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Transporte

- Publicada em 21 de Dezembro de 2018 às 01:00

Transportadoras apostam em prevenção contra roubo de carga

Com uma ocorrência a cada 50 minutos, o Rio de Janeiro é um dos estados mais críticos do País

Com uma ocorrência a cada 50 minutos, o Rio de Janeiro é um dos estados mais críticos do País


/DENNY CESARE/FOLHAPRESS/JC
A criminalidade nas estradas brasileiras vem obrigando o setor logístico a investir alto em segurança. Um levantamento do Comitê de Transporte de Cargas do Reino Unido, o Joint Cargo Committee, revelou que o Brasil é um dos países mais perigosos e arriscados para o setor de transportes, com um cenário mais crítico, inclusive, do que regiões em conflito como Síria, Líbia e Afeganistão.
A criminalidade nas estradas brasileiras vem obrigando o setor logístico a investir alto em segurança. Um levantamento do Comitê de Transporte de Cargas do Reino Unido, o Joint Cargo Committee, revelou que o Brasil é um dos países mais perigosos e arriscados para o setor de transportes, com um cenário mais crítico, inclusive, do que regiões em conflito como Síria, Líbia e Afeganistão.
A realidade enfrentada por transportadores, embarcadores, gestores logísticos e motoristas que atravessam o País para distribuir suas mercadorias eleva também os custos, que subiram R$ 15,5 bilhões entre 2015 e 2017 conforme estudo da Fundação Dom Cabral. Em 2017, segundo o mesmo levantamento, as empresas brasileiras gastaram, em média, 12,37% do faturamento bruto com a gestão do transporte.
Para ajudar as empresas do setor logístico e de transportes a elevarem seus níveis de segurança em operações rodoviárias, a OpenTech - empresa especialista em gerenciamento de risco e gestão logística - apostou em tecnologia, conhecimento e prevenção contra o roubo de cargas.
O resultado não demorou a aparecer. De janeiro a julho deste ano, a incidência de roubo de cargas nas operações dos clientes da OpenTech teve queda de 34,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Se consideradas somente as atividades em estradas do Rio de Janeiro - onde as ocorrências aumentaram quase 200% nos últimos quatro anos, segundo dados da própria Secretaria de Segurança Pública fluminense - a redução no número de sinistros nas viagens gerenciadas pela OpenTech foi de 44,5%.
De acordo com o diretor da empresa, Diego Gonçalves, o desempenho positivo nas operações monitoradas pela OpenTech se deve a ações preventivas e ao uso de tecnologias. "Temos 20% das nossas viagens mensais dentro do Rio de Janeiro ou com origem e destino no estado e, com isso, acumulamos experiência sobre o perfil das ocorrências de roubo", comenta.
A inteligência aplicada no campo pela equipe da OpenTech, continua Diego Gonçalves, tem ajudado a estabelecer com mais assertividade os horários de embarque e desembarque, rotas alternativas e a utilização de áreas de apoio aos veículos.
"A análise preditiva realizada pelo nosso software é capaz de perceber se uma carga está sujeita a roubo e nos levar a agir em questão de minutos. Isso tem potencializado a chance de recuperação em operações geridas na Open UTI, célula especializada para operações de alto risco, onde o índice de recuperação de cargas é maior do que 50%", explica o diretor.
Com mais de 10,5 mil casos registrados em 2017, o equivalente a um roubo a cada 50 minutos, o Rio de Janeiro passou a ser considerado um dos estados mais críticos do País para o setor logístico. As áreas mais suscetíveis são as rodovias Washington Luiz e Presidente Dutra, entorno do parque Columbia, no bairro da Pavuna, Complexo da Pedreira, Complexo do Chapadão e avenida Brasil.
Embora prefiram os produtos com maior valor agregado, como alimentos, bebidas, eletrônicos, insumos agrícolas e medicamentos, as quadrilhas que atuam no Rio de Janeiro deixaram de concentrar sua atuação em itens específicos. Em alguns casos, os veículos são abordados sem que os assaltantes saibam qual é o tipo de carga que está sendo transportada.
Estatísticas da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro apontam crescimento de 86% no roubo de cargas entre 2011 e 2016. A média, superior a 22 mil casos por ano, revela também outro dado preocupante: o prejuízo causado pela insegurança nas estradas chegou a R$ 6,1 bilhões no período. Sem falar na velocidade com que a incidência do crime aumenta em algumas regiões: em 2011, pouco mais de 25% dos casos ocorreram no Rio de Janeiro. Em 2016, o percentual já chegava a 43,7%.
Em função da "epidemia de roubo de cargas" no Rio de Janeiro, transportadoras deixaram de realizar entregas na região ou passaram a cobrar a chamada "taxa de emergência", uma forma de cobrir os custos elevados com seguro e apoio operacional. A medida elevou os gastos com transporte e teve reflexos também no bolso dos consumidores finais, que passaram a arcar com parte do prejuízo na hora de fazer suas compras.
Atualmente, a OpenTech gerencia cerca de 300 mil viagens por mês e mais de 150 mil cadastros de veículos e motoristas. Com sede em Joinville (SC), a empresa investe 15% do faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento.
 

Setor deve fechar ano com alta de 2% no volume de serviços

O desempenho do setor de transporte entre janeiro e outubro de 2018 perdeu força e a expectativa é que o volume de serviços no setor feche o ano com alta de aproximadamente 2%. Essa é a projeção da Confederação Nacional do Transporte (CNT), com base nos resultados apresentados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os resultados de outubro da PMS, divulgados pelo IBGE, mostram que, em outubro, o segmento transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio teve queda de 0,2% em relação a setembro. Foi a segunda redução consecutiva e o sexto recuo, nessa base de comparação, no ano.
No acumulado de 12 meses, o volume de serviços cresceu 2,1%. Ao analisar os resultados dos meses anteriores, nota-se uma desaceleração do crescimento e a reversão da tendência de alta que foi observada nos primeiros quatro meses do ano. Em janeiro, o resultado positivo no acumulado de 12 meses foi de 1,2%; em abril, a variação chegou a 3,8%, na mesma base de comparação.
Uma das explicações para o enfraquecimento é a greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio, que causou efeitos negativos sobre a economia.
Ainda conforme a PMS, em outubro, o setor de serviços (considerando todas as atividades) teve variação positiva de 0,1% frente ao mês anterior.
 

ANTT avalia criar programa de inspeçãoem veículos que movimentam mercadorias

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) receberá, até o dia 10 de fevereiro, contribuições da sociedade sobre a proposta de construção de um programa de inspeção técnica de veículos cadastrados no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (Rntrc).
Para isso, a agência abriu a Tomada de Subsídios 018/2018, na qual apresenta o resultado de um estudo desenvolvido pela Empresa de Planejamento e Logística, que sugere a regulamentação e a implantação de um Sistema de Inspeção Técnica Veicular para o Transporte Rodoviário de Carga.
A proposta também apresenta procedimentos relativos à habilitação e ao credenciamento de pessoas jurídicas de direito público e privado para a realização de atividades técnicas e materiais no âmbito do sistema.
Conforme a ANTT, a abertura da tomada de subsídios visa fomentar e provocar a efetiva participação das partes interessadas e da sociedade em geral que possam contribuir para o processo decisório e identificar, de forma ampla, todos os aspectos relevantes à matéria.