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Passageiros

- Publicada em 13 de Julho de 2020 às 21:26

Transporte clandestino cresce durante a pandemia

Megaoperação verifica ônibus, carros e vans que atuam de forma camuflada em todo o País

Megaoperação verifica ônibus, carros e vans que atuam de forma camuflada em todo o País


/ANTT/DIVULGAÇÃO/JC
Mesmo com a suspensão de operação imposta em algumas cidades e estados pelo poder público, a partir de março deste ano, transportadores irregulares e clandestinos seguem levando passageiros por todo País, em ônibus, utilitários e carros. Se antes sua ação era camuflada pelo fluxo das estradas, agora o vai e vem ficou exposto e os flagrantes aumentaram.
Mesmo com a suspensão de operação imposta em algumas cidades e estados pelo poder público, a partir de março deste ano, transportadores irregulares e clandestinos seguem levando passageiros por todo País, em ônibus, utilitários e carros. Se antes sua ação era camuflada pelo fluxo das estradas, agora o vai e vem ficou exposto e os flagrantes aumentaram.
Diversos casos de passageiros contaminados desembarcando de ônibus clandestinos, nos últimos dois meses, em São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro entre outros estados, chamaram a atenção da imprensa e da opinião pública.
Preocupadas com o cenário, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros(Abrati) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) buscam soluções. As empresas rodoviárias de transporte regular apontam os prejuízos ao setor já que a operação das linhas não representa apenas uma burocracia e sim o atendimento a compromissos com a legalidade, segurança, geração de emprego formal e ainda, agora, a implantação de protocolos sanitários que reduzem os riscos de contágio do novo coronavírus durante a viagem.
As operadoras de terminais rodoviários também reportam prejuízos já que investem regularmente nas instalações, serviços e segurança de seus usuários assim como promoveram diversas adequações sanitárias contra a Covid-19. Os terminais rodoviários das principais capitais possuem sinalização nos assentos, pisos e outros locais sobre o distanciamento, a desinfecção regular das instalações, álcool em gel à disposição assim como funcionários treinados e usando EPIs apropriados.
A Abrati acredita que, com a flexibilização da quarentena em algumas cidades e a adoção de protocolos de biossegurança nas empresas de ônibus, será possível reconquistar parte da demanda de passageiros.
De acordo com a associação, as empresas estão investindo muito em pesquisas de produtos e equipamentos de higienização para tranquilizar os passageiros do ponto de vista de saúde. Além do mais, a aposta de que o custo benefício do rodoviário será muito atrativo para destinos regionais, viagens curtas, ecoturismo, todos bem-vindos no pós-pandemia já que a retomada será por terra e via turismo nacional.
Mas, por outro prisma, alguns postos de trabalho já foram afetados. Percebe-se que alguns grandes grupos já demitiram. "Há necessidade de que a segurança da formalidade e a regularidade sejam privilegiadas, pois a todas essas sequelas somam-se agora à questão de saúde pública quando se permite a liberdade do serviço clandestino, que eventualmente vem travestido de intermediação, plataformas de vendas digitais, carona solidária, transporte alternativo, diversos nomes que ao final significam a mesma pirataria de sempre", conclui Letícia Pineschi, conselheira da Abrati.
No início de julho, a ANTT deu começo a uma megaoperação que tem como foco o combate ao transporte clandestino de passageiros. Chamada de Operação Pascal (em homenagem ao matemático Blaise Pascal, desenvolvedor do primeiro sistema de transporte coletivo), abrange todo o território nacional e em todos os sistemas de transporte rodoviário de passageiros de competência da ANTT, ou seja, transporte interestadual, semiurbano interestadual e internacional. A megaoperação segue até dezembro de 2020.

Números do Setor

  • O setor transporta 50 milhões de passageiros/ano e fatura aproximadamente R$ 7 bilhões/ano.
  • Em 2020, o setor viveu dois momentos: um, na segunda quinzena de março,com os primeiros dias das medidas de isolamento social e suspensão das viagens em várias cidades e que representou queda de 70% de passageiros embarcados ou, em números absolutos, menos 3 milhões de passageiros/mês.
  • Depois, o segundo momento ocorreu quando as medidas restritivas à circulação foram enrijecidas e, até mesmo, decretado lockdown em algumas regiões. Nesse momento, houve 95% de queda na receita do setor.
  • Estima-se que o setor rodoviário tenha perdido cerca de 1,6 bilhões de reais até a presente data, muito embora as perdas deverão ser sentidas até o fim no ano, já que os festejos juninos, as férias de julho, todos esses marcos de receitas certas do transporte interestadual estão cancelados pelo país.
 
Fonte: ABRATI