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Tecnologia

- Publicada em 19 de Janeiro de 2021 às 03:00

Grupo Delta prevê faturamento de R$ 100 milhões em 2021

Nicolas Galvão comemora crescimento de 140% no ano passado

Nicolas Galvão comemora crescimento de 140% no ano passado


/VINICIUS COSTA/VCF/DIVULGAÇÃO/JC
Contando com apenas cinco anos de mercado, o Grupo Delta já é uma das referências nacionais em tecnologia e serviços para o mercado de seguros e transportes. Segundo o diretor executivo Nicolas Galvão, a empresa cresceu 140% em 2020, faturando em torno de R$ 65 milhões. Para 2021, a expectativa é alcançar a marca de R$ 100 milhões.
Contando com apenas cinco anos de mercado, o Grupo Delta já é uma das referências nacionais em tecnologia e serviços para o mercado de seguros e transportes. Segundo o diretor executivo Nicolas Galvão, a empresa cresceu 140% em 2020, faturando em torno de R$ 65 milhões. Para 2021, a expectativa é alcançar a marca de R$ 100 milhões.
"A estratégia serão os lançamentos deste ano", destaca o executivo da companhia que iniciou como uma startup dedicada à plataforma de assistência a veículos e hoje é formada por três empresas. Ele sinaliza que no ano passado os investimentos em tecnologias para frotas e a ampliação da área de desenvolvimento de sistemas forneceram respostas rápidas para as "demandas urgentes" que 2020 trouxe, principalmente para o setor de transportes.
JC Logística - Como foi o ano de 2020 para a empresa e de que forma a pandemia de Covid-19 impactou nos negócios?
Nicolas Galvão - Estamos inseridos em um mercado que sofreu pouco com a pandemia. Em março e abril, sentimos que o setor de transportes ainda buscava entender o que ia acontecer, mas logo se viu que este era um serviço que precisava seguir operando. Inclusive, segundo a maior parte das empresas que atendemos, o setor deve ter um aumento significativo de receita em 2020. Fato é que o processo todo de pandemia levou a uma aceleração por parte das transportadoras na área de tecnologia. Aquelas que ainda estavam reticentes em decidirem por acelerar o processo de inovação e transformação digital acabaram indo atrás do serviço para otimizar a logística. Esta foi a saída para que os veículos ficassem parados o menor tempo possível. Sentimos o resultado desta movimentação após investirmos em tecnologias para frotas e a ampliação da área de desenvolvimento de sistemas. Estas respostas rápidas para as "demandas urgentes que 2020 trouxe" para o segmento nos viabilizou um crescimento de 140% no ano. Para 2021, a expectativa é alcançar a marca de R$ 100 milhões, com o lançamento de novas soluções e abrir mais 100 vagas diretas no mercado de trabalho, todas no Rio Grande do Sul (temos uma matriz de tecnologia que fica em Lavras/MG).
Logística - Quais lançamentos merecem destaque?
Galvão - Complementam nossa plataforma de prestação de serviços, que inclui o rastreamento e telemetria das frotas das transportadoras, e onde é possível, por exemplo, controlar a jornada dos motoristas e os fretes. Desenvolvemos agora uma plataforma de manutenção para o transportador ter acesso ao distribuidor, entre outras funcionalidades, como a que auxilia a manutenção dos veículos viabilizando que a cadeia de suprimentos consiga peças com custos mais assertivos. Também estamos lançando hardwares próprios do Delta, e estamos investindo muito na área de inteligência artificial, principalmente na área de prevenção de acidentes. É importante lembrar que o Brasil é um dos países com mais acidentes no mundo, com impacto grande no mercado, tanto no que se refere ao prejuízo de vidas, como o financeiro. Atualmente, estamos avançando nesta plataforma, que terá sensores com inteligência artificial, visando justamente prevenir acidentes e panes. Todas estas soluções otimizam de 20% a 30% o processo das transportadoras.
Logística - Como ocorre a distribuição das ferramentas do Grupo Delta?
Galvão - Nosso principal canal de distribuição é o corretor de seguros - e atualmente contamos com mais de 2 mil no Pais inteiro atuando em todos estados brasileiros. Temos as plataformas de tecnologia do grupo, e o transportador contrata os serviços de forma personalizada. Alguns apostam somente em telemetria e rastreamento, outros levam junto a manutenção e assistência. Mas nossa plataforma é modular e o cliente pode definir o que mais lhe interessa. 
Logística - Qual é a sua análise do mercado de transportes brasileiro no que se refere à tecnologia embarcada?
Galvão - Está em constante evolução, mas ainda atrasado se comparado com outros países, onde os caminhões já são à gás ou elétricos. Nos próximos cinco anos, o Brasil deve passar por uma transformação no mercado de logística, e é nesta esteira que nós já projetamos triplicar o tamanho da nossa operação. Outro ponto é que o país ainda é um mercado muito dependente do modal rodoviário, e pelo tamanho do território, não há outra forma. Então o caminho mais natural é investir em novas tecnologias e reduzir acidentes e poluentes, e otimizar a cadeia rodoviária. No entanto, ainda existem dificuldades estruturais para a tecnologia embarcada. Tem muita região com baixa cobertura de sinal de dados, muita estrada com infraestrutura precisando de melhoria. O setor de transportes precisa de investimento como um todo, por parte de governo e da iniciativa privada.

