimento para abrigar uma solução à base de ureia. Esse agente interage e neutraliza os gases poluentes que saem do escape.
Na prática, o produto não se mistura com o combustível, nem é inflamável. Ele fica em um compartimento à parte e atua no Sistema de Redução Catalisadora (SCR) reduzindo em 98% as emissões de NOX (Óxido de Nitrogênio). Lucemila acrescenta que o produto é registrado e certificado pelo Inmetro e passa por avaliações periódicas.
"Se alguém adulterar a solução, é crime", afirmou a química, explicando que o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal fazem fiscalização dos veículos. Medidas como essas integram a Resolução do Conama nº 403/2008, que traz exigências para o controle da poluição do ar. Entre elas, limite de emissão, incorporação de dispositivos ou sistemas para o gerenciamento do motor e características do combustível.
O grupo pernambucano Dislub Equador é um dos que se preparou para atender o mercado, que precisa seguir a legislação. Em duas unidades fabris, produz um tipo de agente redutor líquido de NOX Automotivo. Uma fica em Porto Velho (RO) e atende a região Norte e outra opera em Paulista (PE) para abastecer o Nordeste. A produção é comercializada em postos de combustíveis, em recipientes de 20 litros, ou em granel, via caminhões que abastecem, por exemplo, transportadoras e garagens de ônibus.
Para os veículos em geral, já existe uma gasolina ecoaditivada, que polui até 50% menos e ainda traz economia de combustível de até 10%. Isso graças a um catalisador que vem na formulação de fábrica, com tecnologia GreenPlus, e permite melhora do desempenho do motor, aumento de rendimento do combustível e redução da emissão de gases poluentes.
Disponível em mais de 100 postos das regiões Norte e Nordeste, esse combustível "mais verde" da Dislub - que tem reconhecimento internacional e certificação pelos organismos da ONU - é utilizado no transporte público da Alemanha, virou política pública na Colômbia e está disponível ao consumidor em postos nos Estados Unidos e Argentina, em países na Europa, Ásia e Oriente Médio. Além de estar presente em frotas de caminhões e navios, geradoras de energia e várias das maiores companhias de petróleo do mundo.

Tecnologia aplicada em e empilhadeiras elétricas reduz emissão de gás carbônico

A transformação de uma empresa em "ecofriendly" vai muito além das homenagens ao mês do meio ambiente, comemorado em junho. Devido à complexidade, a adoção de energias verdes ao longo da cadeia de produção exige planejamento robusto e de longo prazo.
Nesse sentido, a M. Dias Branco, empresa de alimentos detentora de marcas como Vitarella, Adria, Piraquê e Richester, buscou parceria com a Jungheinrich, uma das líderes globais em soluções de intralogística, para substituir todas as suas empilhadeiras a combustão e com baterias de chumbo-ácido em equipamentos elétricos com baterias de íon-lítio.
O processo de troca de mais de 216 equipamentos - sendo 45 deles a combustão - começou em 2019 e foi finalizado neste ano, já contabilizando redução de 52% nas emissões de dióxido de carbono (CO2 e de R$ 1,5 milhão em gastos ao comparar a substituição da matriz energética a gás por energia elétrica. Isso porque além da maior eficiência energética, as máquinas a íon-lítio podem operar em três turnos, pois permitem cargas de oportunidade em pausas como refeição dos operadores e reuniões.
"Cada equipamento (com média de 10 mil horas de utilização) gera uma redução de 52% na emissão de CO2 em comparação às empilhadeiras a combustão", explica Amelia Medeiros, gerente de Operações de Armazém e Projetos Logísticos da M. Dias Branco.
Os números comprovam a proporção da mudança: a M. Dias Branco deixou de emitir, aproximadamente, 8,1 toneladas de CO2 por mês. Essa troca de equipamentos a combustão pelas empilhadeiras com bateria de lítio equivale a cerca de 112 mil árvores por ano que são salvas para compensar as emissões de CO2. Segundo estimativas da empresa, a economia chegará a R$ 12,2 milhões no contrato firmado de 84 meses.
Com a substituição, a intenção da M. Dias Branco é beneficiar toda a cadeia. "Para os colaboradores, é possível ter a redução de ruídos e a ergonomia de trabalho; para a empresa, máquinas de melhor qualidade que proporcionam mais produtividade; para o meio ambiente, a não emissão de gases poluentes", ressalta Amélia.
Segundo Wanderson Rosas, gerente regional de Vendas da Jungheinrich, o processo de troca das empilhadeiras não foi afetado pela pandemia. "Nosso time respeitou todos os protocolos de segurança e não mediu esforços para atender e surpreender o cliente", ressalta.
O contrato de locação da M. Dias Branco inclui equipamentos e manutenção a um custo mensal fixo definido. "Nós cuidamos de tudo, pois a expertise do ramo de empilhadeiras é da Jungheinrich. Ou seja, a M. Dias Branco não precisa mais se preocupar com estoque de peças, manutenção, capacitação de técnicos, aquisição de ativo etc. Dessa forma, o tempo que o cliente ganha por não se preocupar com equipamentos, passa a investir efetivamente no seu processo produtivo", ressalta Rosas.
O gerente destaca ainda os benefícios trazidos pelas empilhadeiras elétricas com bateria de íon-lítio. "Estes equipamentos com cargas de oportunidade são muito seguros e têm 100% da bateria carregada em, no máximo, 80 minutos. Diferentemente das máquinas elétricas com bateria de chumbo-ácido, elas não requerem sala de bateria tampouco manutenção diária."
"Também temos 20% menos consumo de energia e mais do que o dobro de vida útil quando comparado a equipamentos com bateria de chumbo-ácido", explica Rosas, que também destaca a garantia da bateria de lítio Jungheinrich de 5 anos, independentemente do número de horas de funcionamento.

