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Estradas

- Publicada em 07 de Junho de 2021 às 18:25

Infraestrutura tem relação com a segurança no trânsito

 De 2010 a 2020, o Brasil registrou 1.424.281 ocorrências apenas nas rodovias federais

De 2010 a 2020, o Brasil registrou 1.424.281 ocorrências apenas nas rodovias federais


PRF/Divulgação/JC
Segundo o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a situação da segurança viária no mundo, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking do número de mortes no trânsito, em todo o mundo, posicionando-se atrás apenas da China, Índia e Nigéria.
Segundo o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a situação da segurança viária no mundo, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking do número de mortes no trânsito, em todo o mundo, posicionando-se atrás apenas da China, Índia e Nigéria.
De acordo com o Painel de Acidentes Rodoviários, elaborado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), que utiliza dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal), entre 2010 e 2020, foram registrados mais de 1,4 milhão de acidentes nas rodovias federais no país. Diversos são os fatores que causam esse tipo de ocorrência: falhas humanas, problemas veiculares, deficiências viárias.
Análises técnicas da CNT mostram que a infraestrutura das vias pode influenciar o comportamento dos condutores, assim como as medidas de educação e fiscalização. Nesse sentido, é fundamental desenvolver ações e políticas públicas para garantir rodovias que permitam uma direção segura e contribuam para a redução de acidentes e mortes no trânsito.
Diante desse cenário, um novo conceito de rodovias tem sido abordado. As chamadas rodovias que perdoam são aquelas construídas ou adequadas para evitar a ocorrência de acidentes e tornar menos graves as suas consequências.
Essas rodovias abrangem a implantação de diversos elementos de segurança viária, também conhecidos como equipamentos de segurança passiva, como, por exemplo, zonas livres, dispositivos de contenção, atenuadores de impacto, sonorizadores e acostamentos.
Segundo o Painel de Acidentes, de 2010 a 2020, o Brasil registrou 1.424.281 ocorrências apenas nas rodovias federais. Desse total, 8,3% (118.309) podem ser associados a questões de saúde dos motoristas, como sono, mal súbito ou ingestão de álcool e outras drogas.
Entre os acidentes causados por fatores relacionados à saúde dos condutores, quase 45 mil tiveram como causa o sono e o mal súbito do motorista. Esses números podem ser reduzidos se a saúde de quem estiver à frente do volante tiver o cuidado necessário. Isso vai desde uma alimentação saudável e um sono adequado até uma postura correta ao volante.
Nesse sentido, o Sest Senat disponibiliza atendimentos gratuitos de saúde para os motoristas profissionais, que atuam no transporte de cargas e de passageiros em todo o País. Nas 156 unidades em funcionamento, são oferecidos atendimentos de odontologia, fisioterapia, nutrição e psicologia. Esses três últimos, nas modalidades presencial e on-line.
Nos atendimentos presenciais e on-line de nutrição, por exemplo, são passadas orientações importantes para quem mantém uma rotina fora de casa o dia todo. Erika Cordeiro de Oliveira é nutricionista na unidade do Sest Senat, em Aracaju (SE), e explica que o ganho excessivo de peso pode causar diversos problemas de saúde.
"A probabilidade de um paciente obeso desenvolver uma doença cardiovascular ou algum problema cerebral é grande, o que é um fator a mais para os motoristas se preocuparem em manter uma boa alimentação para evitarem um possível mal súbito enquanto estiverem dirigindo", explica Erika.
Uma dica da nutricionista é que os motoristas busquem uma alimentação mais leve, tenham sempre, na boleia do caminhão ou na cabine do ônibus, frutas e oleaginosas de forma que eles consigam fazer lanches rápidos e saudáveis.
Além do aspecto da saúde, uma boa alimentação também ajuda a aumentar a disposição, evitando que o motorista dirija com sono. "Se gostarem e puderem, eles podem tomar de três a quatro cafezinhos por dia com pouco ou zero açúcar. O café ajuda a estimular o motorista, além de ser rico em antioxidante que evita problemas no coração".

O que diz o estudo

  • Em trechos com sinalização considerada péssima, são 13,0 mortes a cada cem acidentes ( 52,9%). Onde a sinalização é ótima, o número cai para 8,5.
  • 47,7% dos acidentes e das mortes ocorrem em trechos com problemas de pintura da faixa central (desgastada ou inexistente). Onde há problemas na pintura lateral, há uma concentração de 49,5% dos acidentes com vítimas e de 53,5% das mortes.
  • A ausência de placa de limite de velocidade dobra o risco de morte. Onde as placas são ausentes, o índice de mortes por 10 km de extensão é de 19,9. Onde elas são presentes, o número cai para 10,2.
  • Rodovias com traçado ruim matam mais. Nos trechos em que a geometria da via é considerada ótima (33,5 acidentes por 10 km de extensão), há mais acidentes do que os locais onde é péssima (7,3 acidentes por 10 km de extensão). Entretanto, o índice de mortes é bem maior onde o traçado é péssimo.
  • Controladores de velocidade - O índice de gravidade foi superior nos trechos sem controladores, com 12,5 mortes a cada cem acidentes, enquanto que naqueles onde há presença de controladores, o índice foi de 8,5 (-32,0%).
FONTE: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE