Para conseguir liberar os R$ 2,8 bilhões prometidos para a manutenção de estradas e para o Minha Casa Minha Vida, o governo ainda está fechando as contas para definir de onde sairão os recursos. A área econômica defende que o dinheiro seja remanejado de outras áreas para não comprometer, já na largada, a reserva de R$ 5,4 bilhões criada no Orçamento para casos de necessidade.
A avaliação é que o mais recomendado agora é manter a reserva para enfrentar eventuais riscos ao cumprimento da meta fiscal. Um deles é a onda de revisões nas projeções para o crescimento econômico neste ano. Com as estimativas de PIB derretendo, isso pode comprometer a arrecadação.
Essa opção, no entanto, pode piorar a situação já dramática de órgãos que foram atingidos pelo corte no Orçamento e que correm o risco de ficar sem recursos para garantir seu funcionamento.
A equipe econômica anunciou em março um bloqueio de R$ 29,8 bilhões nas despesas do Orçamento, uma vez que havia risco de descumprir a meta fiscal para o ano, que permite déficit de R$ 139 bilhões. O aperto inicial, porém, foi maior e passou dos
R$ 35 bilhões porque a área econômica considerou prudente formar uma reserva orçamentária, que pode ser liberada aos poucos e já foi feita em outros anos.
O governo poderia agora usar a reserva para liberar os recursos prometidos, mas a opção mais provável, na visão de fontes da área econômica, é que haja um remanejamento de outras áreas para as ações anunciadas. Manter a reserva de segurança seria importante no momento para formar um "colchão" de proteção contra eventuais riscos.
A própria projeção do governo para o crescimento neste ano já foi revista de 2,5% para 2,2% na avaliação feita em março, mas o mercado continua cada vez menos otimista. Segundo o Boletim Focus - que reúne estimativas de uma centena de instituições financeiras - as projeções para o PIB já recuaram a 1,70%, ante 2% um mês antes. Os números foram divulgados na segunda-feira pelo Banco Central.
O Ministério da Economia confirmou que haverá um crédito suplementar de R$ 800 milhões ao Ministério do Desenvolvimento Regional para atender despesas do Minha Casa Minha Vida. A pasta também assegurou que haverá liberação de R$ 2 bilhões para o Ministério da Infraestrutura - uma medida negociada para aplacar os ânimos dos caminhoneiros, que sinalizaram com a possibilidade de nova greve.
Metrô do Rio é o primeiro a usar tecnologia de aproximação
As pessoas que pegam metrô na cidade do Rio de Janeiro contam desde o dia 29 de abril com ajuda da tecnologia para evitar filas. A concessionária MetrôRio, que transporta 900 mil passageiros por dia, passa a aceitar pagamento por aproximação, nas catracas, feito por cartão de crédito, aparelho de celular, pulseira ou relógio com a tecnologia NFC (Near Field Communication).
A ideia é que o passageiro não precise comprar ou recarregar bilhete do metrô, um sufoco para turistas, por exemplo. Basta, agora, aproximar o dispositivo com a tecnologia NFC direto em uma das catracas adaptadas em qualquer das 41 estações do metrô. Com isso, a cobrança das passagens é feita direto no cartão para ser paga junto com a fatura.
A novidade, por enquanto, só funciona para quem tem cartão de crédito da bandeira Visa, emitido pelos bancos Banco do Brasil ou Bradesco, ou celular, com tecnologia NFC - há uma série de aplicativos on-line que habilitam esta função. Quem não tem o cartão, precisa entrar em contato com a agência e pedir um novo. No Banco do Brasil, 200 mil clientes já estão aptos a usar a nova tecnologia que virá, automaticamente, nos novos cartões.
No caso dos celulares, o app de pagamento funciona como uma carteira digital, que guarda dados do usuário e pode ser instalado em celulares de todos os sistemas operacionais. O aparelho pode estar off-line, mas é preciso que tenha o mínimo de bateria para funcionar.
De acordo com o presidente da MetrôRio, a novidade permite que o cliente ganhe tempo e que a concessionária economize com o custo operacional, tornando-a mais digital possível. "Queremos oferecer conveniência e praticidade", ressaltou Guilherme Ramalho.