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Transporte

- Publicada em 27 de Dezembro de 2019 às 03:00

Fundo Pátria amplia negócios na área de infraestrutura

Maior negócio é a compra da concessionária Cart, que administra o corredor Raposo Tavares

Maior negócio é a compra da concessionária Cart, que administra o corredor Raposo Tavares


ISRAEL ANTUNES/FOLHA IMAGEM/JC
O fundo de investimentos Pátria anunciou dois negócios ligados à infraestrutura, área em que tem concentrado recursos. O maior deles é a compra de 100% concessionária Cart, que administra o corredor Raposo Tavares, em São Paulo, desde 2009 e pertencia à Invepar. O valor da transação não foi anunciado.
O fundo de investimentos Pátria anunciou dois negócios ligados à infraestrutura, área em que tem concentrado recursos. O maior deles é a compra de 100% concessionária Cart, que administra o corredor Raposo Tavares, em São Paulo, desde 2009 e pertencia à Invepar. O valor da transação não foi anunciado.
O Pátria também conseguiu um financiamento do Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de R$ 2 bilhões para a termelétrica a gás Marlim Azul, em Macaé (RJ). O projeto é tocado pelo fundo em sociedade com Shell e Mitsubishi Hitachi.
Na área rodoviária, a aquisição da concessionária ainda precisa ser aprovada por órgãos reguladores como o Cade (Conselho administrativo de Defesa Econômica) e a Artesp (agência estadual). O Pátria diz que vai investir R$ 500 milhões nas estradas sob administração da Cart nos próximos quatro anos.
Essa concessão ainda tem 20 anos pela frente. O contrato abrange as rodovias SP-225, SP-327 e SP-270. Os trechos têm, ao todo, 834 quilômetros e vão de Bauru até Presidente Epitácio.
O eixo troncal do corredor tem 444 quilômetros; os demais 390 quilômetros são vicinais. As vias passam por 27 cidades, incluindo as divisas com Mato Grosso do Sul e com o norte do Paraná.
A compra da concessionária é a segunda investida do Pátria no setor de rodovias. A gestora já possui a Entrevias, criada em 2017 para gerir a concessão de sete rodovias no Centro-Oeste Paulista. A Cart pertencia à Invepar, que tem como acionistas os fundos de pensão Previ (dos pensionistas do Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e dos credores da OAS.
O Pátria também anunciou a assinatura de um contrato de financiamento do Bndes para a construção e instalação da termelétrica a gás Marlim Azul, em Macaé (RJ), que deverá iniciar as obras no início de 2020. O Bndes vai aportar 80% do valor do projeto. Serão R$ 2,06 bilhões, com prazo de 24 anos para quitação.
A usina a ser construída terá capacidade de 565 MW. O projeto, que venceu o leilão de energia A-6 em 2017, é o primeiro que usará gás do pré-sal brasileiro. O investimento total da joint venture será de R$ 2,5 bilhões.
"A usina já tinha licença ambiental. Já fizemos terraplanagem, drenagem e asfaltamento das vias de acesso. A Mitsubishi é a fornecedora dos equipamentos principais e se responsabiliza pela construção, que começa em 2020. É a parte que despende mais capital", diz Bruno Chevalier, diretor-executivo da Marlim Azul.
"O Bndes considerou o projeto de baixo risco e permitiu uma alavancagem de 80%. Já temos duas expansões [da capacidade de geração] licenciadas e vamos fornecer energia também ao mercado livre", afirmou.
Chevalier diz também que a joint venture avalia novos projetos similares no setor de gás na região do pré-sal.

Governo lança programa de incentivo a caminhoneiros autônomos e deve atingir 100 mil trabalhadores em todo o País

Roda Bem Caminhoneiro tem o objetivo de melhorar a renda e a qualidade de vida da categoria

Roda Bem Caminhoneiro tem o objetivo de melhorar a renda e a qualidade de vida da categoria


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Cerca de 100 mil caminhoneiros autônomos de todo o País devem ser beneficiados com a criação de cooperativas de transporte rodoviário de cargas. Lançado pelos ministros da Cidadania, Osmar Terra, e da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o Roda Bem Caminhoneiro tem o objetivo de melhorar a renda e a qualidade de vida da categoria.
O programa prevê a instalação de 100 kits básicos de infraestrutura para cooperativas novas e existentes. Cada uma terá assessoramento técnico, apoio em infraestrutura, tanque para abastecimento próprio e escritório-contêiner com computador com software de gestão. O prazo de implantação do Roda Bem é de 18 meses.
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a frota brasileira de caminhões é de 1,941 milhão de caminhões. Do total, cerca de 703 mil veículos são de caminhoneiros autônomos e apenas 26 mil são cooperados.
Apesar disso, de acordo com Osmar Terra, os empresários ainda lucram muito mais que os profissionais autônomos. "Há um desequilíbrio entre o transportador autônomo e quem transporta em grande escala. O que nós estamos proporcionando aos caminhoneiros nesse momento é terem a oportunidade de ter escala, de se organizarem em cooperativa", disse o ministro.
Os caminhoneiros também contarão com a tecnologia para melhorar a renda. Por meio de um aplicativo de celular eles terão, por exemplo, acesso a sistema de pregão eletrônico para compra coletiva. Isso proporcionará redução no preço dos insumos necessários para o transporte rodoviário de cargas, como óleo diesel, lubrificantes, pneus e peças. Para Osmar Terra, o programa reforça o compromisso do governo com os caminhoneiros, buscando melhorar as condições de trabalho e de remuneração da categoria. "O que derruba muito o frete, encarece o frete, é ter um intermediário que só por ter um escritório ganha mais que o caminhoneiro que transporta. Tudo isso ajuda o caminhoneiro a viver melhor", acrescentou.
Também em ambiente digital, o programa fortalece a negociação de frete diretamente com os embarcadores, como indústrias, empresas do agronegócio e cooperativas de produtores.
Vencedora de um edital lançado em novembro, a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar (Unicafes) vai gerir o programa. A Unicafes, fundada em 2005, tem 700 cooperativas associadas nas cinco regiões do País e articula iniciativas econômicas para a ampliação de oportunidades de trabalho, promoção de renda, produção de alimentos e melhoria da qualidade de vida de seus associados.
Além da formação de redes e fornecimento de infraestrutura, o edital prevê a oferta de cursos de qualificação, pela modalidade de ensino a distância, de gestão de cooperativas, direção defensiva e prevenção ao uso de drogas.