Circular Brain e Kangu investem em logística reversa

Projeto entra em funcionamento no mês de agosto e terá 11.671 pontos de entrega

Projeto entra em funcionamento no mês de agosto e terá 11.671 pontos de entrega


FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
A Circular Brain, Circulartech do Brasil de soluções digitais para a economia circular dos resíduos eletroeletrônicos, e a Kangu, rede colaborativa e tecnológica de logística, estabeleceram uma parceria para integração de seus sistemas. O projeto, que entrará em funcionamento no mês de agosto, disponibilizará a operação de reversa para 11.671 pontos de entrega.
Por meio da parceria, o Ecossistema Think Circular poderá ofertar para fabricantes e importadores de produtos eletroeletrônicos sistemas de logística reversa de produtos com cobertura nacional. A solução engloba um portal customizado para cada fabricante no qual os consumidores domiciliares podem localizar o ponto de descarte mais próximo e obter o código de postagem gratuita.
Os pontos de descarte podem ser agências dos correios ou os mais de cinco mil pontos Kangu já em operação, localizados em pequenos estabelecimentos comerciais, mais próximos do consumidor, em especial em grandes capitais. "No momento inicial de nossa parceria com a Kangu, fabricantes e importadores de eletroeletrônicos poderão cumprir 100% das metas geográficas e populacionais de seus programas de logística reversa, previstas para os próximos 5 anos, já no primeiro ano de atividade por uma fração dos custos de outros sistemas e com grande melhoria de eficiência, devido a capilaridade de nossos operadores ambientais, que hoje estão presentes em 12 estados e até o final do ano estarão presentes em mais de 20 estados, assim como dos pontos de coleta, reduzindo o custo, tempo e impacto ambiental do transporte destes resíduos, com total rastreabilidade e conformidade legal, gerido de forma online como é a característica da economia digital", afirma Marcus Oliveira, Founder da Circular Brain.
Para fazer parte da rede Think Circular, processadores ambientais de eletroeletrônicos precisam atender critérios ambientais, documentais e de saúde e segurança, pré-estabelecidos, além de passar por treinamento específico em procedimentos da plataforma e da Norma ABNT NBR 16.156:2013. De acordo com o CEO da Kangu, Marcelo Guarnieri, cada vez mais essa será uma tendência no mercado. "Pensar em sustentabilidade dentro das empresas vai ser mais comum do que imaginamos. Quando criamos a Kangu, desenvolvemos a sustentabilidade como um dos nossos principais pilares de atuação. A parceria com a Circular Brain é mais uma iniciativa nesse sentido. Disponibilizar a nossa rede de Pontos Kangu para realizar a logística reversa desses produtos eletroeletrônicos é uma forma de incentivar cada vez mais o consumidor já que estaremos mais próximos dele".
Os sistemas de logística reversa pós-venda e pós-consumo individuais, bem como em projetos de Trade-in Digital de eletroeletrônicos e soluções corporativas para Disposição de Ativos de TI (ITAD) já estão sendo implementados para os fabricantes e importadores de eletroeletrônicos clientes da Circular Brain, que vêm acompanhando o interesse crescente das empresas e pessoas no que diz respeito a economia circular. Uma pesquisa realizada em 2019, pela agência norte-americana Union Webster, concluiu que 87% dos brasileiros preferem consumir produtos e serviços de empresas que praticam a sustentabilidade nos seus processos.
Percebendo a mudança de cenário, as duas startups, que com suas soluções inovadoras, trazem a resolução para um tema que há mais de dez anos impacta o setor de eletroeletrônicos - a situação da reversa. Agora empresas de todos os portes poderão atrelar a consciência ambiental aos sistemas de logística, melhorando a entrega e devolução de produtos. Uma vez que o compromisso legal esteja estabelecido, as companhias terão um diferencial para o consumidor e um ativo de marca.
 

