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Aviação

- Publicada em 14 de Junho de 2019 às 03:00

Iata diminui projeção de lucro das aéreas para 2019

Custos gerais do setor devem crescer 7,4% neste ano, superando o aumento de 6,5% das receitas, pressionando as margens líquidas

Custos gerais do setor devem crescer 7,4% neste ano, superando o aumento de 6,5% das receitas, pressionando as margens líquidas


/SONNY TUMBELAKA/AFP/JC
Diante da deterioração do ambiente de negócios no setor, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) revisou para baixo suas perspectivas de lucro para o setor de transporte aéreo global em 2019, de US$ 35,5 bilhões, previstos em dezembro, para US$ 28 bilhões. A projeção do lucro líquido após impostos da Iata também foi revista para US$ 30 bilhões. "O ambiente de negócios para as companhias aéreas deteriorou-se com o aumento dos preços dos combustíveis e um enfraquecimento substancial do comércio mundial", informa a associação, em encontro anual realizado na Coreia do Sul.
Diante da deterioração do ambiente de negócios no setor, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) revisou para baixo suas perspectivas de lucro para o setor de transporte aéreo global em 2019, de US$ 35,5 bilhões, previstos em dezembro, para US$ 28 bilhões. A projeção do lucro líquido após impostos da Iata também foi revista para US$ 30 bilhões. "O ambiente de negócios para as companhias aéreas deteriorou-se com o aumento dos preços dos combustíveis e um enfraquecimento substancial do comércio mundial", informa a associação, em encontro anual realizado na Coreia do Sul.
Os custos gerais do setor devem crescer 7,4% em 2019, prevê a entidade, superando o aumento de 6,5% nas receitas. Com isso, as margens líquidas devem continuar pressionadas, recuando de 3,7% para 3,2% neste ano. O lucro por passageiro deve apresentar queda semelhante, passando de US$ 6,85 em 2018 para US$ 6,12, estima a Iata. "Este ano será o décimo consecutivo que o setor aéreo fecha no azul. Porém, as margens estão sendo pressionadas pelo aumento dos custos, incluindo mão de obra, combustível e infraestrutura", afirmou o diretor-geral da Iata, Alexandre de Juniac.
Apesar da forte concorrência entre companhias aéreas, o executivo pondera que o enfraquecimento do comércio global deve continuar diante da intensificação da guerra comercial entre os EUA e a China. "Isso afeta principalmente o negócio de carga, mas o tráfego de passageiros também pode ser influenciado à medida que as tensões aumentam", acrescenta Juniac.
Em 2019, o retorno do capital investido das aéreas deve ficar em 7,4%, abaixo do nível atingido no ano passado, de 7,9%, mas que ainda supera o custo médio de capital (estimado em 7,3%). Outro ponto citado pelo executivo é que persiste a lacuna entre a rentabilidade das companhias aéreas na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico em relação às da África, América Latina e Oriente Médio.
"A boa notícia é que as companhias aéreas quebraram o ciclo de expansão e recessão. Uma desaceleração no ambiente comercial agora não mergulha a indústria em uma crise profunda. Mas, nas atuais circunstâncias, a grande conquista do setor, de criar valor para investidores com níveis normais de lucratividade está em risco. As companhias aéreas ainda criarão valor para os investidores em 2019 com retornos acima do custo de capital, mas apenas justos", prevê Juniac.
 

Companhias da América Latina devem lucrar US$ 200 milhões neste ano

As companhias aéreas da América Latina devem entregar lucro líquido de US$ 200 milhões em 2019, de acordo com estimativas divulgadas pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). O resultado representa uma modesta melhora em relação ao prejuízo de US$ 500 milhões reportado em 2018, com os preços mais altos do petróleo sendo compensados pela recuperação da economia brasileira.
De acordo com as estimativas da associação, a demanda na região deve crescer 6,2% em 2019, enquanto a capacidade deve aumentar 5,1%, com a taxa de ocupação passando de 81,6% para 82,5%. Em 2018, a demanda na região cresceu 7% enquanto a capacidade aumentou 7,3%.
Com exceção da América Latina e América do Norte, todas as regiões devem apresentar uma redução na lucratividade em 2019, de acordo com as estimativas. As aéreas da América do Norte devem entregar a performance financeira mais forte entre todas as regiões, com um lucro (após impostos) de US$ 15 bilhões, acima do lucro de US$ 14,5 bilhões informado no ano passado. O desempenho equivale ao lucro líquido de US$ 14,77 por passageiro e representa uma evolução significativa em relação ao registrado em 2012 (US$ 2,3 por passageiro), observa a Iata.
As margens líquidas da América do Norte devem ficar em 5,5%, abaixo dos níveis de 2018 em razão da alta acima do esperado nos custos do combustível e da desaceleração do crescimento da economia global.

Associação defende mais equilíbrio nas concessões para aeroportos

Em defesa de modelos mais "equilibrados" de concessões aeroportuárias, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) desenvolveu em parceria com a Deloitte um libreto tratando do assunto. Entre os riscos para o setor apontados pela associação estão: prazos de concessão injustificavelmente longos, seleção com base no maior ágio, engajamento limitado dos acionistas, planos de construção e cobranças superestimadas, além de alto risco para as aéreas e os consumidores e mínimo para as concessionárias.
De acordo com Nick Careen, vice-presidente sênior da Iata, o modelo de concessão aeroportuária ideal precisa levar em conta os interesses de todas as partes interessadas e permitir uma abordagem mais colaborativa ao longo da concessão.
No caso do Brasil, a Iata reconhece que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) incorporou diversas recomendações da associação na quinta rodada de concessões e que o atual modelo revisado é mais consistente com o novo modelo pregado pela Iata. A associação destaca ainda o fato da Anac também estar considerando a introdução de melhorias em sua sexta rodada, em 2020.
Historicamente, observa o executivo, as concessões aeroportuárias têm sofrido com contratos indevidamente longos e arbitrários. Por exemplo, para aeroportos de Paris a concessão proposta é de 70 anos. Os aeroportos de Sydney foram privatizados em 2002 com um arrendamento de 50 anos, mais um ano de extensão opcional.
Aliado a isso, a Iata cita ainda exemplos de taxas de concessão muito altas: onde uma grande fatia da receita bruta do aeroporto é desviada para o governo e não reinvestida necessariamente na aviação. Em Santiago do Chile, por exemplo, a taxa vencedora baseou-se em 78% da receita bruta.
A associação destacou ainda exemplos de concessões em que a infraestrutura acordada no contrato simplesmente não atende aos requisitos operacionais das companhias aéreas e passageiros.
O executivo observa ainda que o engajamento e compartilhamento de informações entre o aeroporto, o operador e os utilizadores das instalações aeroportuárias precisam ser consideravelmente melhorados. E isso só acontecerá quando os interesses de todos os envolvidos sejam definidos e a concessão seja devidamente protegida.