Aplicativo protege motoristas e animais contra acidentes rodoviários em estradas de todo o País

Transitar pelos cerca de 1,7 milhão de quilômetros de estradas e rodovias brasileiras - apenas 200 mil quilômetros asfaltados - traz riscos para motoristas, passageiros e animais silvestres. Em média, 6 mil pessoas morrem a cada ano em acidentes nas estradas brasileiras, muitas envolvendo animais domésticos e selvagens. Ao mesmo tempo, cerca de 450 milhões de animais são atropelados em estradas e rodovias. Para ajudar a reduzir as fatalidades, foi lançado um aplicativo para celulares que aumenta a segurança viária.
Usando inteligência artificial, o U-Safe cruza dados reais e atualizados continuamente sobre atropelamentos de animais e acidentes rodoviários para informar aos motoristas quais trechos de estradas e rodovias merecem mais atenção. Assim, o aplicativo ajudar a salvar vidas humanas e a proteger a biodiversidade brasileira, única no mundo.
O aplicativo usa "anéis de proteção" para informar o nível de risco viário a cada quilômetro. Quanto maior um anel, maior a chance de se atropelar um animal selvagem ou doméstico ou até de sofrer um acidente. Nos primeiros dias o U-Safe liberará apenas alguns trechos de rodovias, para testes e melhorias. Nos próximos meses novos segmentos de estradas poderão ser baixados para a proteção dos usuários.
Mesmo em rodovias ou estradas que ainda não possuem análise de risco, é possível baixar pontos de atropelamentos de fauna selvagem. Assim, motoristas serão alertados sobre locais onde já aconteceram atropelamento de animais. A frequência das notificações é ajustada pelo usuário.
Também é possível conhecer os riscos de viagens realizadas, quantos animais selvagens perderam a vida em determinados trechos de estradas e rodovias e, claro, quantas viagens cada usuário realizou com o U-Safe.
Conforme o idealizador da tecnologia, o professor e pesquisador Alex Bager, à frente do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas da Universidade Federal de Lavras (MG), medidas para a redução de acidentes com animais selvagens e domésticos são instaladas em pontos fixos das rodovias, estradas e ferrovias, muitas vezes sem embasamento técnico e científico adequado, e, ainda, têm custo elevado.
"Trabalhos científicos publicados em vários países mostram que as áreas críticas para atropelamentos de fauna, e assim com maior risco para acidentes com pessoas, podem mudar ao longo do tempo, inutilizando medidas convencionais como pontes, túneis e cercas", explicou. O pesquisador complementou que 'tais medidas são imprescindíveis em algumas situações, mas a maioria daquelas já instaladas no Brasil carecem de avaliações de efetividade'.
Já com o U-Safe, mudanças em pontos de maior risco para pessoas e animais são incorporadas pelo aplicativo e novos alertas passam a ser emitidos. Ou seja, seu uso amarra informações dos usuários e de órgãos públicos que amplia a segurança viária de forma contínua.
"O aplicativo é ágil para identificar e alertar sobre novas áreas críticas para atropelamentos e acidentes. Também ajudará numa mudança de hábitos dos usuários de rodovias, informando em tempo real e permitindo às pessoas para que tomem as melhores decisões sobre suas viagens", ressaltou Bager.
Durante os meses iniciais de lançamento e de ajustes operacionais, baixar e usar o U-Safe é gratuito. "Queremos que nossos usuários estejam protegidos já nas próximas férias. Manteremos o aplicativo gratuito até o começo do ano que vem", ressaltou o pesquisador.
O U-Safe é a evolução do app Sistema Urubu. Lançado em 2014, se tornou uma grande rede social voltada à conservação da biodiversidade brasileira, permitindo a motoristas e passageiros que registrem com fotos e coordenadas animais atropelados avistados em suas viagens.