Cenário e lei federal Nº 12.305/2010

Há mais de dez anos a Lei Federal de Nº 12.305/2010 estabelece a obrigatoriedade de fabricantes e importadores de produtos eletroeletrônicos estabelecerem em território nacional sistemas de logística reversa para seus consumidores domiciliares. Durante nove anos representantes da indústria e do Ministério do Meio Ambiente discutiram o desafio logístico da implementação destes sistemas, alegando dificuldades na implementação e custeio. Somente em 2019 chegou-se a um acordo setorial para o cumprimento desta obrigação ambiental. Segundo o decreto, fabricantes e importadores de produtos eletroeletrônicos devem estabelecer programas de logística reversa coletivos ou individuais que disponibilizam pontos de entrega voluntário ao menos 400 cidades em todo o país (meta geográfica), que nestas cidades haja ao menos um ponto de entrega voluntária a cada 25 mil habitantes (meta densidade populacional) e que promovam um volume de coleta progressiva de 1% em 2021 até 17% em 2025, calculado sobre o volume disponibilizado ao consumidor domiciliar em 2018.
 

Tetra Pak investe recursos para aumentar o valor de suas embalagens encaminhadas para a reciclagem

Em 2020, a Tetra Pak Brasil reciclou 108 mil toneladas de embalagens, o equivalente a 43,7% de toda a sua produção. Para que esse número continue crescendo, a empresa anuncia o projeto Rede Longa Vida, um sistema inédito de rastreamento das caixinhas coletadas e entregues à reciclagem.
Desenvolvido em parceria com a startup Polen e utilizando a tecnologia do blockchain, o programa inédito visa estimular a destinação correta das embalagens e a valorização do trabalho dos profissionais da reciclagem em todo o Brasil com créditos financeiros.
No sistema da Rede Longa Vida, o volume novo de embalagens que não estavam sendo recicladas vale 20% a mais do valor original e a Tetra Pak fica responsável pelo pagamento do percentual adicional. A tecnologia do blockchain é utilizada para o rastreamento dessas embalagens e para garantir a segurança dos dados.
"É um sistema inédito que usa a inovação da logística reversa para aumentar as taxas de reciclagem e ainda melhorar a renda e condições de trabalho de catadores e cooperativas", afirma Valeria Michel, diretora de Sustentabilidade da Tetra Pak Brasil e Cone Sul.
Na prática, os catadores coletam as caixinhas, registram seu volume no sistema e vendem aos aparistas, que fazem o registro da transação. O programa Rede Longa Vida verifica as notas fiscais, faz o cálculo do valor da tonelada adicional vendida e manda o crédito financeiro ao parceiro cadastrado no sistema. Com isso, a caixinha coletada pelo catador passa a valer cada vez mais à medida que ele aumenta o volume de material captado.
Para atender às demandas da Tetra Pak, a Pólen construiu uma tecnologia completamente nova com plataformas personalizadas para os catadores e para as empresas que compram a matéria-prima. Com isso, ficam registradas todos os dados de coletas, compra e venda das caixinhas da Tetra Pak. E, periodicamente, será possível avaliar os dados, entender se as taxas de reciclagem subiram e melhorar o sistema, se necessário.
A parceria ainda engloba outras soluções, como a intenção de estimular a captação de resíduos em regiões mais distantes fomentando assim o escoamento de maneira sustentável em todo o País.