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Negócios

- Publicada em 08 de Setembro de 2020 às 03:00

Cresce uso de carros por aplicativo nas periferias do País

Pesquisa da 99 abrangeu as capitais Porto Alegre, Manaus, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro

Pesquisa da 99 abrangeu as capitais Porto Alegre, Manaus, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro


FREDY VIEIRA/JC
Moradores das periferias do Brasil estão utilizando o transporte por aplicativo com maior frequência (554) para evitar aglomerações e contaminação pelo coronavírus no deslocamento (43%). Ainda assim, quase um quarto dos entrevistados não conseguiu cumprir o isolamento social no período de quarentena e precisou sair todos os dias para trabalhar (19%). Outros 32% afirmaram já ter voltado efetivamente para as ruas nos últimos quatro meses.
Moradores das periferias do Brasil estão utilizando o transporte por aplicativo com maior frequência (554) para evitar aglomerações e contaminação pelo coronavírus no deslocamento (43%). Ainda assim, quase um quarto dos entrevistados não conseguiu cumprir o isolamento social no período de quarentena e precisou sair todos os dias para trabalhar (19%). Outros 32% afirmaram já ter voltado efetivamente para as ruas nos últimos quatro meses.
Por outro lado, ainda entre os meses de fevereiro e agosto, as corridas feitas pela parcela mais rica caiu, o que pode ser explicado pela possibilidade das pessoas com maior poder aquisitivo poderem aderir ao home office. Belo Horizonte, por exemplo, foi a cidade com maior impacto: a parcela mais pobre da população ampliou em 38% suas viagens por carros de aplicativo enquanto a parcela mais rica apresentou queda de 41%.
Somado a isso, 83% dos respondentes das periferias brasileiras sofreram impacto econômico significativo em suas finanças e afirmam que passaram a viver mais o próprio bairro, comprando e realizando serviços perto de casa, durante a pandemia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em maio, a taxa de desocupação do país no primeiro trimestre do ano foi de 12,2%, com aumento de 1,3 pontos percentuais em relação do quarto trimestre de 2019, quando ficou em 11%.
Essas são algumas das conclusões da pesquisa "Como as periferias se reconectam com a cidade", realizada no final de julho pela 99, empresa de de tecnologia ligada à mobilidade urbana. A plataforma investigou a mobilidade urbana durante a pandemia nos bairros periféricos de quatro capitais brasileiras, identificando mudanças de comportamento entre os passageiros de Porto Alegre, Manaus, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.
Mesmo diante do aumento da utilização dos apps no dia a dia, os deslocamentos para o trabalho nas capitais pesquisadas ainda são realizados majoritariamente por meio de ônibus e de trem/metrô. Os carros por app respondem por 35% do uso. Em São Paulo, o principal fator de decisão para a escolha é o valor total do deslocamento - Grajaú se destaca pelo uso de trem e metrô, o que está relacionado com a presença de terminal no bairro. No Rio de Janeiro, o tempo do trajeto é mais relevante.
Para atividades rotineiras, o preço é o maior fator de decisão para o deslocamento. A comodidade ganha mais relevância em ocasiões esporádicas como lazer e visita a família e amigos. Durante a pandemia, a segurança em relação à Covid-19 também aparece com grande relevância. 43% dos entrevistados estão preocupados com a contaminação do coronavírus no transporte.
"A pesquisa reflete nosso compromisso para democratizar o acesso às cidades por meio do transporte. Antes da pandemia, a maioria das nossas corridas já ocorriam fora do centro expandido. Diante de um impacto econômico e social tão grande, vimos a demanda nas regiões periféricas crescer ainda mais. O aumento de viagens realizadas pelos quartis mais pobres das cidades é uma tendência por todo o Brasil", explica a diretora de Comunicação da 99, Pâmela Vaiano.
Atenta ao crescimento deste nicho, a 99 criou novas categorias no aplicativo. Entre elas, o 99Poupa, opção para viagens com preços até 30% mais baratos para os passageiros e em horários de menor demanda; e o 99Entrega, que possibilita aos usuários enviarem objetos pessoais a amigos e familiares de forma simples, segura e rápida, respeitando o isolamento social.
Outro lançamento é a 99Pay, carteira digital, que traz benefícios financeiros reais para os usuários, como cashback e descontos nas corridas e serviços de pagamento (boletos bancários e recarga de celular, por exemplo), além de atender uma parcela da população desbancarizada.

Perfil dos passageiros é formado principalmente por mulheres

Dos passageiros que transitam nas áreas pesquisadas, a maioria é mulher (67%), têm entre 25 e 34 anos (33%) e pertence a classe C (54%). Dos entrevistados, 94% estão utilizando o carro por app: 54% já usavam o serviço e passaram a utilizar mais durante a pandemia.
O carro próprio não é uma opção para a grande maioria, mais de 60% em cada cidade não tem carro. Em Salvador, o número chega a 71%. Do total de entrevistados nas três cidades, 76% não pretende comprar um carro nos próximos seis meses.
Dentro do próprio bairro, a maioria das pessoas se desloca a pé (65%), com carro por app (46%) e com ônibus (19%). As principais atividades realizadas dentro do próprio bairro são, respectivamente: compras, serviços, trabalho, saúde e visita a amigos e parentes.
 

Pandemia intensifica hábito da classe C de fazer compras no comércio local

Assim como as formas de deslocamento na cidade, o consumo nas regiões periféricas do Brasil também mudou com a pandemia. Antes dela, já era comum que moradores realizassem compras em seus bairros, mas esse movimento ganhou ainda mais força. O comportamento pode ser influenciado pela preocupação com o sustento do comércio local, apontada por 94% dos respondentes.
Segundo a pesquisa "Como as periferias se reconectam com a cidade", realizada no final de julho pela 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade urbana, mais da metade dos entrevistados concentram suas compras em seus bairros: 55%.
As compras on-line também ganharam mais espaço na rotina das pessoas e mostram um salto expressivo em todos os bairros. Em São Paulo, por exemplo, antes da pandemia, apenas 4% dos moradores costumavam fazer suas compras em lojas online. Durante a pandemia, esse número saltou para 24%.