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JC Logística

- Publicada em 07 de Junho de 2019 às 03:00

Gestão tecnológica é crucial ao transporte de cargas

Entre estandes e palestras transitaram temas como e-commerce, gestão de riscos com inteligência artificial e dispositivos de segurança

Entre estandes e palestras transitaram temas como e-commerce, gestão de riscos com inteligência artificial e dispositivos de segurança


/MARIANA CARLESSO/JC
Thiago Copetti
Controlar os negócios que estão na estrada exige hoje tanto o apoio do mundo digital quanto pensar nas transformações que a tecnologia traz para o setor de transporte de cargas. O tema, pela importância e atualidade, percorreu diferentes espaços da 21ª edição da Transposul - Feira e Congresso de Transporte e Logística, que se encerra nesta sexta-feira em Bento Gonçalves. Entre estandes e palestras prevaleceram temas como e-commerce, gestão de riscos com inteligência artificial e dispositivos de segurança em novas radiofrequências, como a LoRa.
Controlar os negócios que estão na estrada exige hoje tanto o apoio do mundo digital quanto pensar nas transformações que a tecnologia traz para o setor de transporte de cargas. O tema, pela importância e atualidade, percorreu diferentes espaços da 21ª edição da Transposul - Feira e Congresso de Transporte e Logística, que se encerra nesta sexta-feira em Bento Gonçalves. Entre estandes e palestras prevaleceram temas como e-commerce, gestão de riscos com inteligência artificial e dispositivos de segurança em novas radiofrequências, como a LoRa.
A tecnologia de radiofrequência LoRa, que permite a comunicação em longas distâncias, foi autorizada para uso no Brasil pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em 2018. Agora, começa a chegar ao mercado em forma de produtos como nos sistemas de monitoramento de frota comercializados pela empresa Trucks Control. A grande vantagem? É imune, até o momento, ao chamado Jammer (aparelho que neutraliza sistemas de GPS, utilizados em furtos de veículos), assegura William Beneveti, gerente de marketing da Trucks Control, que vê no sistema a principal novidade apresentada na Transposul de 2019.
"Além de ser imune ao Jammer, esse sistema emite um sinal de socorro para outro veículo que opera com o mesmo sistema, automaticamente, caso o Jammer tenha sido detectado no sistema", diz Beneveti.
Também na área da segurança, mas voltado à prevenção e ao controle, uma das novidades é o uso de inteligência artificial pela Apisul, também expositora do evento. Sistemas de reconhecimento fácil permitem que empresas identifiquem falsos motoristas em seleções de trabalho, por exemplo. Daniel Nobre, gerente de produtos digitais da Apisul, que atua na área de seguro de cargas e gerenciamento de riscos, explica porque essa nova ferramenta é importante.
Nobre diz que quando se faz uma seleção de motoristas, especialmente em épocas de alta demanda ou de escoamento de safra, é comum ter no meio pessoas infiltradas por quadrilhas, portando documentos falsos. "O sistema, que pode ser usado no celular, cruza a imagem do candidato com a dos pretensos motoristas por meio da foto da CNH e detecta a fraude. Em dois meses de uso em uma empresa, por exemplo, cinco falsos candidatos foram descobertos", conta o executivo da Apisul.
Em testes, também com inteligência artificial, está um sistema que acompanha como o motorista está dirigindo por meio de uma câmera de vídeo que filma todo trajeto percorrido. Unidos, hardware e software vão apontar quantas vezes ele fez ultrapassagens irregulares, andou pelo acostamento, excedeu o excesso de velocidade permitida, entre outros dados.
A gestão do transporte de cargas com apoio e foco nas novas tecnologias também foi tema de palestra realizada na Transposul por Maria Cristina Kopacek e Carlos Panitz. Com o tema "Oportunidades e desafios na relação embarcador-transportador no mundo 4.0", a dupla mostrou de que forma o e-commerce está exigindo mudanças na relação entre o cliente (embarcador) e as transportadoras.
Ao olhar as perspectivas dessas duas pontas, embarcador e transportador, eles detectaram que a falta de integração e compartilhamento de dados e sistemas reduzem uma necessidade básica de ambos: a otimização de recursos e melhoria nos resultados.
"Essa necessidade tem como ponto culminante a ascensão do e-commerce no mundo, que muda o foco de muitas empresas de transporte de cargas, que passa a ser apenas no atendimento ao seu cliente e agora vai chegar ao contato, e a proximidade do consumidor final", explica Maria Cristina, engenheira de controle de automação.
Depois de identificarem que o e-commerce é uma fronteira originalmente desbravada pelo varejo, que depois alcançou a indústria e agora bate com mais ênfase também na porta do transportador, a dupla ressaltou um tema de amplo interesse ao setor.
"Assim como o e-commerce amplia mercados, amplia os desafios. A quantidade de pontos de entrega com os quais se tinha que lidar, agora se multiplica para as residências de milhares de consumidores", ilustra Panitz, que é engenheiro civil. O e-commerce, diz Panitz, exige do transportador pensar menos no lojista e mais no consumidor, no cliente final, de uma forma mais personalizada. Esses milhares de clientes individuais hoje querem saber quando a mercadoria foi embarcada, onde está naquele momento, quando será entregue.
"Fazer todo esse processo atualmente com o antigo sistema de e-commerce não é mais viável. E quem não se adaptar estará fora do mercado ou com cada vez menos oportunidades", alerta o engenheiro.
A recomendação da dupla é que empresas embarcadoras e transportadores tem que compartilhar soluções, do contrário não terão custos razoáveis e nem eficientes para atender esse novo mercado e se adequar a ele. Essa integração inclui o chamado omnichannel, que resumidamente é a capacidade de uma empresa fazer com que todos os seus canais conversem, da venda na loja física ao negócio digital, além do transporte, controles de estoque, pagamentos etc.
Se cada uma das pontas (indústria, distribuidor, canais atacadistas, varejo, transportadores, operadores logísticos) não tiver seu próprio sistema, alertam Panitz e Maria Cristina, dificilmente atenderão as exigências do consumidor final em termos de eficiência logística.
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