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JC Logística

- Publicada em 21 de Dezembro de 2018 às 01:00

Itaipu deverá pagar quase R$ 1 bilhão por duas pontes

Há temor de que os projetos de infraestrutura onerem a conta de luz

Há temor de que os projetos de infraestrutura onerem a conta de luz


ALEXANDRE MARCHETTI/ALEXANDRE MARCHETTI/ITAIPU BINACIONAL/DIVULGAÇÃO/JC
A construção de duas pontes entre Brasil e Paraguai, que poderá ser arcada por Itaipu, deverá ter um valor ainda maior do que o previsto e chegar a quase R$ 1 bilhão. A conta das obras foi estimada pela empresa em US$ 170 milhões (R$ 664 milhões), que seriam pagos pela usina hidrelétrica até 2022.
A construção de duas pontes entre Brasil e Paraguai, que poderá ser arcada por Itaipu, deverá ter um valor ainda maior do que o previsto e chegar a quase R$ 1 bilhão. A conta das obras foi estimada pela empresa em US$ 170 milhões (R$ 664 milhões), que seriam pagos pela usina hidrelétrica até 2022.
O valor, porém, também deverá conter outros US$ 70 milhões (R$ 274 milhões), referentes a obras complementares e a desapropriação dos terrenos onde as duas pontes poderão ser construídas. Com isso, a conta que Itaipu deverá herdar chegaria a aproximadamente US$ 240 milhões (R$ 938 milhões).
A Itaipu afirmou, por meio de assessoria de imprensa, que ainda "não há nada confirmado" sobre os valores, e que parte da área que será desapropriada é da União, o que reduziria o custo. Há, no entanto, uma pressão política de governos locais para que a hidrelétrica arque com os empreendimentos, o que é questionado por especialistas do setor.
Há temor de que os dois projetos de infraestrutura viária onerem a conta de luz, já que Itaipu é bancada pela chamada tarifa custo - ou seja, todas as suas despesas são repassadas à tarifa de energia. Os defensores das pontes argumentam que a tarifa de Itaipu está congelada há anos, em dólar, e a empresa garante que ela não será reajustada, pois cortes em outras áreas vão compensar um eventual aumento de gastos com as obras.
No entanto, especialistas do setor de energia, críticos à proposta, questionam que, se pode haver cortes nas despesas, melhor seria reduzir a tarifa dos consumidores. Também ressaltam que é preciso ter cautela com a aprovação dos empreendimentos financiados por Itaipu.
Uma delas, projeto mais antigo, até se encaixa na definição. Ela ligaria Foz do Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco, vizinha a Ciudad del Este, passando pelo rio Paraná. Seria uma espécie de segunda ponte da Amizade, que hoje está congestionada.
A outra ponte, no entanto, um projeto mais recente, sairia de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, sobre o rio Paraguai. A cidade, localizada a aproximadamente 800 quilômetros da usina de Itaipu, será ligada ao município paraguaio de Carmelo Peralta, no nordeste do país.
Um especialista do setor questiona por que essa segunda ponte é considerada uma área de influência da hidrelétrica e diz que a obra abre precedente para que outros empreendimentos sem ligação com Itaipu sejam financiados pela usina.
Técnicos do setor, que falaram sob a condição de não terem os nomes divulgados, afirmam ainda que não há eficiência financeira no uso de recursos de Itaipu Binacional para obras.
 
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